terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Rede Justiça nos Trilhos publica carta aberta denunciando os ataques de hackers ao seu sito. Quem está por trás desses ataques?

Aqui abaixo a síntese da carta

Foram necessários dois meses de trabalho intenso para recuperar os estragos decorrentes de uma agressão violenta de hackers ao site "Justiça nos Trilhos". Em todo esse tempo o site ficou fora do ar e as newsletters não puderam ser mandadas a seus seguidores. Esse veículo de comunicação tem procurado, ao longo dos últimos quatro anos apresentar o lado perverso dos empreendimentos da cadeia de mineração e de siderurgia no Brasil e no mundo e em especial daqueles levados a cabo pela empresa Vale S.A., que investe anualmente dezenas de milhões de reais somente em ações de propaganda. O site "JnT" é expressão de uma rede de movimentos sociais, pesquisadores universitários, organizações sindicais, pastorais da igreja católica e lideranças comunitárias que se consideram atingidas pelos negócios da Vale S.A. nos Estados do Maranhão e do Pará.

O ataque dos hackers aconteceu poucos dias depois de um encontro tenso que envolveu integrantes da Rede Internacional de Atingidos pela Vale e o presidente da companhia, Murilo Ferreira. Os representantes dos atingidos evidenciaram, na presença do presidente da Vale S.A., numerosas contradições da empresa, documentadas e aprofundadas no recém publicado 'Relatório de Insustentabilidade da Vale'. A ação dos hackers contra o site "JnT" coincidiu também com a campanha midiática em torno do processo de reformulação do site oficial da empresa Vale S.A., para, nas palavras dela, "reposicionar sua marca na web". Este teria sido um processo que contou com um total de 60 profissionais ligados a sua gerência de Relacionamento com a Imprensa, Conteúdo Estratégico e Mídias Digitais. Nessas semanas em que o site esteve fora do ar, não foi possível aos integrantes e colaboradores de JnT divulgarem suas considerações sobre a polêmica e nefasta concessão pelo IBAMA da licença ambiental de instalação para a duplicação da Estrada de Ferro Carajás. Também foi impossível dar ressonância através desse meio às seis matérias da reportagem especial sobre Carajás realizada pela Agência Pública de Reportagem e Jornalismo Investigativo, bem como outros trabalhos jornalísticos relevantes. A censura, bem como a cooptação ou a sedução de lideranças, artistas e outros profissionais, ou qualquer outro tipo de agressão ou ameaça, jamais terão o poder de cancelar os motivos de revolta que levam cada vez mais pessoas e comunidades a se reconhecerem "atingidas pela Vale" ou a se colocarem em solidariedade para/com elas.

O site Justiça nos Trilhos volta ao ar e se oferece às comunidades, a militantes, jornalistas, pesquisadores e estudantes como narração de uma realidade pouco difundida, sendo enxergada com os olhos das vítimas. Acesse: http://justicanostrilhos.org

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