segunda-feira, 2 de agosto de 2010

'Nós existimos' em Zé Doca!


Iniciou hoje em Zé Doca -MA - o acampamento 'Nós existimos' em que se quer expor à sociedade local e à nação o drama dos índios Awá-Guajá que habitam as matas do Gurupi e Pindaré. Organizado e apoiado pelo CIMI, a CNBB V e outras instituições, o acampamento conta com a presença de cerca 100 índios Awá-Guajá provenientes das quatro aldeias existentes. Eles terão a oportunidade de denunciar o que vem ocorrendo com o seu povo e o seu território já demarcado e homologado, mas atualmente invadido por madeireiras, posseiros, criadores de gado e outros. Hoje, dia 02 de agosto no Centro Diocesano de Zé Doca haverá debates sobre a real situação desse povo de recente contato e que, por não ser numeroso não goza da cobertura da grande mídia. Os próprios Awá denunciarão as ameaças que vêm recebendo, o descaso da justiça (Tribunal Superior de Justiça) que suspendeu os efeitos da sentença do juiz federal José Carlos Madeira proferida no início desse ano que intimava os invasores a se retirarem dentro de um prazo de até 120 dias. Com a sua suspensão tudo continua como antes: ônibus e caminhões percorrendo as estradas clandestinas construídas dentro do territòrio Awá-Guajá, criadores aumentando as suas pastagens e cabeças de gado, e posseiros construindo casas e desmatando...Os poderes públicos locais e estaduais parecem ignorar o drama desses indígenas. Aliás, foi a própria prefeitura de Zé Doca que entrou junto ao STJ pleiteando a anulação dos efeitos da sentença do juiz federal alegando que a homologação prejudicava a economia local. A iniciativa popular visa mais umavez chamar a atenção da sociedade em geral e da justiça para que, enfim, justiça seja feita a esse povo já tão provado.

Um comentário:

Glacy disse...

Hoje vejo os índios com os mesmos olhos que via quando era criança, de quem acha tão injusto tomar as suas terras, sabendo que tudo lhes pertence de fato e de direito. Mas, como, agora, não me sentir pequena, se não faço nada, se fico envergonhada de vê-los lutando por suas terras com tanto amor? O mesmo amor que preciso ressuscitar em mim.
Interj grazie!