terça-feira, 27 de março de 2012

Papa em Cuba: na visita à Virgem 'negra' da caridade Bento XVI condena racismo!

O primeiro compromisso de Bento XVI nesta terça-feira, 27, pode ser definido histórico, pois é a primeira vez que um Pontífice visita o Santuário Nacional da Virgem da Caridade do Cobre, que fica num povoado a cerca de 20 km de Santiago de Cuba. Este local de peregrinação mais venerado de Cuba está intimamente ligado aos acontecimentos sociais e políticos do país. Tudo teve início em 1606, quando três pescadores (dois índios, Juan e Rodrigo de Hoyos, e um escravo negro, Juan Moreno) encontram uma imagem de madeira flutuando nas águas da Baia de Nipe (nordeste do arquipélago), com a escrita "Sou a Virgem da Caridade". A imagem foi levada para uma mina de cobre e neste mesmo local foi construído o primeiro santuário, em 1684. Dezessete anos depois, foi lido no Santuário o "Manifesto pela liberdade dos escravos nas minas de El Cobre".

Desde então, alguns dos heróis da independência cubana da Espanha peregrinaram até o local para rezar diante da imagem e pedir a liberdade de Cuba. Ali mesmo, em 1898, foi celebrada a Missa de ação de graças pela libertação da Ilha, na presença de oficiais do exército. Como o próprio Papa disse em suas palavras de saudação, ele rezou de maneira especial pelos africanos levados como escravos a Cuba
. De fato, a sociedade cubana tem um forte componente de afrodescentes, a própria Virgem da Caridade, como Nossa Senhora Aparecida, é negra. A situação aqui é parecida com a de muitos outros países que foram destino da diáspora africana: devem lutar para ter seus direitos plenamente respeitados e sua contribuição em todos os âmbitos (social, político, científico), reconhecida. Além dos afrodescentes, o Pontífice rezou pela população do Haiti, pelos prisioneiros e pelos jovens.Após deixar o Santuário, o Papa foi até o Aeroporto de Santiago rumo à capital, Havana. O grande evento desta tarde é a visita de cortesia ao Presidente do Conselho de Estado, Raúl Castro, no Palácio da Revolução de Havana. Segundo o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, é muito provável que esteja presente também Fidel Castro. (Fonte: Rádio Vaticana)

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