quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

No princípio havia a 'palavra'

No princípio de tudo não havia o nada. Havia a palavra. Não a palavra etérea e invisível, mas a palavra onipotente. Ela era o todo. Estava em tudo e era tudo. A palavra era desconhecida pelos homens, mas era bem conhecida por quem a ‘pronunciava’! Uma palavra permanentemente criadora. Os humanos são filhos da palavra. Os seres vivos e inanimados são frutos da palavra. Não existe, de fato, uma palavra que não seja criadora. Que não seja geradora de vida. O autor da palavra que era Palavra, falava criando, e criava falando. Não havia nem separação e nem confusão entre a palavra e o seu significado. Entre o seu significado e a sua realidade correspondente. Entre a palavra e o seu Emissor. Mas o não senso das trevas entrou no mundo. A confusão se instalou. A incomunicabilidade começou a reinar. A palavra deixou de criar vida e começou a semear mentira e destruição. A palavra foi cindida e separada do seu Emissor. Começou a ser manipulada. Começou a ser espalhada aleatoriamente, vagando de boca em boca, separada do coração e da mente. A palavra começou a reivindicar a sua autonomia e independência. Sentiu-se autossuficiente. Começou a ofender e a caluniar, a adular e a bajular, hipocritamente. O seu 'emissor' já não existe mais. Ele, agora, é um mercante ou um charlatão que vende palavras e exibe sons sem sentimentos e emoções. Incapaz de criar pela palavra, agora ele vive refém de palavras que ele mesmo criou. As mesmas que, paradoxalmente, o desmascaram.  

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Cordel de Natal

Natal outra vez, será que chegou a nossa vez.
A vez de cantar a esperança com ou sem dança?

Natal é tempo de reflexão, é o que dizem os irmãos,
Momento certo de semear virtude e assumir nova atitude.

Fico um tanto desconfiado com tanto mercado,
Muitos dons e muita luz a verdadeira paz não produz.

Natal é cantar a vida da pessoa querida,
Elevar o louvor e oferecer mais amor.

Pôr fim à guerra em toda a terra
Extinguir a escravidão e cantar a libertação

Natal é a estrela contemplar, e por ela se deixar levar,
e dos palácios de Herodes sempre se desviar; 

Natal é servir com afeição a comunidade e o povão
Caminhar sem ambição em plena comunhão.

Jesus não cansa de nascer na noite escura e no alvorecer
Meu irmão minha irmã não canse de crer que um novo mundo vai nascer! 

Feliz Natal 

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Povo Canela - Atualizando os números da tragédia: 19 crianças e 3 adultos!

Dias atrás postamos a notícia dando conta da tragédia que vem afetando os Canela do Maranhão e, principalmente, os da aldeia Escalvado, a 30 km de Fernando Falcão. Dias atrás uma missionária esteve na área e constatou o drama vivido por aqueles 2.500 índios. Ela se deteve com a equipe de enfermeiros e médicos e com as lideranças. Enviou-me, hoje, uma mensagem que torna ainda mais clara a tragédia Canela: até o presente momento morreram 19 crianças e 3 adultos em conseqüência da epidemia de coqueluche e influenza. Doenças essas que com uma imediata intervenção, e encontrando organismos minimamente alimentados não teria produzido os estragos que vêm produzindo. Fico a imaginar que a guerra de responsabilidade deva ter começado na área e nos altos escalões. Uma coisa é certa: ninguém vai devolver a vida de 22 seres humanos, nem consolar a dor daquelas famílias, nem amenizar a indignação de muitos por percebermos o alto grau de omissão e de descaso de quem é pago para proteger vidas! O responsável jamais será encontrado e punido. Mais uma vez será o 'estado', genericamente, o estado!

NATAL - A farsa do 'presépio pequenino'. Uma crônica.

Detenho-me na singela estatuazinha do menino Jesus. Contemplo com coração aberto e confiante as faces róseas daquele bebê sorridente ladeado por um pai e uma mãe, alguns pequenos animais domésticos e pastores em trajes da época. Num primeiro momento tudo me parece tão celestial e harmonioso. Todavia, não consigo tirar da minha cabeça a informação de que no nosso estado de cada 1000 bebês que nascem 30 morrem antes de completar um ano de vida. Em absoluto, o mais alto índice de mortalidade infantil do Brasil! Os meus olhos percorrem lenta e insistentemente aquele cenário e caem na pequena e artificial árvore de Natal que fica ao lado do presépio. Está carregada de bolinhas resplandecentes, e abarrotada de caixinhas coloridas e fitas douradas. Olhando aquela ‘árvore da fartura’ não consigo imaginar que a maioria das famílias do nosso Estado vive, hoje, com cerca de R$ 300 ao mês! Volto a contemplar novamente o presépio e procuro, agora, com certa ansiedade o palácio do rei Herodes. Não consigo identificar nada parecido a um castelo ou a um palácio de governo. Dou fé, imediatamente, que aquele presépio não possui muitas das ‘peças’ necessárias para torná-lo um pouco mais realista e mais fiel à verdade histórica. A sua falsa simplicidade e omissão chegam até a me irritar. Parece-me, agora, propositalmente manipulado e artificial. Fico a me perguntar: por que ocultar, por exemplo, o palácio daqueles parasitas de suposto sangue real que viviam banqueteando graças à cobrança de altos impostos? Os mesmos que em plena luz do dia arquitetavam perseguições às crianças e às suas famílias. Onde estão os seus soldados e policiais que escorraçavam pelas aldeias e cidades semeando violência e terror, aprisionando sem mandatos judiciais humildes lavradores e jovens, e estuprando as jovens da aldeia? Por que maquiar naquele ‘hipócrita’ cenário natalino os ricos e arrogantes comerciantes, e os inescrupulosos donos de hotéis? Onde estão os senhores e coronéis do interior que viviam a escravizar e a emprestar dinheiro com juros altíssimos aos pequenos artesãos e diaristas? Cadê, enfim, o templo, o santuário do Altíssimo, com seus sacerdotes profissionais e funcionários a derramar o sangue de cordeiros e bodes achando que com isso iriam expiar o sangue derramado de tantos inocentes humanos? 

Decididamente esse tipo de presépio natalino me deprime. Fede a hipocrisia!Tirei por um instante os olhos daquela que me parecia uma farsa e me detive a observar pela janela daquela sala que já estava a me sufocar. Vi três crianças barulhentas, descalças, suadas, jogando com algo parecido a uma bola. Algumas mulheres estavam sentadas na calçada conversando em voz alta e rindo. Duas estudantes estavam a regressar, serenas, do colégio, de mãos dadas. Na avenida principal, a poucos metros de casa, o ônibus passou, mais uma vez, rápido e lotado de gente. Pensei por um instante que esse é, de fato, o nosso presépio: a eterna alegria de viver, de jamais desistir de esperar. Apesar dos Herodes e dos senhores, dos soldados e dos fardados. Jamais teremos ‘peças’ suficientes e acertadas para colocar no nosso presépio vivo humano. Para representar e traduzir as infinitas aspirações, e os eternos dramas que um coração sempre novo, e permanentemente renascido, esconde! FELIZ E LUMINOSO NATAL no presépio real!

sábado, 20 de dezembro de 2014

Quarto domingo de advento - colaborar com o reino mesmo não compreendendo

Existem acontecimentos em que nos vemos envolvidos e que não conseguimos compreender. Nos deixam desnorteados, mas mesmo assim percebemos que o nosso envolvimento, mesmo não desejado, é tão grande que não podemos fugir dele  e nem fingir que não nos pertencem. Sentimos que temos que intervir e reagir. Compreendemos que temos que assumir uma posição diante do acontecimento e encontrar o nosso papel nisso, mesmo sem ter clareza do seu sentido.Muitas vezes só depois de anos chegamos compreender o seu sentido e olhando para o passado reconhecemos, algumas vezes, que naquele momento que para nós era escuro, foi a mão de Deus que nos dirigiu. Só com os olhos do depois é que podemos dizer que naquele momento Deus estava se servindo desse ou daquele acontecimento, dessa ou daquela pessoa para nos dizer algo. Uma mensagem, um sinal, uma revelação que muitas vezes modifica a nossa vida para sempre. É como se um anjo venha até nós e nos diga que fomos escolhidos para uma missão que para nós ainda não é clara e, talvez, nem nos sintamos preparados. A dúvida e a insegurança que podemos experimentar no início vai se transformando progressivamente em maior lucidez e segurança na medida em que aceitamos participar ativamente no desenrolar do acontecimento. Foi assim com Maria e foi assim com José. Cada um do seu jeito.  Maria descobre que algo grandioso e espantoso está acontecendo com ela. Não compreende, mas não pode e nem consegue fugir. Aceita entrar em algo em que não tem como dar outra direção àquele acontecimento. Vem compreendendo o sentido da sua maternidade misteriosa só quando Jesus, já adulto, se torna um homem de extrema humanidade jamais vista antes. José, da mesma forma se vê inesperadamente mergulhado numa realidade que não era a que ele queria. Ele queria ser esposo e pai e, de repente, tudo parece se esvair. A sua noiva está grávida, mas não por ele. Quer fugir, mas não consegue. O amor que tem por aquela jovem fala mais alto. Uma voz interior parece lhe dizer que não precisa ser pai biológico para poder se sentir gerador de vida. José parece antecipar aquilo que Jesus já adulto diria ‘quem é meu pai, quem é minha mãe, meus irmãos?’ Aquele que escuta e pratica a palavra da vida e do amor sem limites. Esses são para nós pais, mães, irmãos!

domingo, 14 de dezembro de 2014

Saúde Indígena: agora vem o INSI. Mais uma invenção para comer grana federal destinada aos índios?

O Ministério da Saúde pretende enviar ao Congresso Nacional ainda neste ano o projeto de lei que instituí a criação do Instituto de Saúde Indígena (INSI). O INSI seria uma instituição sem fins lucrativos, mantida com recursos da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), ligada ao Ministério da Saúde, que prestaria atendimento de saúde aos índios. Sob esta configuração, o instituto não seria obrigado a cumprir as exigências dos processos públicos de licitação, contratação de profissionais via concurso público e não estaria sob a jurisdição da Justiça Federal, o que impediria investigações do MPF. Formalmente, o INSI seria contratado pela Sesai para executar as políticas estabelecidas pela secretaria. A subprocuradora-geral da República, Deborah Duprat, desconfia:“É um problema de gestão. A culpa não é da lei ou do SUS, que são aplaudidos internacionalmente, tampouco do orçamento”. Em números absolutos, a verba destinada ao órgão saltou de 326 milhões de reais para 1,045 bilhão de reais. Contudo, segundo levantamentos do CIMI, apenas 7,5% do orçamento de 2014 para a estruturação da saúde indígena foram executados pela Sesai.“Quando a saúde indígena foi transferida da Funasa [Fundação Nacional de Saúde] para a Sesai buscava-se justamente escapar da cilada da corrupção relembra a subprocuradora-geral, Deborah Duprat. A preocupação é que a criação do INSI dificulte a fiscalização dos recursos, uma vez que a Justiça Federal não tem permissão para investigar um serviço social autônomo de direito privado, como seria o caso do instituto. Além disso, Duprat defende que a função desempenhada pelo instituto seja inconstitucional. “A Constituição Federal não proíbe que empresas privadas auxiliem o SUS com recursos próprios, mas proíbe que essa atuação complementar seja realizada com recursos públicos”, explica. “Não podemos impedir que o Congresso discuta [a criação do INSI], mas se vier a ser aprovado acionaríamos o procurador-geral e entraríamos com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade”, adianta a subprocuradora-geral. Em nota, o Ministério da Saúde disse que, se concretizada a criação do Instituto de Saúde Indígena, “todas as contas do instituto serão analisadas pelo conselho administrativo do INSI, pela Sesai e pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus)”. Ao mesmo tempo, “os recursos financeiros aplicados pelo INSI também passarão por controle externo e interno de órgão como Controladoria Geral da União (CGU) e Tribunal de Contas da União (TCU)”.

sábado, 13 de dezembro de 2014

III Domingo de Advento - Testemunhas da luz para desmascarar trevas e iluminar os novos caminhos ( Jo.1,6-8.19-28)

Existem momentos da nossa vida e da história da humanidade em que temos a clara percepção que vivemos numa situação-limite. Ou seja, uma época de grandes confrontações e conflitos que serão determinantes para o seu futuro imediato. A depender do resultado desses embates a humanidade e a pessoa serão obrigadas a tomar uma determinada direção. Ninguém poderá permanecer indiferente e neutro. Assim ocorre na nossa vida pessoal: percebemos de um lado que alguns sonhos se esvaíram e não voltarão, mas sempre aparecem outros. Percebemos que certas condições de existência e de convivência não podem mais continuar do jeito que vêm sendo conduzidas, mas criamos outras e com outras pessoas! Criamos e re-criamos sempre novas formas de vida e de existência, mas elas terão o rosto de quem toma a iniciativa e trabalha para dar uma determinada direção. Nós mesmos nascemos e morremos a nós mesmos permanentemente. O importante é não se deixar carregar pelas enxurradas dos acontecimentos da vida. Inclusive ‘os filhos das trevas’, aqueles que não desejam transformações e querem manter as coisas como estão para poder manter seus privilégios têm que trabalhar ocultamente para criar condições adequadas para que tudo fique do jeito que eles querem. 
João Batista não fazia parte desse grupo de pessoas acomodadas e conformadas e que agem na escuridão. Ele queria que o povo entrasse na dinâmica da mudança de vida, pois as condições em que vivia massacravam pessoas e sonhos. Ao mesmo tempo, João percebia que os tempos ‘estavam maduros’, ou seja, que aquela era a hora certa para produzir as mudanças desejadas. A missão de que ele sentia responsável era aquela de ‘ser voz que grita’ nos desertos da vida exigindo o fim da esterilidade e da improdutividade humana. E,  ao mesmo tempo, ser ‘testemunha da luz’, de forma que através dela sejam desmascarados os produtores de ‘trevas’. João tinha consciência que mesmo não sendo ele a Luz poderia preparar as condições para que a Luz verdadeira pudesse iluminar as novas praticas e os novos caminhos a serem trilhados. Nós somos uma mistura de trevas e luz. Nós também vivemos esse embate interior, mas ao nos definir e ao nos identificar com mais clareza com a ‘Luz verdadeira’ podemos optar por ser luz que ilumina caminhos, e que vence as noites escuras de tantos caminheiros errantes ainda escravos e desnorteados.  

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

FORA o deputado militar racista e fascista Bolsonaro!

"Há um sentimento geral no Plenário de que dessa vez o parlamentar exorbitou todos os limites toleráveis". A frase é da líder da Bancada Feminista na Câmara, Jô Moraes (PCdoB-MG), sobre as declarações do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) direcionadas à ex-ministra dos Direitos Humanos e também deputada Maria do Rosário (PT-RS). Na terça-feira 9, Bolsonaro afirmou, durante discurso no Plenário, que não estupraria Maria do Rosário porque ela não merecia. Quatro partidos (PT, PCdoB, PSB e PSOL) apresentaram na quarta-feira 10 uma representação contra Bolsonaro por quebra de decoro parlamentar. Eles pedem a cassação do mandato do deputado do Rio de Janeiro. A aposta do grupo é que Bolsonaro seja punido como forma de a Câmara dar uma resposta à população. "Alguma punição sairá, talvez não a que a gente quer, mas alguma sairá, porque se não quem se desmoraliza não é o deputado, é a Casa", afirma Jô Moraes. Em 2003, Bolsonaro já havia dirigido ofensas semelhantes contra Maria do Rosário. Na época, não houve punição ao parlamentar. "Eu diria que essa Casa tem convivido com um certo grau de tolerância às agressões morais cometidas contra as mulheres", diz Jô Moraes. "Na legislatura passada foi a deputada Cida Diogo (PT-RJ) que sofreu agressão moral, e nesta a deputada Manuela D'Avila (PCdoB-RS), na Comissão de Justiça, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-RJ) e agora Maria do Rosário", lembra. "Se costuma dizer: 'olha, isso é corriqueiro, ele perdeu a razão'", afirma a deputada. (Fonte: Carta capital)

Comentário: ajude a cassar o mandato desse maluco e vote no site abaixo:

https://secure.avaaz.org/po/petition/Conselho_de_Etica_da_Camara_dos_Deputados_Cassacao_do_Deputado_Jair_Bolsonaro_PPRJ/?nZzCceb

Índios Canela são vítimas de hepatite, coqueluche e influenza. Mais de 15 óbitos em poucos meses. SESAI omissa!

Professores Canela da aldeia Escalvado denunciaram segunda feira passada que diante dos surtos de hepatite e de gripe 19 indígenas faleceram em poucos meses. Entre elas 5 crianças. Eles afirmaram que há uma clara negligência da SESAI. A situação não é nova, mas apenas na última semana a equipe se deslocou para a aldeia. Segundo os professores, antes havia apenas técnicos de enfermagem no posto de saúde, sem medicamentos e sem médicos. Todos os professores ficaram indignados quando leram a parte do texto da nota técnica relativa ao surto em que diz que "nessa etnia a cultura tradicional ainda é preservada e seus costumes em alguns casos chocam com as metodologias da medicina moderna". Eles deixaram claro que a SESAI/DSEI/Pólo Base/Posto de saúde nunca se interessou em conhecer, se aproximar e dialogar com a dinâmica da sociedade Canela e muito menos trocar conhecimentos, inserindo os pajés nos trabalhos de saúde. Também reclamaram que não existe saúde preventiva, apenas aplicação de remédios (quando tem, o que é raro). E ainda fizeram um apontamento chocante: o de que os técnicos de enfermagem não se deslocam para aplicar medicação à casa dos doentes, que precisam andar longas distâncias (com gripe aguda, sem respirar mesmo) até o posto de saúde de duas a três vezes por dia para serem tratados. Eles concluem que a SESAI só está em campo com uma equipe multidisciplinar por causa do excesso de mortes, que poderiam ter sido evitadas antes. Mais de 300 Canela têm sintomas de coqueluche e ‘influenza’. O surto, além de Escalvado, já espalhou pela aldeia de Porquinho. A procuradoria da República está ciente da gravidade e aguarda-se algumas medidas para evitar o pior! 



sábado, 6 de dezembro de 2014

II de Advento - Fazer florescer o deserto que somos nós e que está dentro de nós! (Mc, 1,1-8)

O deserto não é somente um lugar geográfico. É, antes de mais nada, um lugar teológico e existencial. Nós mesmo vivemos num deserto. Nós somos um deserto ambulante. Incapazes que somos de acreditar que por trás de muitos sinais de morte e de desespero existe vida e esperança. No deserto da vida descobrimos que existem outras formas de vida variadas, mesmo que invisíveis aos nossos olhos. Seja Isaías que Marcos sabem disso e em seus escritos transfiguram o conceito-realidade teológica de deserto. Eles nos dizem que é como se fosse impossível para um seguidor do Reino construir uma nova realidade sem passar pelo deserto. Pela experiência da esterilidade existencial. Pelo vazio interior. Isaías se dirige aos seus patrícios que viviam como ele no exílio na Babilônia. Depois de quase 40 anos naquele deserto existencial e social suas vidas estavam ficando insossas. Eles tinham virado um aglomerado humano de conformados, sem auto-estima e no claro perigo de esquecer suas raízes e as bases do sonho coletivo de possuir uma terra livre e farta. Isaías intui que os tempos estavam mudando. Outros países estavam aparecendo no cenário político e ele prevê o desmoronamento de Babilônia. Era preciso, portanto, dar força e infundir coragem aos exilados para que não perdessem a força do sonho de voltar à sua terra natal. Nem que tivessem que enfrentar, mais uma vez, o deserto. Mas agora, a experiência daqueles anos de deserto interior, de falta de sonhos e de tristeza coletiva, deu uma nova estrutura humana e espiritual àquele povo. Agora, estaria pronto para encarar as asperezas do caminho e sobrevir às durezas de um novo deserto, sem se entregar e sem querer voltar atrás. Longe de fugir do deserto da vida esse mesmo povo abriria no seu coração novos caminhos, encontraria nele novas formas de convivência humana que antes era incapaz de vislumbrar. 
Paradoxalmente, nós também para compreender a importância da vida e da nossa capacidade de nos doar e lutar pela vida, é necessário fazer a experiência das tentações, das tribulações, das ameaças e dos percalços que só um deserto oferece. O caminho largo e fácil a ser percorrido não é uma boa pedagogia para o construtor do Reino. O próprio João descobriu isso. E foi no coração do deserto, em plena incapacidade de produzir frutos de transformação e de justiça que ele convoca o povo. Convoca-o a ‘repetir a experiência do deserto’. O mesmo caminho percorrido pelos seus antepassados. A iniciar a partir do aparente ‘vazio interior’ uma nova caminhada de conversão, produzindo novas atitudes de humanidade e compaixão. É no deserto que Jesus também começa um novo itinerário. É lá que compreende que o deserto não é o lugar da morte e da esterilidade. Jesus aposta na multiplicidade de projetos de vida de pessoas que não se assustam mais com seu deserto interior e com o que vem engolindo vidas. Aposta e acredita naqueles que aceitam o desafio de transformar  os desertos da humanidade e fazer florescer o que parece abandonado e esquecido. E dar vida ao que está murcho e agonizante.  

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Advento - Liga-se com a realidade, enfrente acordado a noite da vida e construa um novo dia de luz para todos! (Marcos 13, 33-37)

Para uma pessoa avoada e desconectada da realidade tudo se torna mais difícil e complexo. Ela encontra dificuldade de perceber para onde andam as coisas, ou seja, onde estão as suas chances de crescer, humana e profissionalmente. Onde deveria mudar e assumir novas atitudes, e fazer novas opções de vida em todos os campos.  O desligado deixa que a vida o leve. Pouco ele faz para que a sua vida assuma o rumo que ele mesmo quer lhe dar. A sua incapacidade de analisar e pensar o deixa no escanteio de tudo e de todos. Dessa forma serão sempre os outros a lhe dizer o que deve e o que não deve fazer. E ele se submeterá passivamente para somente cumprir. O evangelho de Marcos com o qual se abre o período do Advento nos alerta que a postura do cristão, do todo homem e mulher maduros, é a de vigiar, de se ligar! Não só, mas de vigiar principalmente durante a noite porque é ‘à noite’ que aparecem os principais desafios e tentações, mas também as ‘oportunidades’ únicas! É claro que Marcos fala da noite da vida. Dos momentos de escuridão existencial e desânimo. De pouca lucidez em enxergar os caminhos a serem trilhados. De tentação em se entregar ao sono-inconsciência da vida. Evidente que ao caminhar em plena luz tudo pode se tornar mais fácil. Mas a luz do dia, para ele, é mais uma conquista por ter superado as tentações das trevas noturnas e ter encontrado um rumo e sentido na vida do que uma conseqüência lógica do fim natural da escuridão. Marcos, longe de querer apavorar os seguidores de Jesus com ‘ameaças’ da ‘vinda próxima e inesperada de Jesus – como um ladrão e um juiz desejoso de flagrar os infratores, - nos oferece, na prática, dicas concretas de como viver o cotidiano na nossa comunidade na esperança ativa e construtiva para fazer brilhar a luz do novo dia para todos. 

O seguidor de Jesus é a pessoa que vive permanentemente conectado com os acontecimentos e as pessoas. Analisa seu sentido profundo, se articula, coordena tarefas e missões (servidores e porteiros). Procura, diuturnamente, sem omissões e sem medo, interferir e modificar a realidade de acordo com os valores evangélicos. O cristão tem consciência que isso é uma missão árdua e difícil. Que a tentação de relaxar e desistir é imensa. Que diante da demora das mudanças desejadas aparece o fascínio da ‘espera acomodada e segura’, pensando intimamente que outros poderão fazer por ele. Que, afinal, ele também tem seus problemas familiares e profissionais, e pensa que não cai o mundo se ele der uma cochilada. Ledo engano nos diz Marcos: é nessa hora que ele perde a grande oportunidade da vida para ser uma pessoa nova, com uma poderosa estrutura humana e de fé para construir ‘luz’ para ele e para todos. Na vida, de fato, parece ser sempre assim: no único momento em que bobeamos a desgraça acontece! Marcos nos diz que é por isso que não podemos desligar sob pena de deixar que a luz do ‘novo dia’ brilhe e dissipe definitivamente as trevas da indiferença, do medo, do egoísmo e da intolerância da vida.  

Amanhã dia 3 de dezembro STF volta a julgar o futuro dos territórios dos quilombolas.

A Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 3239 voltou à pauta de julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) da próxima quarta-feira, 3 de dezembro. A ADI 3239 foi proposta em 2004 pelo então Partido da Frente Liberal - atual Partido Democratas (DEM) - objetivando a declaração de inconstitucionalidade do Decreto n.º 4.887/2003 que regulamenta o procedimento para a titulação as terras ocupadas por comunidades dos quilombos. A ADI faz parte de uma ofensiva de interesses conversadores que tentam obstaculizar a efetividade do direito dos quilombolas à propriedade de suas terras.  A eventual declaração de inconstitucionalidade do decreto pode agravar um cenário que já é bastante preocupante. 

Até hoje, somente 5,7% das famílias quilombolas no Brasil contam com terras tituladas e dessas algumas apenas parcialmente regularizadas. Os mais 1.400 processos em curso no Incra podem ficar paralisados no vácuo das regras para continuidade dos procedimentos. Em 18 de abril de 2012, foi iniciado o julgamento da ADI com o voto do então ministro Antônio Cezar Peluso, relator, pela inconstitucionalidade do decreto questionado. O pedido de vista da ministra Rosa Weber interrompeu a sessão de julgamento, que agora retorna à pauta do STF.Dentre as alegações do DEM está a de inconstitucionalidade formal do decreto por inexistência de lei que lhe confira validade. Questiona-se também a adoção do critério de auto definição para identificar as comunidades remanescentes de quilombos e da possibilidade de se desapropriar áreas para garantir a regularização das terras quilombolas. Já a constitucionalidade do decreto é defendida pela Advocacia Geral da União, pela Procuradoria Geral da República e por diversas ONGs e órgãos do governo. A constitucionalidade do Decreto 4.887/2003 vem sendo reconhecida pelo Poder Judiciário em outras instâncias. (Fonte: Comissão Pró-índio)

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Brasil: Índice de Desenvolvimento Humano em 16 capitais cresce de Norte a Sul, mas permanece muita desigualdade!

A região metropolitana de São Paulo tem o maior IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) entre 16 áreas pesquisadas pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Seu índice é 0,794 em uma escala de 0 a 1 -- quanto mais próximo de 1, melhor o desempenho. O ranking de 16 regiões metropolitanas do país divulgados nesta terça-feira (25) no Atlas do Desenvolvimento Humano, que foi lançado pelo Pnud em parceria com o Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), órgão ligado ao governo federal, e a Fundação João Pinheiro. Com um IDHM de 0,792, a Ride (região integrada de desenvolvimento econômico) do Distrito Federal é a segunda melhor colocada no ranking. A região metropolitana de Curitiba vem na sequência com 0,783.  O quarto lugar ficou com a região metropolitana de Belo Horizonte com 0,774 de IDHM. A quinta melhor região metropolitana é a da Grande Vitória, com 0772. Entre as piores no ranking, a região metropolitana de Manaus obteve a menor índice entre as 16 analisadas pelos pesquisadores, com o IDHM de 0,720. Belém é a penúltima no ranking com 0,729. Fortaleza e Natal aparecem empatadas com terceiro pior IDHM com 0,732. A região metropolitana do Recife vem em seguida com 0,734. Todas as 16 regiões metropolitanas estudadas pelo Pnud encontram-se na categoria alto desenvolvimento humano. O estudo também mostra a comparação com os índices de 2000, primeira vez em que um levantamento do gênero foi feito. Segundo o relatório do Pnud, houve melhora do IDHM nos últimos dez anos em todas as regiões metropolitanas analisadas. Entre os lanternas do ranking de 2010 a melhora do índice também é observada se comparada aos índices de 2000, quando estavam nas categorias baixo e médio desenvolvimento humano. Para o Pnud, os dados mostram a redução das disparidades entre regiões Norte e Sul do país entre 2000 e 2010. São Luis ficou em 10º lugar com 0,755 a melhor colocada entre as capitais do Nordeste. Manaus ficou em último lugar com 0,722. (Fonte: UOL)

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Buriticupu: continua o desafio de fazer respeitar os direitos. Audiência Pública, com a ausência de vários poderes públicos, discute encaminhamentos

Burticupu, a terra sem lei, não desiste em exigir o respeito aos direitos de inúmeros trabalhadores rurais e lideranças populares. A cidade, que foi emancipada em 1996, carrega até hoje os problemas gerados pelos conflitos de terra do início da colonização. Com a extração de madeira, surgem as carvoarias e aparece o trabalho escravo. A grilagem de terras e a pistolagem somam-se ao conjunto de problemáticas. A região ainda é cortada pela Estrada de Ferro Carajás (EFC), de concessão da empresa Vale S.A. A estrada é usada para transportar o minério de ferro extraído na Serra de Carajás – PA e outras matérias-primas. A EFC provoca diversos impactos nas comunidades que se localizam em sua extensão. O barulho provocado pelo trem, rachaduras nas casas e trepidações são alguns exemplos. É nesse contexto que líderes religiosos da Igreja Católica passam a lutar contra a exploração de madeira e discutir a reforma agrária. A luta foi ganhando força e hoje Buriticupu conta com defensores e defensoras de direitos humanos. Pessoas que defendem a vida e a natureza e trabalham em busca da justiça social criam o Fórum de Políticas Públicas de Buriticupu (FPPpara fazer frente a todas essas violações. O fórum é uma rede de entidades que defendem os direitos socioambientais na região e para isso promovem diversas ações de combate às injustiças. A última atividade realizada pelo fórum foi a audiência pública “Conflitos Socioambientais e garantias institucionais na Comarca de Buriticupu” realizada na última quarta (19 O objetivo da audiência desse ano foi mostrar que a sociedade civil mantém vigilância permanente sobre as políticas públicas e a falta de atuação do Estado, querendo tornar efetivas suas reivindicações. O FPP cobrou maior investigação nos casos de assassinatos de lideranças comunitárias, como o de Raimundo Borges, conhecido como “Cabeça”, assassinado em 14 de abril de 2012. As pessoas denunciadas pelo homicídio de “Cabeça” continuam livres e o júri ainda não aconteceu. Além disso, o FPP discutiu sobre os avanços e os retrocessos sentidos no intervalo entre as duas audiências. Em 2013 reivindicava:- o cumprimento do TAC assinado em 19 de março de 2009, sobre segurança pública no Município, que ainda não foi cumprido em sua totalidade;- a implantação de uma unidade da Defensoria Pública do Estado na comarca de Buriticupu; - a implantação da Delegacia da Mulher em Buriticupu;- a implantação de uma Vara da Infância; - a implantação do Conselho Municipal de Direitos Humanos;- a instalação da Segunda Vara da comarca de Buriticupu;- a instalação da comarca de Bom Jesus das Selvas, deixando de ser termo de Buriticupu. 
“O Ministério Público vai tomar as providências que estiverem ao seu alcance para garantir a instalação de um núcleo da Defensoria Pública Estadual (DPE) em Buriticupu afirmou a Promotora de Justiça Glauce Malheiros . E vai mais longe:' Eu proponho avaliar a possibilidade de ingressar com uma ação judicial para que o Estado seja obrigado a promover a instalação da DPE em Buriticupu. Garanto que antes de sair de Buriticupu tomarei providências para essa ação, se necessário for”. Uma delegação formada pelo FPP, a rede Justiça nos Trilhos, Justiça Global e o Conselho Estadual de Direitos Humanos do Maranhão pedirá audiências em São Luís, até o final desse ano para tentar mobilizar os poderes públicos ausentes e omissos. (Fonte: Justiça nos Trilhos)

sábado, 22 de novembro de 2014

Festa de Cristo rei do universo - Assumir os valores que contam, e arcar com as consequências, no bem e no mal! (Mt. 25, 32-46)

Não há como negar que a Palavra de hoje é dura. Aparentemente não é uma ‘boa nova’, pelo menos para os’ cabritos’. É também verdade que a palavra hodierna é uma ‘parábola’ e não uma descrição do que efetivamente poderá acontecer no julgamento final, cujo dia ‘nem o Filho do Homem sabe o dia e a hora’! Uma parábola que reflete fielmente a nossa realidade humana cotidiana, ou seja, a nossa procura incessante por valores e opções de vida que nos realizem e nos façam sentir felizes. Afinal, Jesus nos pergunta: sobre quais pilares você está construindo, hoje, a sua vida? Saiba que a depender disso você terá que arcar com conseqüências lamentáveis ou fazer a experiência da plena realização humana e espiritual. Da mesma forma que ocorre quando uma pessoa brinca demais com a vida: fuma, usa drogas, corre em alta velocidade, tira proveito de tudo e todos, mente, não é precavido. Chega uma hora em que a dependência o domina, a doença o martiriza, um incidente grave o torna inválido, perde a amizade e a estima das pessoas, entra em colapso psicológico. Isto não é castigo ou condenação divina. É o preço (condenação) que pagamos por nós mesmos ter feito opções erradas, por não ter investido nos verdadeiros valores que contam e que dão sentido ao nosso existir. 

Na parábola Jesus nos diz quais são os valores que para Ele são a base para a construção e o desenvolvimento de um ‘reino de felicidade e paz’ e, ao mesmo tempo, de felicidade interior plena. Dar de comer ao faminto, dar água ao sedento, acolher e proteger o estrangeiro, vestir o nu, visitar o detento e acudir o doente são os ‘sinais concretos da misericórdia’ divina e humana. São essas ações que são capazes de transformar vidas. São expressões de amor não dirigidas para si, para estar de bem consigo mesmo, mas manifestações voltadas para fora, para os outros. Para fazer a felicidade do outro que é mais frágil e mais desprotegido. Ao fazer isso, os dois, - o que oferece e o que recebe, - fazem a experiência da plenitude de vida e felicidade. Isto se choca com a filosofia de vida de muitos e com a prática humana pós-moderna, onde ‘investir em si’ está acima de tudo, e ajudar e dar gratuitamente a quem precisa parece ser uma ameaça à própria carreira profissional. Já temos muitas pessoas-cabritos pagando por isso! Não se trata de sermos perfeitos, de sermos ovelhas obedientes e responsáveis sempre, e em todas as circunstâncias. Seria algo irreal. Mas é urgente compreender que existem valores irrenunciáveis que devem ser ‘descobertos’ e, principalmente, incorporados. A nossa vida ou a nossa morte, a nossa felicidade ou a nossa infelicidade estão em jogo. Afinal, ninguém nos julgará e nem condenará, - pois não é o modo de proceder do Deus de Jesus, - mas seremos nós mesmos a nos colocar à margem de onde flui vida plena, ou mergulhar definitivamente na paz que vem da doação e da solidariedade. 

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Aécio e Marina receberam para suas campanhas milhões de empresas envolvidas no mercado de propinas

O “clube” formado pelas empreiteiras acusadas de integrar o esquema de corrupção denunciado à Justiça pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, no âmbito da operação Lava Jato da Polícia Federal, repassou R$ 160,7 milhões aos principais partidos de oposição ao governo federal no Congresso Nacional. Do total, R$ 129,34 milhões foram destinados ao PSDB, R$ 15,85 milhões ao DEM e R$ 15,57 milhões, ao PSB. O “clube”, como os próprios membros se autodenominam nos grampos autorizados pela Justiça  é formado por dez empresas investigadas por  formação de cartel destinado a controlar as obras da estatal em projetos de expansão e construção de polos petroquímicos, refinarias e extração de petróleo. Além das construtoras Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Iesa, Engevix e Toyo Setal, o grupo reconhecia dentro do próprio esquema uma hierarquização que classificava como “VIP” as suas comparsas Camargo Correa, UTC, OAS, Odebrecht e Andrade Gutierrez, consideradas as maiores do país. As doações contribuíram para eleger candidatos tucanos como os governadores Geraldo Alckmin (SP) e Beto Richa (PR) e os senadores  José Serra (SP), Álvaro Dias (PR), Antônio Anastasia (MG). Também financiou candidaturas tucanas derrotadas à Presidência e governos estaduais, como as do senador mineiro Aécio Neves e Pimenta da Veiga, que concorreu e perdeu o governo de Minas para o petista Fernando Pimentel.Os recursos financiaram, ainda, a candidatura da ex-senadora Marina Silva (PSB), sucessora dos recursos destinados ao falecido ex-governador pernambucano Eduardo Campos, candidato socialista morto em 13 de agosto na queda do avião Cessna Citation em Santos (SP), em que viajava para compromissos eleitorais no Guarujá.
Valor parcial – Para obter os dados relativos ao repasse de financiamento eleitoral, a Agência PT de Notícias fez  minucioso levantamento no sistema compulsório de prestação de contas de partidos e candidatos, disponível na página do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na internet. Os dados ainda não são definitivos e podem ser ainda maiores. As doações aos candidatos que foram ao segundo turno, como Aécio Neves, são apenas parciais. Referem-se aos valores efetivamente repassados antes de 5 de outubro, data do primeiro turno de votação. (Fonte: Márcio de Moraes)

Gilmar Mendes, o ministro 'parcial' que vai analisar as contas de Dilma prepara o 'terceiro turno'! Brasileiros se preparem!

Ontem, o Ministro Gilmar Mendes convocou técnicos do Tribunal de Contas da União, da Receita Federal e do Banco Central para se debruçarem na análise das contas de Dilma Rousseff. As investigações serão tanto das contas do comitê de campanha, como da própria candidata Dilma Rousseff, segundo informações do blogueiro Fernando Rodrigues. Há uma montanha de documentos para serem analisados.A análise das duas prestações de conta foi remanejada para Gilmar pelo presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Antônio Dias Toffoli, mediante um conjunto de estratagemas.Os processos estavam com o Ministro Henrique Neves, cujo mandato venceu. Menos de oito horas úteis após o vencimento do mandato, antes mesmo que o PT tivesse entregado os relatórios, Toffoli apressou-se, atropelou o regimento interno do TCE –que indicava a figura do juiz natural no substituto de Neves ou em um juiz da mesma classe – e efetuou o sorteio.Estatisticamente, há um conjunto de circunstâncias que sugerem que o sorteio foi fraudado. A probabilidade dos dois processos caírem com Gilmar era de 1 em 49.Gilmar jamais se comportou com isenção em temas relacionados com seus aliados (do PSDB a Demóstenes Torres e José Roberto Arruda), aos quais protege, e com os adversários, que recebem sistematicamente votos contrários.Assim como Joaquim Barbosa no julgamento da AP 470, o relatório que está sendo preparado por Gilmar Mendes será uma peça de acusação. Provavelmente, tentará relacionar o caixa 1 de campanha com os dados da Operação Lava Jatos.Mesmo contando com um parecer do Procurador Eleitoral Eugênio Aragão, aparentemente a área jurídica do governo e do PT não se moveram para obrigar Toffoli a cumprir o regimento.(Fonte: GGN)

Diferenças entre "Mãos limpas' e 'Lava-Jato'! Que se investigue FHC, o pioneiro nas práticas do 'toma lá dá cá'!

Pretende-se semelhança entre a nossa Operação Lava Jato e a Operação Mãos Limpas dos começos dos anos 90. Ambas visam devassar e condenar esquemas corruptos, mas há mais diferenças do que parecenças. As duas operações apresentam os rostos de figuras centrais, o PM Antonio Di Pietro e o juiz Sergio Moro. Na Itália, o grande inquisidor Di Pietro foi logo secundado por um pool de juízes e a operação levou à cadeia mais de mil cidadãos, atingidos ao cabo por condenações inflexíveis e amiúde longas. Políticos e empresários. Alguns destes mataram-se antes de ser presos. O político que dominara por dez anos, o líder socialista e primeiro-ministro Bettino Craxi, condenado a oito anos de cárcere, fugiu para a Tunísia, a salvo da extradição. A comparação entre o PT e o PCI exibe outra diferença. Ao contrário daquele, a se revelar igual a todos os demais partidos brasileiros, não houve condições de provar que políticos comunistas de qualquer escalão tivessem embolsado um único, escasso tostão, conquanto não fossem isentados de meticulosas investigações. O desfecho da Mãos Limpas foi a implosão da Primeira República, nascida no imediato pós-Guerra. Nem sempre este gênero de terremoto produz bons resultados, além do ataque à corrupção, eficaz de saída. No vazio de poder que se seguiu, ao vir à luz a Segunda República, instalou-se um predador clownesco chamado Silvio Berlusconi, enquanto o PCI mudava de nome, chamuscava a sua identidade e se perdia em disputas internas. Eis aí uma lição que seria oportuno aproveitar: a antipolítica sempre deságua em desastre. Em nome da negação da política, tida como origem de todos os males e de todas as mazelas, as ideologias chamadas a nutrir o debate responsável são abandonadas em proveito do desarme da consciência. Ou, por outra, da promoção da ignorância, do preconceito, do equívoco. No Brasil, um pensamento antipolítico leva ao fortalecimento da casa-grande e incentiva a mídia nativa no seu esforço de despolitização de quantos a leem ou ouvem.

Aonde nos conduz a Operação Lava Jato não é fácil prever. Creio que o juiz Moro queira apenas e tão somente fazer justiça e creio que esta venha a ser aplicada com todo o rigor. Tenho outra certeza: este processo vai confirmar o pecado capital da política à brasileira, cometido desde sempre. Gostaria, portanto, que outros fatos a enodoar o passado da política brasileira viessem à tona, inclusive os ocorridos em tempos recentes, antes da primeira vitória de Lula. Pois então, em um arroubo de pacata ilusão, proponho: chamemos o tão falante Fernando Henrique Cardoso, erguido no alto de livros que ninguém leu, para que explique como se deu a privatização das Comunicações, a maior bandalheira da história do Brasil. Ou de como foi feliz na compra de votos para conseguir a sua reeleição. Ou de que maneira foram enterrados os casos Sivam e Pasta Rosa. Nesta terra pretensamente abençoada por Deus, uma multidão implora pelo definitivo triunfo da moral, com M grande, e não se incomoda com quem inaugurou a transgressão. A maioria, por viver no limbo, alguns por hipocrisia. Se a Operação Lava Jato cumprisse o cauteloso vaticínio da presidenta Dilma, ao imaginá-la capaz de provocar uma mudança positiva nos hábitos políticos do País (e eu gostaria se também fossem comportamentais para a sociedade em peso), que bem venha. Até para impedir, daqui para a frente, que somente pobres e petistas sigam para a cadeia.(Fonte: Carta Capital)

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Mais dois Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) são alcançados pelo Brasil. Só 'eles' que não enxergam....

O Brasil alcançou com antecedência mais dois Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) fixados pela Organização das Nações Unidas (ONU) para 2015: reduzir pela metade a população sem acesso a saneamento e em dois terços a mortalidade até cinco anos de idade. O registro que observa que o País “cruza a  faixa final” dessas duas metas – entre outras já cumpridas anteriormente e algumas que dificilmente o  serão no prazo – está no 5º Relatório Nacional de Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, lançado no fim de maio. O relatório anterior, publicado em 2010, trazia dados que cobriam o  período 1990-2008, em sua maioria atualizados até 2012 no novo documento, cuja elaboração foi coordenada pelo Ipea e pela Secretaria de Planejamento e Investimento Estratégico do Ministério do Planejamento,  Orçamento e Gestão.(Fonte: GGN)

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Empreiteiras deverão devolver grana extorquida à Petrobrás, mas os partidos vão fazer o mesmo?

A Controladoria Geral da União já possui farto material para abrir processos contra as nove empreiteiras acusadas de ter dado propinas a executivos da Petrobrás. O ministro-chefe, o senhor Hage, já disse que não há como celebrar novos contratos com essas empreiteiras sem que haja ‘compensação’, ou melhor, devolução da grana obtida graças aos super-faturamentos praticados, além de outras vantagens conexas. Sabe-se, porém, que parte dessa grana foi entregue a políticos do PT, PMDB e PP. Pelo menos por enquanto e, principalmente, nessa ‘Operação Lava-jato’, pois se ampliar (governos estaduais) o negócio pega fogo com muitos outros partidos. A pergunta é: os partidos vão devolver os 2% (ou mais) que recebiam das empreiteiras através de seus intermediários, ou fica por isso mesmo? Seria muito pouco, futuramente, escolher alguns deputados bodes expiatórios e torná-los inelegíveis, sem exigir a devolução da grana que, mesmo não sendo pública, foi fruto da extorsão e dos super-faturamentos e regou ‘os partidos’ e não somente pessoas.... 

terça-feira, 18 de novembro de 2014

36 milhões de pessoas vivem em situação de escravidão no planeta terra

Quase 36 milhões de homens, mulheres e crianças - 0,5% da população global - vivem em situação de escravidão moderna no mundo, segundo levantamento divulgado nesta segunda-feira pela organização de direitos humanos Walk Free Foundation. O Brasil, apesar de ter um dos menores índices de escravidão do continente americano (atrás de Canadá, EUA e Cuba), ainda abriga 155,3 mil pessoas nessa situação, que abrange desde trabalho forçado ou por dívidas, tráfico humano ou sexual até casamentos forçados, em que uma das partes é subserviente. "Depois da Europa, o continente americano é a região com a menor prevalência de escravatura moderna no mundo. Ainda assim, cerca de 1,28 milhão de pessoas (no continente) são vítimas de escravatura, na sua maioria por meio do tráfico sexual e exploração laboral, (sobretudo) trabalhadores agrícolas com baixas qualificações e elevada mobilidade", diz o relatório. "Um dos principais fatores na região são as fortes tendências migratórias transnacionais, que levam pessoas vulneráveis a abandonar seus lares em busca de trabalho. As condições de trabalho são muitas vezes deploráveis e podem incluir servidão por dívida, confinamento físico, ausência de dias de descanso, falta de água potável, retenção de salários e horas extras ilegais, muitas vezes sob ameaça de deportação." Não surpreende, portanto, que o empobrecido Haiti lidere o ranking da região: 2,3% de sua população vive em condições de escravatura moderna, segundo o Índice Global de Escravatura.O relatório destaca que o Brasil está entre os países com "respostas governamentais mais firmes" contra o problema, ao encorajar as empresas a pressionarem pelo fim do trabalho escravo nas diversas etapas de sua cadeia produtiva. (Fonte: BBC)

Desmatamento na Amazônia Legal aumenta de 467 % !

O desmatamento na Amazônia Legal chegou a 244 km² em outubro, aumento de 467% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram desmatados 43 km². O monitoramento, não oficial, foi feito pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), da organização de pesquisa Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), de Belém (PA). Em outubro, 72% do território da Amazônia Legal foi monitorado, por causa da cobertura de nuvens. Em outubro do ano anterior, o monitoramento abrangia 69% do território. Segundo o boletim, no mês passado, Rondônia foi novamente o Estoniaado mais afetado, concentrando 27% do desmatamento. O restante se distribuiu entre Mato Grosso (23%), seguido por Pará (22%) e Amazonas (13%), com menor ocorrência em Roraima (9%), Acre (5%) e Amapá (1%). Além dos dados correspondentes ao corte raso, o Imazon divulgou números sobre a degradação florestal - as áreas onde a floresta não foi inteiramente suprimida, mas foi intensamente explorada ou atingida por queimadas. Em outubro, as florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 468 km². Em relação a outubro de 2013, houve um aumento de 1.070%, quando a degradação florestal somou 40 km². (Fonte: O Estado de São Paulo)

12 anos de governo tucano (PSDB) em Minas: esses caras não são sérios!

No apagar das luzes dos 12 anos de gestão do PSDB em Minas, o Estado já programou pelo menos 54 licitações a serem realizadas até o fim do ano, ou seja, em menos de 50 dias. Juntas, as obras somam R$ 692,6 milhões. Um dos certames foi marcado para o penúltimo dia do governo, 30 de dezembro. As contas serão pagas pelo próximo governador de Minas, Fernando Pimentel (PT). A equipe de transição diz que não foi comunicada sobre os compromissos que estão sendo firmados em nome da próxima gestão. Do outro lado, o governo informa que os processos já estavam previstos e que são para manutenção e garantia de serviços. Um levantamento ao qual O TEMPO teve acesso mostra que 43 concorrências foram divulgadas pelos órgãos executores após o dia 5 de outubro, data das eleições que elegeram o PT para assumir o Executivo estadual. Outro fato curioso é o prazo para execução das intervenções. Em algumas delas, a previsão é de 36 meses, ou seja, serão realizadas durante mais da metade do próximo mandato. O professor de contas públicas da Faculdade de Ciências Contábeis e Atuariais da Universidade de Brasília (UnB) Roberto Piscitelli avalia que o número de processos até o fim do ano é elevado e foge do padrão do comportamento de gestores em fim de mandato, como é o caso. (Fonte O Tempo)

ESCANDALOSO: GILMAR MENDES E TOFFOLI ARMAM GOLPE CONTRA DILMA SEM PRECISAR DE IMPEACHMENT !

Já entrou em operação o golpe sem impeachment, articulado pelo Ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Antonio Dias Toffoli em conluio com seu colega Gilmar Mendes. O desfecho será daqui a algumas semanas.

As etapas do golpe são as seguintes:
1. Na quinta-feira passada, dia 13, encerrou o mandato do Ministro Henrique Neves no TSE. Os ministros podem ser reconduzidos uma vez ao cargo. Presidente do TSE, Toffoli encaminhou uma lista tríplice à presidente Dilma Rousseff. Toffoli esperava que Neves fosse reconduzido ao cargo (http://tinyurl.com/pxpzg5y).
2. Dilma estava fora do país e a recondução não foi automática. Descontente com a não nomeação, 14 horas depois do vencimento do mandato de Neves, Toffoli redistribuiu seus processos. Dentre milhares de processos, os dois principais - referentes às contas de campanha de Dilma - foram distribuídos para Gilmar Mendes. Foi o primeiro cheiro de golpe. Entre 7 juízes do TSE, a probabilidade dos dois principais processos de Neves caírem com Gilmar é de 2 para 100. Há todos os sinais de um arranjo montado por Toffoli.
3. O Ministério Público Eleitoral, através do Procurador Eugênio Aragão, pronunciou-se contrário à redistribuição. Aragão invocou o artigo 16, parágrafo 8o do Regimento Interno do TSE, que determina que, em caso de vacância do Ministro efetivo, o encaminhamento dos processos será para o Ministro substituto da mesma classe. O prazo final para a prestação de contas será em 25 de novembro, havendo tempo para a indicação do substituto - que poderá ser o próprio Neves. Logo, “carece a decisão ora impugnada do requisito de urgência”.
4. Gilmar alegou que já se passavam trinta dias do final do mandato de Neves. Na verdade, Toffoli redistribuiu os processos apenas 14 horas depois de vencer o mandato.
5. A reação de Gilmar foi determinar que sua assessoria examine as contas do TSE e informe as diligências já requeridas nas ações de prestação de contas. Tudo isso para dificultar o pedido de redistribuição feito por Aragão.

Com o poder de investigar as contas, Gilmar poderá se aferrar a qualquer detalhe para impugná-las. Impugnando-as, não haverá diplomação de Dilma no dia 18 de dezembro. O golpe final - já planejado - consistirá em trabalhar um curioso conceito de Caixa 1. Gilmar alegará que algum financiamento oficial de campanha, isto é Caixa 1, tem alguma relação com os recursos denunciados pela Operação Lava Jato. Aproveitará o enorme alarido em torno da Operação para consumar o golpe.
Toffoli foi indicado para o cargo pelo ex-presidente Lula. Até o episódio atual, arriscava-se a passar para a história como um dos mais despreparados Ministros do STF.

Durante a campanha, já tomara decisões polêmicas, que indicavam uma mudança de posição suspeita. Com a operação em curso, arrisca a entrar para a história de maneira mais depreciativa ainda. A história o colocará em uma galeria ao lado de notórios similares, como o Cabo Anselmo e Joaquim Silvério dos Reis.
Ontem, em jantar em homenagem ao presidente do STF, Ricardo Lewandowski, o ex-governador paulista Cláudio Lembo se dizia espantado com um discurso de Toffoli, durante o dia, no qual fizera elogios ao golpe de 64. Se houver alguma ilegalidade na prestação de contas, que se cumpra a lei. A questão é que a operação armada por Toffoli e Gilmar está eivada de ilicitudes: é golpe. Se não houver uma reação firme das cabeças legalistas do país, o golpe se consumará nas próximas semanas. O processo de impeachment exige aprovação de 2/3 do Congresso. Já a rejeição das contas impede a diplomação. A decisão fica com o Judiciário. Este é o golpe paraguaio. (Fonte: GGN - Luis Nassif)

sábado, 15 de novembro de 2014

Manifestações anti-Dilma: faca de dois gumes!

Bem venham as manifestações anti-Dilma, embora só em São Paulo e, embora pedindo autênticas loucuras. Talvez os seus organizadores não percebam que manifestações desse tipo, movidas unicamente pela raiva, a intolerância, e a emocionalidade política circunstancial têm o poder de despertar a sua reação igual e contrária. Enganam-se os promotores de tais mobilizações que irão produzir um efeito dominó em nível nacional. Fechando fileiras com eles, claro! O feitiço poderia voltar-se contra o feiticeiro da forma mais clássica: não provando nada contra a presidente e nem sobre as eleições estariam dando, no final, uma declaração de inocência em favor da presidente que passaria a assumir o papel de perseguida e vítima do ranço da direita, fascista e intolerante. Mais: os promotores do contra estariam motivando os ‘dilmistas’ que repousam, nesse momento, na cama da vitória a ocuparem as ruas e praças, e mostrar unhas e dentes. Facas de dois gumes, inconformados! Na hora: uma manifestações anti-direita e por direitos juntou 10.000 em São Paulo! VENHAM!

Crise econômica? Não para eles! Dobra o número de bilionários no mundo!

Em um mundo angustiado pela crise econômica, aprendemos que de março de 2009 a março de 2014, exatamente o período considerado mais crítico, depois da bancarrota do Lehman Brothers, o número de bilionários do planeta dobrou: eram 793 no começo do furacão e agora somam 1.645. Os 85 mais ricos entre eles, no mesmo período, incrementaram seus capitais em 668 milhões de dólares a cada dia e sua renda equivale àquela de metade da população mundial, 3,5 bilhões de outros seres humanos. Os dados constam, entre outras “pérolas”, do recente estudo sobre a desigualdade no mundo, publicado pela Oxfam, rede internacional de 19 ONGs que combatem a pobreza. (Fonte: Carta Capital)

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Ex-prefeito, vereador, pastor evangélico, polícia militar são flagrados dentro da terra Indígena dos Ka'apor. FUNAI omissa!

Dia 17 de outubro de 2014, cerca de 50 indígenas da etnia Ka’apor fecham mais um ramal de entrada de madeireiros na Quadra 50, na Terra Indígena Alto Turiaçu, município de Centro do Guilherme, noroeste maranhense. Esta ação vem sendo realizada há um ano pelos indígenas após a ausência total da Funai na área. Na ocasião do fechamento do ramal, dois grandes fazendeiros da região, o Sr. Avenir, ex-prefeito de Amapá do Maranhão e o Sr. Joel, preso no inicio do ano pela Policia Federal por porte ilegal de armas e formação de quadrilha vem colocando obstáculos e dificuldades para o trabalho dos indígenas. Além de facilitarem a entrada de madeireiros na terra indígena, negociam com colonos da região para a derrubada de madeira dentro dos assentamentos rurais. No dia 24 de outubro quando resolveram realizar limpeza dos limites para tirar dúvidas com os fazendeiros, encontraram pessoas com maquinários (trator, jericos, caminhões) realizando derrubada e transporte ilegal de madeira na terra indígena. O grupo era comandado por um vereador conhecido como “Valtinho” do Centro do Guilherme. O Sr. Valtinho há muitos anos realiza derrubada e transporte ilegal de madeira da terra indígena. Falam que esse senhor comprou o lote vizinho da terra indígena para facilitar a entrada de madeireiros. Pois, ele cobra pela entrada e retirada de madeira. Nega seu envolvimento com a agressão à terra indígena, sempre atribuindo a ação a outros. Os indígenas encontraram um grupo de pessoas com maquinários no interior de terra indígena. Entre o grupo encontrava-se um pastor evangélico conhecido como “Pedro fuluca” do município Governador Nunes Freire (Encruzo), vizinho do município de Centro do Guilherme. O mesmo encontrava-se com uma motocicleta que diz pertencer ao Delegado Elcio, do município de Centro do Guilherme. Segundo indígenas, um cabo e policiais militares estiveram na Aldeia Waxigyrenda na semana anterior ao fato pedindo que o cacique liberasse o corte de madeira para eles o que foi recusado pelas lideranças e cacique. Mesmo depois dos indígenas terem avisado que continuariam a vigilância na área, os agressores permanecem desrespeitando e realizando ações de derrubada e transporte pela noite e madrugada. Desde março os indígenas aguardam a Funai instalar os Postos de Vigilância e Fiscalização na Terra Indígena. O órgão indigenista até o presente momento nunca se manifestou sobre a ação de proteção aos indígenas e seu território.
(Fonte: KAAPORTARUPI e CGK)

Polícia Federal prende ilegalmente cacique Suruí por denunciar desvios na Saúde Indígena

O cacique Elton John Suruí, da aldeia Itahy, do povo Aikewara (também conhecidos como "Suruí do Pará"), foi preso na manhã de ontem, quarta-feira 29 de outubro, na sede da Funai. Segundo informações preliminares, ele teria recebido uma ligação do delegado da Polícia federal em Marabá para prestar depoimento em uma audiência. Dirigiu-se, em seguida, da aldeia para a sede da Funai, para ser acompanhado por funcionários do órgão e para se informar do que se tratava. Os funcionários da Funai não tinham conhecimento de nenhum mandado de prisão contra ele e ligaram para a delegacia de Polícia Federal para buscar informações. Nesse momento, por volta das nove e meia da manhã, duas viaturas da PF realizaram a abordagem na sede da Funai e levaram Elton para a delegacia. O funcionário Eric Belém de Oliveira foi logo após para prestar assistência e acompanhar Elton. No entanto, ao chegar, diz Oliveira, o depoimento de Elton já teria sido colhido, sem a presença de advogado ou funcionário da Funai, e ele já teria recebido ordem de prisão. "Nesse momento foi comunicado que ele seria transferido para Belém, para garantir a integridade física dele. Apenas teve tempo de se despedir de seu pai."
Segundo Clelton Suruí, irmão de Elton, a prisão está ligada a denuncias feita pelos indígenas de corrupção no sistema de saúde: "Ele descobriu que estava havendo desvio de verba na saúde indígena e denunciou isso. Foi a partir desse momento que começaram a perseguir ele politicamente, perseguição feita pela Sesai (Secretaria especial de Saúde Indígena). É um jogo político. Queriam desarticular o movimento indígena da região de Marabá para que não fosse investigado o que estava acontecendo e as nossas denúncias. Ele sabia que era um jogo político e que iriam prender ele mais cedo ou mais tarde. Porém, o pretexto que foi utilizado pela PF é que revolta a todos na nossa comunidade: para tirar ele da comunidade disseram que ele viria prestar esclarecimento na sede da PF, e daí ele foi autuado na porta da Funai preso e agora transferido para longe da família." Os familiares tentam conseguir agora a liberdade provisória para que ele possa acompanhar o processo na aldeia. "No fundo, a forma como as pessoas que estão no poder manipulado a Justiça é para que as autoridades indígenas não tenham poder de correr atrás dos seus direitos e defender seu povo. É uma perseguição política." (Fonte: Carta Capital)

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Lucros da VALE caem no 3º trimestre e rompe contrato com a Camargo Correa na duplicação da ferrovia do Carajás. 2.000 trabalhadores estão na rua!

A Vale, maior produtora global de minério de ferro, teve prejuízo de R$ 3,381 bilhões entre julho e setembro deste ano, contra lucro de R$ 7,949 bilhões no mesmo período de 2013, em um trimestre duramente impactado pela queda do preço da matéria-prima do aço e por perdas cambiais. O resultado, prejuízo de US$ 1,44 bilhões, ficou muito abaixo da média das estimativas do mercado obtidas pela Reuters, que apontava um lucro de US$ 956 milhões no período.

Enquanto isso, as obras de duplicação da Ferrovia Carajás estão paralisadas.Motivo: desentendimentos entre a Vale e a construtora Camargo Correa. A mineradora estava insatisfeitas com a forma como a Camargo vinha tocando as obras, e o descumprimento de prazos estipulados em contrato. Cerca de duas mil pessoas receberam rescisão trabalhista, no trecho que vai de São Pedro de Água Branca, no Maranhão, a Carajás.Como a previsão é de que a Vale necessitará de considerável tempo para contratar outra construtora, em substituição a Camargo, autoridades dos municípios cortados pela ferrovia começam a ficar preocupadas com as consequência da demissão em massa.A ampliação da ferrovia está sendo feita para atender a demanda da mina de Carajás e, futuramente, o projeto Serra Sul, com capacidade estimada em 90 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. 

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

No frigir dos ovos...Dilma era, e é, o 'mal menor'!

“A reeleição de Dilma é, antes, a reafirmação do sistema político brasileiro em não mudar os termos de sua disputa, reencenando a polarização entre PT e PSDB, uma dialética do menos pior que substitui o esvaziamento da dinâmica político-partidária”. A declaração é de Bruno Cava à IHU On-Line, ao comentar o resultado das eleições presidenciais deste ano. Ele frisa que “o último ato dessa peça, com Dilma de branco pedindo diálogo com a oposição, teve como pano de fundo o sorriso amarelo de Michel Temer. Ali estão Kátia Abreu, Collor, Pezão, Sartori e tantos outros, onde também serão bem- vindos banqueiros, grandes proprietários e megaempresários que, terminada a eleição, se reacomodam no poder constituído”. E acrescenta: “Esse pano de fundo inquestionado seria o mesmo, caso Aécio vencesse”. Na interpretação dele, o processo eleitoral “indica o esgotamento final da representação político-partidária no Brasil, na medida em que um grande espaço político não foi ocupado por nenhuma das forças que se apresentaram nessa eleição”. Nesse quadro, “as manifestações de 2013 e as transformações sociais não encontraram repercussão no debate eleitoral, reduzido rapidamente a campanhas negativas, investidas acusatórias, denuncistas, a um encadeamento de angústias, fobias e reações raivosas que tomou as redes sociais e, no final, parte das ruas do país”.
Bruno Cava lembra ainda que “o governo Dilma foi madrasta com as lutas e mobilizações sociais. Ativistas presos durante a Copa, tanques e tribunais militares na favela, e os projetos de Belo Monte e Tapajós estão na conta desse governo que, em sérios apuros na eleição, anuncia arrogantemente a obrigação moral de que a esquerda vote nele”. Ele justifica que o “apoio de alguns movimentos organizados no 2º turno, como MTST, Brigadas Populares de MG ou grupos LGBT, foi para vetar o ‘pior maior’, que seria um governo Aécio embalado com um discurso antiesquerda. A reeleição indica, novamente, a ausência de uma alternativa capaz de furar o cerco do sistema político”.Nesse jogo político, assevera, “o apoio do PMDB se reafirma como dogma, o PSB caminha no sentido de emular o PMDB, o PT anuncia pela enésima vez a promessa de renovação e ‘guinada à esquerda’, a Rede perdeu muito com o desastre da campanha de Marina e o PSOL ganhou força no Rio de Janeiro, única dissonância ao consenso petista-pemedebista, embora em nível nacional a votação tenha sido aquém do que se esperaria depois de tantas lutas e mobilizações em 2013”. (Fonte:IHU)


Em Pedrinhas um só detento votou, e o seu voto não ficou secreto!

Eles não quiseram sair [das celas]. Disseram que passariam muito tempo longe e preferiram ficar com as famílias”, conta Ariston Apoliano, coordenador-executivo da Unidade de Monitoramento Carcerário do Tribunal de Justiça maranhense, que participou da organização do pleito. Palco de rebeliões, fugas, guerra entre facções criminosas e 78 mortes desde o início de 2013, Pedrinhas exigiu uma logística complexa para a votação. O processo de triagem ainda iria dividi-los de acordo com o grau de periculosidade. O transporte de ida e volta entre a CCPJ e as outras prisões de Pedrinhas seria feito em carros com escolta. A rodovia BR-135 passa entre as unidades do complexo.Segundo Apoliano, os detentos já haviam reclamado do processo no primeiro turno, quando também era dia de visita e apenas 12 dos 48 presos provisórios –como são chamados os que aguardam julgamento– foram votar.Na segunda etapa, o boicote foi quase unânime. “A gente fez nossa parte e botou uma seção lá para garantir o direto deles. É uma pena que não teve o número que esperávamos”, diz o coordenador.O único detento que aceitou sair da cela para votar no domingo escolheu Dilma Rousseff (PT) para presidente.A petista já havia vencido o primeiro turno em Pedrinhas, com seis votos no dia 5 de outubro. Na ocasião, três detentos escolheram Marina Silva (PSB) e nenhum votou em Aécio Neves (PSDB), que perdeu até para os brancos (dois) e nulos (um).(Fonte UOL)

terça-feira, 28 de outubro de 2014

ONTEM ERA Aécio - A Miami (EUA) de Aécio e Belágua (Maranhão) da Dilma! Será que certos 'sulistas' vão entender?

A vitória com maior folga de Dilma Rousseff foi em Belágua, no Maranhão, onde ela obteve 93,75% dos votos válidos. A maior liderança de Aécio Neves foi em Miami, nos Estados Unidos, onde obteve 91,79% dos 7.871 eleitores brasileiros que vivem fora do país. A diferença de Belágua e Miami é nítida. Além de quase 5 mil eleitores, a cidade maranhense é uma das mais pobres do Brasil. A renda per capita é de R$ 146 mensais, segundo o IBGE. Lá 93% da população vive abaixo da linha da miséria, alcançando o terceiro município com maior número proporcional de miseráveis, de acordo com estudo da FGV.Entretanto, no meio de tanta pobreza, um dado positivo: dados divulgados pelo IBGE em dezembro de 2013 mostram que o município foi o que obteve o maior salto econômico do país. O aumento do PIB per capita fez a cidade subir mais de 1.000 posições no ranking: de 4.991 para 3.849. O motivo? Os programas de assistência social do governo federal, somados à venda de farinha de mandioca.

Em uma reportagem realizada pelo G1 em 2013, a secretária de Assistência Social, Jeanne Saraiva explicou que o aumento de cadastrados no Bolsa Família garantiu o sustento para a população, que passou a produzir a mandioca para vendas, e não mais para a própria subsistência.“Hoje, a gente vê que o pobre consegue ter alimento, comprar, fazer feira. Não existia isso antes aqui. Não só pelo Bolsa Família, mas pela vontade de querer crescer e até de deixar de ser um beneficiário do programa. O forte de Belágua é a mandioca e assim tem sido. Antigamente, funcionava o escambo aqui. Hoje, o pequeno produtor rural consegue vender a farinha, ganhar dinheiro e investir em um benefício para a família dele”, disse a secretária.E não é só o Bolsa Família. Belágua tem energia elétrica graças ao programa Luz Para Todos, muitos moradores já se inscreveram no Minha Casa, Minha Vida e médicos cubanos já chegaram na cidade vizinha, Urbano Santos, a 15 quilômetros de distância. De acordo com reportagem do Uol, os jovens maranhenses da pequena cidade já fizeram ou desejam fazer os cursos do Pronatec e Mais Educação.

Mas do outro lado do continente, Aécio é vitorioso. Quase oito mil eleitores brasileiros que estão em Miami deram apenas 8,21% de votos em Dilma. E foi lá que o candidato tucano conseguiu a sua vitória mais tranquila. O segundo e terceiro lugar da lista de vitória com tranquilidade de Aécio Neves também não foram diferentes: nos Estados Unidos, Atlanta forneceu o segundo melhor desempenho, com 89,47% dos votos, e em terceiro lugar Houston, com 89,22%. O segundo lugar que mais votou, proporcionalmente, em Dilma foi Serrano do Maranhão, também no estado nordestino. (Fonte: Blog do Luis Nassif)

Comentário do blogueiro - Aposto que não há maranhenses de Belágua morando em Miami. Aposto que os brasileiros de Miami nem cogitam conhecer um lugar como Belágua e são incapazes de imaginá-lo. Eles vivem ignorando outras realidades e outras necessidades que não sejam as suas. Aposto que esses brasileiros imaginam que 'tiveram que sair do Brasil' porque a Dilma está dando o 'pão que cabe a eles' para os pobres de muitas Beláguas do Nordeste. Oxalá fosse!!!!! Aposto que esses brasileiros nacionais e 'americanos' querem ignorar que o sr. Aécio perdeu na rica e dinâmica MINAS GERAIS que, pelos meus escassos conhecimentos geográficos não fica no Nordeste brasileiro. Aliás, foi no estado em que ele governou 8 anos que chegou a derrota de suas veleidades presidenciais, dando razão àqueles que diziam 'Quem conhece Aécio, não vota em Aécio'!. Isso não tira o fato que temos que mudar muita coisa nesse País, e torcer que a oposição faça uma oposição como se diria numa linguagem arcaica e manjada...CONSTRUTIVA! Pra' frente, BRASIL!

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Zeca Baleiro, artista maranhense, informado: um voto crítico, mas consciente!

O direito à oposição e o anseio pela alternância de poder são pressupostos básicos de um estado democrático. Desejar e acalentar o sonho de mudanças também é uma natural aspiração de todo cidadão. Acho o governo Dilma criticável, como todo governo o é. Acho o PT criticável também, como todos os partidos o são. Como todo brasileiro, anseio por mudanças que urgem, embora reconheça que há mudanças políticas em curso neste governo que são louváveis. De qualquer modo, embora Dilma tenha seus pontos vulneráveis, não vejo adversário digno de sucedê-la. Mudar por mudar não me parece conveniente. Um dos argumentos mais usados pelos detratores da atual presidente e seu partido é o de que “estão há muito tempo no poder”. Esquecem que os tucanos há 20 anos ocupam o trono do governo de São Paulo (e há tempos vêm cometendo pecados sem perdão como o desmando irresponsável que gerou a crise de abastecimento de água no estado), isso sem falar nas oligarquias do Maranhão, há 48 anos roendo o osso do poder, e a de Alagoas, há outros tantos anos se perpetuando na política local (e estes casos nem devem ser levados em conta, pois, além de antidemocráticos, são imorais).Um governo comprometido socialmente deve dirigir o olhar primeiramente aos desfavorecidos, aos excluídos do jogo social, isso é óbvio. Este governo que aí está fez isso. E o que não faltam no Brasil são pessoas vivendo em quadro de pobreza extrema, privadas dos direitos básicos de cidadão, massa de manobra barata para oligarcas usurpadores. Quando o buraco é muito fundo – e o fosso social no Brasil é pra lá de fundo -, não há como não ser assistencialista, infelizmente. Uma das frases feitas que mais me indignam neste pobre debate político (debate entre aspas) é a máxima hipócrita de que “é melhor ensinar a pescar do que dar o peixe”. Ora, como ensinar a pescar um sujeito devastado pela fome e pela doença?

Outro argumento usado à exaustão é o da corrupção, e não podemos nos enganar - todos os partidos, quando ocupam o poder, caem em tentação, para nossa desgraça. A diferença básica neste Fla-Flu de corruptos é que os do PSDB seguem impunes, os do PT nem tanto. Só a punição exemplar desses bandidos somada à vigilância social mais ferrenha poderá fazer banir esta "cultura da corrupção" que hoje impera no país, ou ao menos reduzir os seus índices.Não sou petista nem sou apegado a partidos ou candidatos. Voto com independência. No primeiro turno, meu voto foi dividido entre candidatos do PSOL, do PSB e do PT. Isto me parece coerente. Se nos próximos anos aparecer uma grande e confiável liderança política de outro partido, não hesitarei em mudar meu voto, desde que seu projeto tenha viés socialista, único projeto político que penso ser viável no mundo de hoje. Isto também me parece coerente. O que não me parece coerente é ver a ex-candidata Marina Silva, arauta da “nova política”, anunciando seu apoio à candidatura Aécio Neves. Todos sabemos que a sua trajetória de luta contra os barões malfeitores do Acre a aproxima ideologicamente mais do PT, e não foi à toa que ela assumiu a pasta do Meio-Ambiente no governo Lula. Isto que ela agora faz é velha politicagem, jamais nova política. Sabemos para onde miram os políticos do PSDB, e no que vai resultar um novo governo tucano (e faço questão de afirmar o mesmo repúdio às alianças eleitoreiras do PT com velhos caciques paroquiais como Sarney, Collor e Calheiros).

Se a intenção de parte do eleitorado era destronar o PT e Dilma a qualquer custo, então que votasse num partido mais à esquerda (sim, eles existem) e não num partido que reza na cartilha do datado neoliberalismo que levou à convulsão social e ao desemprego massivo países europeus sólidos como França e Espanha, e que quase levou o Brasil à bancarrota, na era FHC. Este, por sua vez, sociólogo pós-graduado na v de Paris, tem como hobby disparar frases infelizes, como a recente declaração preconceituosa e separatista sobre os nordestinos e seu voto, segundo ele, catequizado. Com todo o respeito que possa merecer, o ex-presidente está na Idade Média da Sociologia. Avançamos muito nos últimos anos em termos de “pensamento social”. Não há porque retroceder.Votarei em Dilma e, caso ela seja. , terá em mim um crítico implacável de seu governo. É assim que entendo o que chamam de democracia. O resto é balela.

P.S.: Peço aos internautas que queiram comentar, criticar ou divergir do meu texto, que o façam civilizadamente, com argumentos embasados, não com ofensas ou baixarias. De baixo, já basta o nível do debate dos nossos candidatos na corrida eleitoral.

Zeca Baleiro
(17 de outubro de 2014)

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Eleições 2014 -Debate que é bom, nada! Só agressões, acusações recíprocas e falta de respeito! Um nojo! Pra´ frente, Brasil!

Beirou o nojo o sentimento experimentado também no último duelo verbal entre os dois candidatos à presidência da República, ontem no SBT. Debate que é bom, - e é o que os ouvintes esperam, - não se deu. Farpas, acusações, ofensas e o que há de pior vem saindo das bocas de ambos os candidatos. A própria dinâmica do ‘debate’ não favorece a apresentação de propostas e planos. Tudo é cronometrado em minutos, com réplica e tréplica. Para que? Para responder a determinadas acusações ou insinuações do adversário. Se, de fato, fosse a apresentação de propostas haveria simplesmente a escolha das áreas a serem enfrentadas e cada um coloca o que pretende implementar e nada mais. E que o eleitor decida! 

Chama a atenção, contudo, a suposta vítima da desconstrução petista, - a outra ‘vítima’ caiu fora no primeiro turno, - o ex- governador de Minas. Ele quer repassar a imagem de uma Santa Maria Gorete agredida pela ‘fúria violadora’ da presidente. Parece não dar fé que ele também e com mais veemência, para não dizer raiva, só repete o mesmo e enjoado refrão: fracassou, mentirosa, governo melancólico, etc. Os ouvintes que têm paciência e tempo para jogar fora e assistem a esses encontros de luta livre já não precisam ser convencidos, pois eles já têm seu voto declarado. Os indecisos que somam, segundo os institutos de pesquisa cerca de 13% ,não assistem a esse tipo de debate, e decidem o seu voto só no dia. Não há motivo para promover mais debates, pois não haveria serventia alguma. Só servem para criar mais nojo e acirrar os ânimos de todos os cidadãos brasileiros. Não merecemos esse espetáculo patético! 

Outra consideração é que o mercado financeiro parece uma criança que tem em suas mãos um brinquedo em que ele vem reagindo segundo determinadas informações. Quando a presidente soube nas pesquisas as bolsas caem, e o dólar está em alta. Quando ela cai, ocorre o contrário. Ele parece sinalizar que nela o mercado não confia. E é o que queremos! Se a vitória do ‘outro’ é bom para o mercado financeiro e para a turma de banqueiros e do agro-negócio é evidente que não é bom para nós, para o povo em geral. O mercado financeiro odiava e odeia Evo Morales, presidente tri-eleito da Bolívia, indígena, do povo, e a Bolívia, graças também aos apoios de Lula e da atual presidente, está reerguendo um país que havia ficado anos a fio sob o domínio de militares e industriais sem escrúpulos.  

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Suicídio político de Marina ao declarar voto no 'outro'!

Marina Silva acabou politicamente no domingo 12 de outubro, quando virou as costas para sua própria trajetória ao declarar voto no candidato Aécio Neves, o representante de uma política econômica ostensivamente contrária à valorização do salário mínimo e à ampliação das políticas sociais e de inclusão. Com o capital eleitoral que conseguiu reunir no primeiro turno (21,32 % do total de votos, ou 22.176.619 eleitores), Marina poderia ajudar sua Rede Sustentabilidade a se consolidar como a tal terceira via de que tanto falou antes.Ela preferiu juntar-se a forças bem conhecidas dos brasileiros: Que criminalizam os movimentos sociais; que atentam contra a liberdade de imprensa; que são apoiadas pela chamada “Bancada da Bala”, por Silas Malafaia e por Marcos Feliciano.Sem contar que os votos de Levi Fidelix (PRTB, o idiota que fez do aparelho excretor um programa de governo) devem ir para Aécio também.Marília de Camargo César, autora da biografia “Marina: a vida por uma causa” (editora Mundo Cristão, 2010), conta que, diante de um problema de difícil resolução, a ex-ministra costuma praticar a “roleta bíblica”, que consiste em abrir a Bíblia aleatoriamente, para saber o que Deus recomendaria na situação.Não é difícil imaginá-la nesse mister quando ela se saiu com a idéia de pedir que o PSDB reconsiderasse a campanha pela redução da maioridade penal, como condição sine qua non a seu apoio. Aécio respondeu sem pestanejar: não! E assim acabou-se mais uma convicção “firmíssima” de Marina.Descansa em paz, Marina! (Fonte: Carta Maior)


Onde estavam os candidatos quando adolescentes/jovens entre os 17 e 21?

Dos 17 aos 21 anos, Aécio Neves vivia no Rio com a família. Seu pai era deputado federal da Arena, partido sustentáculo da ditadura. Segundo o site da Câmara dos Deputados, neste período, ele teve um cargo de secretário de gabinete parlamentar na Câmara Federal, localizada em Brasília, embora morasse no Rio. Durante esses anos, conforme relatos publicados na imprensa brasileira, Aécio foi um “menino do Rio”, que gostava de surfar, de festas e estudava em escolas de elite. Entre 1977 e 1981, período em que o Brasil vivia sob ditadura civil-militar, o jovem de família ligada à Arena, partido de sustentação da ditadura, gozou a vida enquanto o Brasil vivia sob o tacão de um regime ilegítimo. 

Dos 17 aos 21 anos, Dilma Rousseff resistia à ditadura civil-militar. Segundo ela mesma e os documentos da época, engajou-se na resistência armada que reagiu ao Ato Institucional n. 5 e foi, entre os 18 e 21 anos, barbaramente torturada, pelo governo que tinha, entre outros sustentáculos, a família do candidato Aécio, filho ele mesmo de um deputado da Arena.Entre 1977 e 1981, Dilma Rousseff morava em Porto Alegre. Estudou, casou, teve uma filha, reerguendo a própria vida e tomando parte na resistência democrática e na luta pela reabertura do país, pelas eleições diretas, pela anistia, pelo fim da ditadura, pela democracia. A trajetória de Dilma não começou em Porto Alegre, assim como a de Aécio não começou no gabinete de Sarney, onde esteve, por ser neto de Tancredo Neves. Não é correto, a não ser que se defenda, como o candidato Aécio defende, a redução da maioridade penal, atribuir responsabilidade penal a adolescentes. Mas é correto, quando se tem compromisso com a democracia, levar a memória, a história e as responsabilidades a sério.(Fonte: Conversa Afiada)


VOX POPULI - Dima 51% e o outro 49%! Se 'o outro' é bom para ELES, não é bom para NÓS!

Pesquisa de intenções de voto do Instituto Vox Populi divulgada na noite de segunda-feira (13) mostra a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, com 51% dos votos válidos, e seu adversário, o tucano Aécio Neves, com 49%. Levando-se em consideração também os votos inválidos, também há empate técnico: Dilma tem 45%, Aécio 44%, brancos e nulos somam 5% e indecisos, 5%. A pesquisa ouviu 2 mil eleitores em 147 cidades de todas as regiões do país entre sábado (11) e domingo (12). A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%. A pesquisa foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número BR-01079/2014.

Comentário do blogueiro - De longe o Vox Populi é o instituto mais sério que temos hoje no País desde velha data. Acertou quase tudo até hoje. Só isso! Já o velho Brizola dizia que se 'é bom para ELES' 'não é bom para 'NÓS'! Trocado em miúdo: se o 'outro' é bom para 80% dos que ganham mais de 20 salários mínimos para cima, para os mais conservadores meios de comunicação, bancos e financistas, é claro que não NÃO É BOM PARA NÓS!

Dois candidatos, dois projetos, um só País. As contradições de sempre!

A política sempre foi a força da divisão. Ela nomeia os interesses esquecidos, nos faz ver o sofrimento de quem até então não tinha voz claramente identificável, mostra o que muitos gostariam de esconder. Por isto, a política divide. Sua matéria-prima é a consciência dos antagonismos, é a coragem de enunciar conflitos e de dizer, claramente: "não, não temos os mesmos interesses". Faz parte do discurso oficial brasileiro, meio político meio cultural, afirmar que nossa "natureza" é a conciliação mansa dos contrários no ritmo do batuque. Na verdade, eis um discurso que convém para os que não querem deixar as contradições à mostra. Ele é o discurso antipolítico por excelência. Desde a República Velha, ouvimos a cantinela de que os interesses do povo brasileiro convergem para uma redentora união da diversidade. Chico Mendes e o Banco Itaú, o dono de imóveis que especula e o sem-teto que ocupa casas vazias, você que acorda cedo, trabalha duro, ganha pouco e os rentistas que aproveitam sua condição de bem-nascidos. Nesta eleição, tivemos candidatos que tentaram vender essa concepção "baby Johnson" de política. Não durou duas semanas, sólida como uma bolha de sabão. Uma "nova política" sempre nas bocas dos que querem quebrar a força de transformação da consciência dos antagonismos. Não impressiona que seus arautos terminem nos braços de quem sempre governa e nunca tem conquistas sociais concretas para colocar na balança.

Agora, o Brasil se vê claramente dividido, como no fundo sempre esteve. Não seria diferente com sua concentração de renda brutal, suas disparidades regionais, seus preconceitos nunca claramente combatidos. Não foi a polaridade PT-PSDB que a produziu. Essa polaridade apenas permitiu que a divisão se expressasse, mesmo que com atores políticos que não estão mais a altura de seus papéis. Neste sentido, talvez a atual eleição tenha ao menos um saldo positivo: colocar na nossa frente o retrato de um país clivado. Retrato que esperemos não ter mais volta. Pois pior é não deixar tal clivagem desdobrar sua força produtora, impedir que ela opere reordenamentos devido ao medo de enunciá-la claramente. Mas tal divisão, e isto é regra já há algum tempo, costuma ser esquecida depois das eleições. Depois delas, os interesses esquecidos e sofrimentos sem vozes perdem muito de sua visibilidade, até porque os atores hegemônicos que lembraram das clivagens nas eleições não sabem o que significa governar sendo fiel à consciência dos antagonismos. Este seria um bom momento para começar a aprender. (Fonte Vladimir Safatle)

Francesco - Papa e vários bispos valorizam presença de homossexuais na igreja. Caridade, enfim!

A ênfase do papa Francisco em se concentrar nos "aspectos positivos, e não negativos, da sexualidade humana" parece ter ganho apoio de muitos bispos durante o sínodo - assembleia que reúne autoridades religiosas - no Vaticano. Membros do alto clero presentes na reunião, que pretende revisar os ensinamentos católicos sobre a família, pediram nesta segunda-feira (13) que a Igreja adote uma postura mais positiva sobre homossexualidade.Um relatório preliminar escrito por bispos em meio ao sínodo de duas semanas diz que homossexuais têm "talentos e qualidades para oferecer à comunidade cristã". "Será que somos capazes de receber essas pessoas e garantir que elas terão um espaço fraterno em nossas comunidades?", diz o documento. O relatório não contesta o longo histórico de oposição da Igreja ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas alguns grupos de direitos homossexuais consideram as declarações como um avanço. Grupos conservadores, no entanto, rejeitaram o relatório, considerado por um deles "uma traição".

Jornalista Xico Sá da Folha 'tucana' é censurado porque declarou voto na Dilma. Aécio fez pior em Minas!

Um dos mais prestigiados jornalistas brasileiros, colunista do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, Xico Sá pediu demissão nesta segunda-feira, após ter o ser artigo censurado pela direção, alinhada à campanha do tucano Aécio Neves, porque declarava os motivos de seu voto na candidata petista, presidenta Dilma Rousseff.  A seção fluminense do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé divulgou nota, no início da noite. No documento, a organização da sociedade civil protesta contra a censura empregada na Folha de São Paulo contra os profissionais que se posicionam politicamente ao lado da candidatura de centro-esquerda. “O Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão do Itararé vem a público manifestar total apoio ao jornalista Xico Sá, que se viu obrigado a pedir demissão do diário Folha de São Paulo, após ser censurado pela direção de redação. O jornal, sabidamente, esteve ao lado da ditadura civil-militar instalada no Brasil a partir de 1964 e, historicamente, defendeu em suas páginas o que de mais conservador e tacanho a política nacional já produziu.O comportamento diante da manifestação de Xico Sá, um dos mais dignos representantes do jornalismo nacional, constitui-se em um flagrante da censura que ainda permanece nos jornais do oligopólio da mídia, e dá um exemplo do que ocorrerá no país caso a candidatura Aécio prospere nas urnas. Os jornalistas do Estado de Minas Gerais sofreram toda sorte de perseguição durante as gestões de Aécio e de seus correligionários, ocorrendo até mesmo caso de prisão de jornalistas, como Marco Aurélio Carone, diretor proprietário do Novo Jornal, preso por publicar reportagens que contrariavam o interesse do grupo tucano em MG.(Fonte: IHU)

sábado, 11 de outubro de 2014

Maria, a Aparecida, ensinai-nos a ser o vinho da esperança e da alegria para tantos desesperados! (Jo. 2,1-11)

É frequente fazermos a experiência de altos e baixos na nossa vida! Momentos de exaltação, de motivação e de arrebatamento seguidos, inexplicavelmente, por situações de desânimo, de pessimismo, de sensação de falta de sentido da nossa vida. Não são somente meras circunstâncias de caráter psicológico. Podem revelar, às vezes, situações mais estruturais, algo mais constitutivo e duradouro. E mais, podem fugir da esfera somente pessoal e assumir um caráter mais plural, de multidão, de povo. Uma experiência em que um povo inteiro ou um grupo consistente perdem a esperança em que algo novo e maravilhoso possa ocorrer em suas vidas. Dito de outra forma, mais figurativa: o seu ‘casamento’ com a vida, com os seus sonhos, com o seu projeto encantador inicial parece estar se esvaindo. Veio a faltar o ‘vinho da alegria e da esperança’, ou seja, a motivação para levar a cabo a aliança entre sonho/projeto e a realidade de fato. Como fazer com que haja casamento perfeito entre um e outro? O acontecimento/parábola de hoje nos faz mergulhar na realidade que Jesus encontrou na sua terra. Um povo que fez sim ‘aliança/casamento’ com o seu Deus, mas a festa dessa união estava sendo ameaçada pela falta de ‘vibração, de motivação, de esperança e alegria’. Um povo desanimado e cansado. Na ‘parábola hodierna, Maria é apresentada como aquela que ajuda Jesus a compreender mais profundamente o ‘baixo estral’ em que o povo se encontra: ‘eles não têm mais vinho/esperança’! É uma constatação e uma súplica ao mesmo tempo. Jesus parece já estar consciente disso, e não perde tempo. A primeira coisa a ser feita é ‘suplantar’ literalmente tudo o que vinha produzindo dependência, condicionamento, complexo de culpa, a saber: manda encher de ‘vinho novo’ as talhas/ânforas tradicionais utilizadas no culto judaico. Jesus, de forma direta, começa a dizer para o seu povo que agora existe um vinho/esperança que vai impedir que a festa/casamento com Deus acabe. O vinho novo, o melhor, é Ele próprio. Com Ele presente, ao substituir o ‘velho culto’, a ‘velha e infiel aliança’ o povo será reeducado a amar e a ser fiel ao seu Deus. Que possamos nos reeducar e colaborar a educar as pessoas a não perder a esperança e a motivação na vida!

São os 'vermelhos', idiota, que não nos deixam trocar de carro, nem ter mansões na praia, e nem viajar a cada três meses ao exterior! De volta aos privilégios da 'Casa Grande', já!

Mais do que o resultado da eleição, chama a atenção, nestes dias seguintes à abertura das urnas, o raciocínio rabiscado por parte dos eleitores para justificar a decisão do voto. São muitos os que se dizem insatisfeitos com o rumo do mundo. E que atribuem aos políticos de diferentes matizes, sobretudo vermelhos, a culpa pelo estado das coisas: da ignorância da nação, pela qual constroem suas edificações maléficas, ao entrave aos nossos sucessos particulares. “Eu não tenho casa na praia ou carro do ano, mas só porque, em algum gabinete de Brasília, alguém decidiu pegar o que era meu por direito e investir naquele povinho que nunca estudou, nunca quis trabalhar e não tem outra ambição na vida a não ser botar filho no mundo e pendurar a conta nas costas do Estado.” Pode parecer incrível, mas é mais ou menos isso o que se ouve nas rodas de conversa em tempos de eleição acirrada como tem sido esta. Uns indignados até têm carro do ano e casa na praia. Outros acabam de voltar do exterior. Ainda assim, quando perguntados sobre o que, exatamente, é tão degradante no País que o maltrata, as respostas beiram o realismo fantástico.

Uma amiga, professora de escola de ponta, contava, tempos atrás, como os alunos já assimilavam precocemente o discurso de "classe alta sofre" em sala de aula. Eles pareciam reproduzir o que os pais liam, e repetiam, em revistas semanais de gosto duvidoso: eles trabalhavam e levavam este país nas costas, pagavam impostos suecos e recebiam serviços africanos (a conotação da frase vale um comentário à parte), a roubalheira imperava, todo político é igual etc. etc. Curiosa, ela perguntou a um deles o que ele achava que poderia ser melhor no País. A resposta: as filas. Segundo o jovem, em Paris não havia tanta fila para compras, sobretudo no freeshop do aeroporto. Já aqui, não andava, e isso era motivo suficiente para considerar o País onde vivia um grande e abjeto lixo, num raciocínio muito parecido com os comentaristas de portal que se voltam contra Pedro Álvares Cabral toda vez que viajam até Miami para poder comprar produto eletrônico – e, se possível, ser reconhecido pelos pares que os leem.Em rodas de conversa, é possível ouvir quem se queixe também dos muitos carros nas mãos de qualquer um nas ruas. A queixa não se deve ao impacto ambiental da frota, mas ao fato de não ter mais vaga ou valet para estacionar os automóveis nos restaurantes cativos. Há também os que se esperneiam contra as benesses distribuídas a torto pelo Estado, sobretudo a essa gentinha que só estuda pelo sistema de cotas ou financiamento camarada, e se esquecem de que só cursaram faculdades graças ao Bolsa Pai ou à pensão vitalícia do avô. Ou que só têm emprego garantido graças à complacência do proprietário: o sogro, o amigo, o amante...(segue a análise...Fonte: Carta Capital)


sexta-feira, 10 de outubro de 2014

10 de outubro 1881 Dom Daniel Comboni morria aos 50 anos de idade na desolada Cartum, no Sudão. Precisamos de mais profetas como ele!

Celebramos nesta sexta-feira, 10 de Outubro, a Festa de São Daniel Comboni, fundador dos institutos Missionários Combonianos e das Missionárias Combonianas. A efeméride coincide este ano com os 150 anos do "Plano para a Regeneração de África", uma estratégia de evangelização do continente africano concebida por Comboni.Daniel Comboni nasceu a 15 de Março de 1831, em Limone sul Garda, Itália e morreu em Cartum, Sudão, no dia 10 de Outubro de 1881. Foram apenas 50 anos de vida, devorados por uma grande paixão: a de levar o Evangelho até o coração da África, caracterizada pela miséria e pelo comércio de escravos.Comboni decidiu consagrar a sua vida à evangelização do continente africano: «O primeiro amor da minha juventude foi a infeliz Nigrícia». «Estou inteiramente disposto a suportar, sem medo, a morte, com o mais atroz dos martírios, ainda que para salvar uma só pessoa da África; resolvido como estou há trinta anos, a dar mil vezes a vida pela redenção da África».Em Setembro de 1857, com 26 anos de idade e já padre, Comboni realiza o seu sonho: parte para a África com mais cinco companheiros.No dia 15 de Setembro de 1864 escreve o «Plano para a Evangelização da África Central». Este "plano" tinha uma inspiração central: os missionários deviam ir à África não para se instalar nela mas para criar as condições que levassem os próprios africanos a ser promotores da evangelização da África. O lema era: «Salvar a África com África». «Cristo disse-nos expressamente que todos nós somos irmãos, sem distinção entre brancos e negros... Para que a Igreja seja de verdade católica (isto é, universal), falta-lhe ainda a presença dos africanos.»Em 1867, para cumprir o seu plano, Comboni fundou o Instituto para as Missões Africanas, hoje chamado Missionários Combonianos do Coração de Jesus, e em 1872, funda as Pias Mães da Nigricia, hoje Irmãs Missionárias Combonianas.Em 1877 foi nomeado bispo da África Central. No dia da tomada de posse, em Cartum, afirmou: «No meio de vós, nunca deixarei de ser vosso. O dia e a noite, o sol e a chuva encontrar-me-ão sempre pronto para as vossas necessidades: o rico e o pobre, o são e o enfermo, o jovem e o velho, o patrão e o servo terão sempre acesso ao meu coração. Faço causa comum convosco e o mais feliz dos meus dias será aquele em que puder dar a vida por vós.» (Fonte: Além-mar)