domingo, 15 de novembro de 2009

Está próximo o fim dos astros que sempre quiseram "brilhar":Mc. 13,24-32

Ao longo da nossa vida podemos passar por situações de verdadeira tribulação. Experimentamo-la quando nos sentimos perseguidos, caluniados, não enxergados, não valorizados. Quando fazemos a experiência da dor, da decepção, da perda, da solidão. A tribulação se torna mais evidente e dolorosa quando tentamos viver a vida de forma coerente e autêntica e constatamos que “outros“, - os expertinhos e aproveitadores que não possuem essa preocupação - parecem se sair mais favorecidos e “abençoados” do que nós. Eles “brilham” e as suas “vítimas” parecem mergulhar numa perene escuridão. Onde está a justiça de Deus? Será que tudo está acabado ou haverá reconhecimento para quem procurou se manter fiel ao Deus da vida?

Marcos, no evangelho de hoje, procura responder a essas dúvidas e tenta fortalecer a caminhada de quantos se sentem esquecidos e abandonados em suas vidas, apesar de tentar viver os valores do Reino. Marcos, com certeza, tem debaixo de seus olhos a vida real, sofrida e turbulenta de suas comunidades. Ao mesmo tempo possui a memória de Jesus que se alimentava do sonho-perspectiva segundo a qual o “filho do homem” seria reconhecido como aquele que pode fazer justiça aos justos, aos que se mantêm fieis.
Resgata de forma poderosa a promessa/profecia de Jesus em que deixa claro que os que até agora “brilharam como o sol”, perante os homens e resplandeceram como “a lua e as estrelas”, - ou seja, todos os grandes e poderosos dominadores que exigiam reconhecimento e submissão pública dos homens – estão prestes a cair numa grande escuridão, numa decadência sem fim. Ao contrário, os que se mantiverem fieis ao “filho do homem” começarão a “reinar-brilhar” em seu lugar. Isto, porém, depois da grande tribulação. Ou seja, depois de passar por momentos de extrema provação e dor.
Marcos nos ensina e compreender esse momento: quando estivermos nessas situações de crise extrema em lugar de pensarmos na proximidade da destruição total e final, somos convidados a termos mais coragem, pois a salvação para quem se manteve fiel está às portas, está próxima. Como nos diz Daniel e toda a produção apocalíptica os “sábios e fieis brilharão como astros”. Para eles, após a grande tribulação, não haverá lugar para a perdição, a morte e a destruição, - algo reservado aos que quiseram brilhar como astros procurando deixar na sombra-escuridão da vida os demais – mas o reconhecimento histórico e definitivo de sua fidelidade e de sua autenticidade.
Ninguém sabe com certeza quando isto irá acontecer, mas definitivamente essas coisas já começaram com a prática e o anúncio de Jesus de Nazaré, o Filho do homem!

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