terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

No Brasil, assassinos de lideranças camponesas gozam ainda de impunidade e cumplicidade

Pesquisa feita pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) em 2011 aponta que apenas 8% dos casos de assassinatos ocorridos desde 1985 em conflitos agrários foram julgados pelo menos em primeira instância até abril daquele ano. No Paraná, dos 19 assassinatos ocorridos entre 1994 e 2009, apenas quatro foram julgados. Para Sérgio Sauer, relator do Direito Humano à Terra, ao Território e à Alimentação da Plataforma Dhesca Brasil, o julgamento e a responsabilização daqueles que violam direitos, principalmente os que dão ordens para os crimes, é fundamental: “O julgamento de um responsável, de um mandante, é a expressão literal da Justiça. Isto precisa ser feito no Brasil, inclusive como um passo para uma sociedade justa, que garante direitos”, garante Sauer, que também é professor da Universidade de Brasília (UnB).
O segundo júri popular de envolvidos no assassinato do trabalhador rural Sebastião Camargo, realizado nessa segunda-feira, dia 04, em Curitiba/PR, absolveu o integrante de uma milícia privada da União Democrática Ruralista – UDR, Augusto Barbosa da Costa, acusado de homicídio doloso. A maioria dos jurados reconheceu a participação do réu de forma efetiva e consciente no crime, portando arma de fogo e aderindo à mesma conduta dos demais presentes no despejo, mas assim mesmo votou pela absolvição do acusado. (Fonte: IHU)
Comentário do blogueiro: o júri popular de Curitiba desses dias, comprova o que a CPT vem dizendo...Se de um lado é questão de justiça, por outro fica sempre mais claro que o sonho-desejo de Reforma agrária no País já foi abandonado há muito tempo. Talvez hoje se mate menos do que nos anos 70 e 80, mas com certeza as vítimas do latifúndio e da grilagem pós-moderna são escolhidas a dedo por serem ‘qualificadas e referenciais’. Permanece, além disso, a mesma certeza de impunidade e de cumplicidade nas altas esferas....

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