quinta-feira, 8 de março de 2012

O presidente da FUNAI sumiu. Procura-se outro!

A Fundação Nacional do Índio (Funai) está funcionando a meio vapor, apenas cumprindo rotinas burocráticas, há quase três meses. A razão disso é a dificuldade que o governo enfrenta para definir o nome do substituto do atual presidente, o antropólogo Márcio Meira. Ele comunicou ao governo, em dezembro, seu desejo de se afastar do cargo e, desde então, reduziu suas atividades internas, encontros e aparições públicas. De acordo com servidores da Funai, o presidente demissionário aparece para assinar documentos, acompanhar programas em andamento e despachar com seu superior imediato, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O nome dele praticamente desapareceu do site de notícias da Funai e também de outros órgãos do governo. O encarregado de encontrar o substituto é o ministro Cardozo. De acordo com informações de sua assessoria, a recomendação que ele recebeu do Planalto é para que a escolha recaia sobre um nome com perfil técnico, não necessariamente com vínculos políticos partidários.
Algumas entidades de representação indígena já manifestaram ao governo o desejo de que o escolhido fosse um índio. A tarefa é espinhosa. Ao contrário da maior parte dos cargos do governo, a presidência da Funai não é alvo de grandes disputas partidárias. Meira resolveu se afastar em meio a uma das muitas crises que a Funai costuma enfrentar. Era atacado tanto por indígenas, que o acusam de não tê-los consultados adequadamente em questões estratégicas, como a construção de hidrelétricas na Amazônia, como pelos deputados da bancada ruralista, que não lhe poupam xingamentos nos debates sobre a demarcação de novas terras indígenas. Surgiram sinais de desconfiança até no interior do governo. Um dos principais críticos de Meira, o antropólogo Mércio Gomes, que dirigiu a Funai no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o acusa de ter deixado a instituição sob o controle de organizações não governamentais do Brasil e do exterior. A rotatividade no cargo é altíssima. Em 44 anos de existência, a Funai já teve 32 presidentes. (Fonte: O Estado de S. Paulo)

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