segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Papa ganha carrinho para se deslocar no Vaticano e congela o titulo de 'monsenhor'

O Papa Francisco vai dirigir pelos arredores da Cidade do Vaticano um carro de segunda mão, um Renault 4, popularmente conhecido como ‘Quatro latas’, ano 1984 e com 300.000 quilômetros rodados. Este carro, de cor branca, é um presente de um sacerdote de 70 anos do norte da Itália, o padre Renzo Zocca, que levou o Papa para dar um passeio pelo interior dos muros da pequena cidade-estado. “Creio que o Papa vai dirigir um pouquinho dentro do Vaticano”, assinalou, na quinta-feira passada, o vice-porta-voz da Santa Sé, o padre Ciro Benedettini. Depois que o Papa pedira aos sacerdotes que não andassem com carros de luxo para economizar e dar o dinheiro aos pobres, Zocca escreveu-lhe uma carta dizendo que ele havia usado o mesmo carro durante décadas e que gostaria de presenteá-lo ao Pontífice. Assim, no final de semana passado, levou-o até o Vaticano junto com vários paroquianos e uma vez ali, o Papa Francisco disse-lhe que sabia como dirigi-lo porque ele mesmo já teve um Renault 4 na Argentina. Depois disto, subiu ao carro e o dirigiu, segundo contou Zocca à revista italiana Famiglia Cristiana. O sacerdote Renzo Zocca, de 69 anos, e pároco da Paróquia Santa Lúcia de Pescantina, Verona, escreveu ao Santo Padre oferecendo-lhe o seu carro.

MONSENHOR, MAS NÃO DEMAIS!

Camillo e Peppone, que narrava a história do vulcânico pároco de Brescello, interpretado por Fernandel, e do prefeito comunista, interpretado por Gino Cervi? Ambos já velhos, estavam prestes a obter uma ansiada promoção, o primeiro ao título de monsenhor, enquanto o segundo estava prestes a se tornar senador. O filme que, na época, alcançou um grande sucesso, hoje, dadas as novas disposições do Papa Francisco, soa um pouco anacrônico. Don Camillo, na Igreja de Bergoglio, nunca alcançaria a honraria tão desejada, porque o título de monsenhor foi congelado. Há meses, a Secretaria de Estado, por ordens superiores, não autoriza mais esses títulos. A decisão estabelecida ainda no primeiro período do pontificado durou até hoje e, provavelmente, permanecerá bloqueada sabe-se por quanto tempo. Alguns dizem que se trata de uma medida temporária, e não uma revogação tout court, provavelmente à espera do entendimento de como reformar a Cúria e os seus escritórios, segundo critérios de sobriedade e simplicidade, varrendo privilégios e títulos que parecem ser altissonantes a Bergoglio e um pouco fora do tempo. A Igreja do futuro, repetiu Francisco várias vezes, deve ser povoada por padres não clericalizados, párocos não carreiristas, pastores atentos às periferias existenciais e aos que se afastaram. (fonte: IHU)

Nenhum comentário: