quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Trabalho escravo na 'rica e civilizada' Caxias do sul e as declarações do novo presidente do Tribunal Superior do Trabalho!

Seis pessoas que trabalhavam em uma obra localizada na Rua Ângelo Leonardo Tonietto, no Bairro Cidade Nova, em Caxias do Sul, foram encontradas em condições análogas às de escravidão pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Nenhum dos trabalhadores, sendo dois deles menores de idade, possuía a Carteira de Trabalho assinada. A empresa não fornecia os EPIs – Equipamentos de Proteção Individual – necessários, sendo que, no momento da inspeção os empregados encontravam-se de chinelos de dedo, calção e camisetas, sem capacete, óculos, luvas ou uniformes. Um ônibus em péssimas condições, estacionado em frente à obra, era utilizado como alojamento para os empregados, inclusive para duas mulheres, sendo uma delas com 13 anos. Dentro do veículo havia instalações elétricas irregulares e botijões de gás. Os trabalhadores dormiam em camas improvisadas e se alimentavam no próprio ônibus, em local sem as mínimas condições de higiene.

Novo presidente do TST e trabalho escravo

Primeiro negro eleito para presidir o Tribunal Superior do Trabalho (TST), o ministro Carlos Alberto Reis de Paula qualifica a sociedade brasileira como "racista e discriminatória". "É racista, discriminatória e usa de discriminação por um motivo muito simples: uma questão cultural", disse alguns dias atrás. Reis de Paula assumirá o comando da Justiça trabalhista no próximo dia 5 de março, em um momento em que, também pela primeira vez, outro negro, Joaquim Barbosa, chefia a mais alta corte do país, o Supremo Tribunal Federal (STF). Aos 68 anos, o magistrado eleito por unanimidade para a presidência do TST revela que já foi alvo de racismo ao longo da vida, mas nunca foi discriminado no Judiciário. "Isso acontece, isso é o Brasil", disse. Ao ser perguntado se a Justiça do Trabalho, Ministério Público e governo federal deveriam trabalhar articulados para tentar erradicar os trabalhos escravo e infantil ele respondeu: ‘Esse é um dos vexames do país. O índice de trabalho escravo e infantil reduziu por causa da influência da OIT [Organização Internacional do Trabalho], mas o patamar ainda é alto. Não sou eu quem fala. Consulte o Ministério do Trabalho. A OIT trabalha com um termo que eu considero muito digno, que é o de "trabalho decente". Esse termo envolve não só a segurança no trabalho, mas também o trabalho valorizado, devidamente remunerado, e em condições dignas e humanas, o que afasta o trabalho escravo e infantil. Devemos despertar a nossa consciência. Conclui afirmando: ’Quero saber é o que o empregado compra com um salário mínimo de R$ 678. Esse é o raciocínio’.

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