quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Desesperados, os Kaiowá Guarani pedem à Justiça Federal para serem mortos e enterrados 'na curva do rio' no Mato Grosso do Sul!

"Sabemos que seremos expulsas daqui da margem do rio pela justiça, porém não vamos sair da margem do rio. Como um povo nativo/indígena histórico, decidimos meramente em ser morto coletivamente aqui. Não temos outra opção,  esta é a nossa última decisão unânime diante do despacho da Justiça Federal de Navirai-MS." O clamor vem da comunidade Kaiowá Guarani,  de Pyelito Kue/Mbarakay, no município de Iguatemi, Mato Grosso do Sul. Não se trata de um fato isolado, mas de excepcional gravidade, diante de uma decisão de morte coletiva. Continuaremos sendo desafiados por fatos semelhantes caso não se tome medidas urgentes de solução da questão da demarcação das terras indígenas desse povo. A carta da comunidade do dia 08 de outubro continua dizendo:"Comemos comida uma vez por dia. Tudo isso passamos dia-a-dia para recuperar o nosso território antigo Pyleito Kue/Mbarakay. Sabemos muito bem que no centro desse nosso território antigo estão enterrados vários dos nossos avôs e avós, bisavôs e bisavós, ali estão o cemitérios de todos nossos antepassados. Cientes desse fato histórico, nós já vamos e queremos ser mortos e enterrados junto aos nossos antepassados aqui mesmo onde estamos hoje. Por isso pedimos ao Governo e Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas solicitamos para decretar a nossa morte coletiva e para enterrar nós todos aqui. Pedimos, de uma vez por todas, para decretar a nossa dizimação/extinção total, além de enviar vários tratores para cavar um grande buraco para  jogar e enterrar os nossos corpos. Esse é nosso pedido aos juízes federais. Já aguardamos esta decisão da Justiça Federal. Assim, é para decretar a nossa morte coletiva Guarani e Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay e para enterrar-nos todos aqui. Visto que decidimos integralmente a não sairmos daqui com vida e nem mortos, e sabemos que não temos mais chance em sobreviver dignamente aqui em nosso território antigo, já sofremos muito e estamos todos massacrados e morrendo de modo acelerado”. (Fonte: IHU)

Comentário do blogueiro: o descrito acima parece um anacrônico paralelismo com as tragédias e dizimações ocorridas nos EUA no século passado contra os indígenas. Aqui, na verdade, no opulento Brasil, nós nunca conseguimos extirpar as sempre mais 'atuais arcaicas'  formas de dizimação dos povos indígenas. Vergonha!

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