quarta-feira, 30 de abril de 2014

Crise para os outros, não para a VALE! Recorde de produção e de lucro!

A Vale S.A. (Vale) apresentou forte desempenho operacional no primeiro trimestre com a produção de minério de ferro alcançando 71,1 Mt, o melhor desempenho para um primeiro trimestre desde 2008, e registrando produção recorde de níquel (67.500 t) e carvão (1,8 Mt) em um primeiro trimestre. A Vale obteve progresso em todos os segmentos de negócio durante o primeiro trimestre de 2014, apesar dos efeitos sazonais de início de ano e o ambiente de preços mais desafiador. Em abril, a agência de rating Moody's reconheceu a abordagem disciplinada da Vale no desenvolvimento de projetos, alocação de capital e redução de custos e alterou o rating outlook da empresa de neutra para positiva. No 1T14, a Vale apresentou um EBITDA ajustado de US$ 4,058 bilhões, incluindo a contribuição do segmento de metais básicos de US$ 549 milhões. A receita bruta foi de US$ 9,682 bilhões e o lucro líquido de US$ 2,515 bilhões, equivalente a US$ 0,49 por ação. (Fonte: Vale)

terça-feira, 29 de abril de 2014

ALUMAR/ALCOA, após ter farreado e nadado nos incentivos fiscais anuncia demissões em massa. Crise ou pretexto para fugir para outro território e mercado?

O Consórcio de Alumínios do Maranhão (Alumar/Alcoa) emitiu nesta segunda-feia (28) comunicado interno, convocando trabalhadores para aderirem até 30 de abril ao pacote de desligamento. A empresa anunciou no final de março 500 demissões, em razão do desligamento de 250 cubas da linha de produção de alumínio em São Luís, propondo valores de em média quatro salários de indenização. O Sindicato dos Metalúrgicos de São Luis (Sindmetal) recorreu ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e vai oferecer ação judicial contra a Alumar/Alcoa diante das demissões. Aconteceram três mediações entre Sindmetal e Alumar no MPT mas, segundo a entidade, a empresa não acatou as propostas apresentadas. Antes do anúncio, mais de 60 empregados da Alumar já haviam sido demitidos em 2014. “A empresa anunciou a demissão em massa em mais uma tentativa de dificultar o aumento, conforme faz há vários anos”, afirma o presidente do Sindmetal, José Maria Araújo. Para a entidade, soa incoerente despedir 500 trabalhadores, considerando que na linha desligada trabalhavam apenas 90, e ainda que o grupo Alcoa recebeu diversos incentivos fiscais do Governo Federal (SUDENE/BNDES), como redução no custo da energia e no imposto de renda, em troca de manter a produção e os empregos.  

Comentário do blogueiro - Mais uma gigante do alumínio quer sair do Estado....ou está fazendo jogada feia para despachar funcionários que segundo ela 'ganham demais' e não a tornam competitiva. Cria um impasse depois de ter mamado, usado e abusado de todos os incentivos fiscais oferecidos generosamente pelos governos do Estado e Federal.

Pré-candidato ao governo do Maranhão já começou a contar lorotas sobre a VALE!

O senador Lobão Filho (PMDB), pré-candidato ao Governo do Maranhão, afirmou que a produção e o desenvolvimento com o fortalecimento dos municípios serão prioridades do próximo governo. O pronunciamento foi feito no último sábado, em São Luís (MA), durante a solenidade de comemoração do primeiro aniversário do Consórcio dos Municípios da Estrada de Ferro Carajás no Maranhão (COMEFC), onde foram homenageados o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, prefeitos, parlamentares e dirigentes do Consórcio.  “Consegui promover o encontro desses prefeitos com o ministro Lobão, que viabilizou o encontro dos prefeitos com o presidente da Vale. O resultado hoje é que a Vale respeita os municípios por onde passa a sua ferrovia. A companhia investe no social, porque descobriu que tão importante quanto o lucro a ser distribuído entre os seus acionistas é o lucro social. É o benefício que a Vale pode deixar ao povo das comunidades nos quais tem interferência direta”, disse o pré-candidato.

Comentário do blogueiro - Prezado pré...pré-candidato ao governo do nosso Estado só porque conseguiu marcar um encontro via seu pai com o presidente da VALE e os 'famintos prefeitos do corredor Carajás não significa que a empresa recordista em crimes ambientais e trabalhistas esteja dialogando e fazendo o seu dever de casa com as comunidades impactadas pelas suas atividades produtivo-predatórias no Estado. Muito pelo contrário. Olhem esses dados do IPEA e da própria VALE, e me digam: 
  • O valor bruto do minério de ferro que passa pelas comunidades do Corredor Carajás é de mais de 90 milhões de reais por dia. Enquanto isso, quase a metade das famílias que vivem ao longo da ferrovia têm como renda média menos de um salário mínimo por mês.
  • A Vale gasta 22 dólares para extrair e transportar o minério de ferro até o porto de São Luís, vendendo esse minério no exterior por uma média de 105 dólares! Cinco vezes mais
  • O desemprego nos municípios atravessados pela Ferrovia segundo os dados da VALE é da ordem de 16,9%, bem maior que a média dos Estados do MA (11,8%) e PA (13,7%) Nota-se que essa taxa, segundo vários pesquisadores está sub-estimada!
  • Em 21 dos 27 municípios atravessados pela ferrovia, o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é menor que a média dos seus Estados. Somente dois ultrapassaram a média desde 1991.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Nigéria - A violência de cada dia....em nome de Allah!

Um intenso combate ocorreu na madrugada da sexta-feira, 25 de Abril, no nordeste da Nigéria, na mesma região onde dezenas de estudantes foram sequestradas pelo grupo islâmico Boko Haram, informou o Exército, acrescentando que 40 rebeldes estão mortos.  "A captura de terroristas, que seriam os líderes do grupo rebelde que opera na região de Alagarmo, desencadeou combates de grande envergadura nos arredores de Bulanbuli, no Estado de Borno", declarou o porta-voz da Defesa, general Chris Olukolade."Pelo menos 40 terroristas morreram nos combates, que deixaram ainda quatro soldados mortos e nove feridos", destacou o general.Bulanbuli está situada entre Alagarmo e a selva de Sambisa, possível zona do cativeiro de dezenas de estudantes sequestradas na semana passada.O governo de Borno anunciou, a princípio, o sequestro de 129 adolescentes de um colégio de Chibok, no dia 14 de Abril passado. Várias estudantes conseguiram escapar e segundo um funcionário regional, 77 permanecem em poder dos rebeldes.Já a diretora do colégio de Chibok, Asabe Kwambura, informou o sequestro de 230 alunas, e que 187 permanecem no cativeiro. (Fonte: Além-Mar)

Jesus histórico - 'para não dizer que não falei das flores'

Nada contra o evangelista Lucas, tão brilhante ao narrar a infância do Filho do Homem.Nas versões das várias aparições do ressuscitado, no entanto, sou mais o meu homônimo Marcos que inverte a história deixando bem claro aos cristãos de todos os tempos que é inútil tentar “segurar” o Cristo glorioso que deixou o sepulcro vazio, por medo de perdê-lo. Depois da Páscoa, é preciso voltar a aprender tudo de novo com o Jesus histórico, aquele que viveu na Galiléia. Foi lá que transcorreu sua infância e adolescência. Quantas idas e voltas, lago adentro. E sempre caminhando sem cansar, pregando, curando, “passando fazendo o bem”.Para entender o Jesus glorioso precisamos revisitar seus caminhos, compreender e imitar o Jesus humilde e muito humano da Galiléia.   Viveu em nosso meio, encarnou-se sem demagogia, partilhou o dia a dia, alegrou-se, chorou, tudo isso na Galileia.Se nos perdermos nos aleluias eufóricos da ressurreição, estaremos  esquecendo que, para chegar lá, Ele não arredou os pés das estradas empoeiradas da Galilia, não desviou os olhos apressadamente nem deixou de tocar as feridas de tanta gente caída à beira da estrada. Fugir das galileilas da vida é transformar o ressuscitado num fantasma.O Cristo glorioso é o mesmo Jesus da história, assim como o Jesus morto na história é o mesmo que é glorioso. É um só Senhor! Amém. (Fonte: Blog do Marco Passerini)

Cacique Tupinambá preso injustamente por assassinato acusa exército e Força Nacional de semear o medo e o pânico entre os pequenos produtores e indígenas. O cacique foi convidado para visitar o papa!

“Não admito que me acusem de assassinato. Nós, indígenas Tupinambá da Serra do Padeiro, nunca assassinamos ninguém. Muito pelo contrário, devolvemos a vida à região. Nós damos a vida, não a morte. Morte é o que fazem com a gente o tempo todo. Esses que nos acusam sim, esses matam. Eu não vou me intimidar, ninguém vai me calar. Sei que eles estão fazendo a minha prisão porque querem fazer um ataque a minha aldeia”, disse o cacique Babau Tupinambá nessa quinta-feira (24) durante audiência conjunta da Comissão de Direitos Humanos da Câmara e do Senado. O cacique, alvo de um inquérito no qual não teve a chance de prestar depoimento, teve a solenidade como única chance de se defender publicamente das acusações infundadas que sustentam o inquérito, antes de se entregar à Polícia Federal em Brasília. O cacique está sob custódia da Polícia Federal em Brasília, mas a intenção da Justiça é que seja transferido para o município de Ilhéus, o que representa grande risco à vida de Babau, que é perseguido na região e já sofreu diversas ameaças, inclusive de forças policiais que ocupavam a região da Serra do Padeiro, parte da Terra Indígena (TI) Tupinambá de Olivença. “O Exército estava nos ameaçando de morte o tempo todo lá na aldeia.O exército e a Força Nacional pegando os pequenos produtores e ameaçando, dizendo que queriam me fuzilar na hora que me encontrassem, fuzilar meus irmãos... A situação ficou tão tensa que eu soltei aquela nota denunciando diretamente a situação e aí, como os senhores estão vendo, recebi um convite da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) para visitar o Papa”. (Fonte: IHU)

No Brasil, em 2013, foram assassinadas 34 pessoas no campo. 15 são indígenas!

Levantamento sobre mortes ocorridas no campo por consequência de conflitos agrários aponta que 34 pessoas foram assassinadas em 2013, sendo 15 delas indígenas. O número de índios mortos nessa circunstância é o maior já registrado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), que desde 1985 divulga esse tipo de estatística. A maior parte dos óbitos de índios (5) ocorreu em Roraima, com Yanomamis. Em seguida, vem a Bahia (4), onde uma disputa antiga entre fazendeiros e Tupinambás no sul do estado obrigou o governo federal a enviar a Força Nacional para conter a violência.Mato Grosso do Sul registrou três mortes de guaranis. Amazonas, Pará, Paraná tiveram uma morte de indígena cada. As demais vítimas, um total de 19, são posseiros, sem-terras, trabalhadores rurais, pescadores e assentados.Os dados a que o G1 teve acesso fazem parte do relatório “Conflitos no Campo Brasil 2013”, que será lançado na próxima semana. Segundo a CPT, a morosidade por parte do governo para demarcar territórios para povos nativos foi o estopim para os conflitos.O Ministério da Justiça afirma trabalhar na instalação de mesas de negociação para alcançar um diálogo entre as partes e coibir as disputas.A Fundação Nacional do Índio (Funai) diz que processos de demarcação de terras indígenas estão em andamento e reconhece a necessidade de se criar mais territórios para os povos no Centro-Sul, Sudeste e Nordeste, onde vivem 554 mil índios.A Secretaria de Direitos Humanos, ligada à Presidência da República, informou que 99 indígenas ameaçados de morte foram incluídos no Programa de Proteção a Defensores de Direitos Humanos, que fornece proteção especial. A lista total tem 417 nomes.(fonte: IHU)

domingo, 27 de abril de 2014

terras indígenas: por que ter pressa?

Recentemente o ministro da Justiça Cardoso afirmou que a questão das demarcações de terras indígenas “Não é uma questão de tempo, é uma questão de cuidado”. Entendo. Loja de cristais mantida por dívida histórica, apropriações indébitas oficializadas em cartórios, barafundas da expansão agropecuária, sem que parte da sociedade e as três instâncias executivas de governo atentassem ao disposto em Lei de 1973, artigo 231 da Constituição de 1988 e Decreto-Lei de 1996. Que eu saiba, estamos em 2014. Sem pressa. Num ponto há que se concordar com o ministro: dá medo meter a mão em vespeiros políticos. A ferroada pode ser doída. No Congresso, força-se a aprovação da PEC 215, que passa do Executivo para o Legislativo o comando sobre a demarcação de terras. Algo como dar à raposa a guarda do galinheiro. O foco principal da disputa é a posse de terras valiosas da União, que demarcadas viram usufruto exclusivo de índios, o que não impede a cobiça da especulação imobiliária de garimpeiros, madeireiros, ou até grandes projetos públicos e privados de mineração e energia hídrica. Apesar da precaução ministerial, muitos não veem assim tão difíceis as questões em que a queda de braço fica mais brava. Produtores rurais dizem ter recebido as terras do governo, de papel passado, apenas Deus não tendo assinado abaixo, como queria Vinícius de Moraes.Acrescentam ser muita terra pra poucos índios, que nada fazem com elas, na espera de conquistarem celular, moto e, provavelmente, rituais de música e dança ostentação.Do outro lado, partidos políticos de esquerda e ONGs dedicadas aos direitos ambientais e de minorias acusam a produção agropecuária de ter invadido áreas constitucionalmente pertencentes aos índios.Em sua coluna na Folha de São Paulo, “Cidadania, e não apito!”, comemorando o Dia do Índio, a presidente da CNA, argumentou: “Se o problema consiste em terras, que [elas] sejam compradas a preços de mercado. Far-se-ia justiça aos indígenas injustiçados, sem que outra injustiça fosse cometida, expropriando terras de produtores rurais que as compraram legitimamente. Possuem títulos de propriedade que remontam há décadas, se não séculos”.Parece razoável. Sem dúvida, a solução é demarcação urgente e indenização justa, o que inclui benfeitorias porventura feitas. Aliviaria a tensão nos 1,5% das terras fora da Amazônia Legal, onde vivem 300 mil indígenas.Bastam recursos bem alocados, reforma na gestão da FUNAI, e firme decisão política.O que se percebe difícil, no entanto, até fora de cogitação, é estender à sociedade compreensão histórica, sociológica e antropológica para o fato de que estas terras já estavam povoadas antes do aporte colonizador.Andando um pouco mais, deveríamos entender o valor de se incorporar ao patrimônio do país tais diversidades multicultural e étnica. O mesmo que, na Ciência da Vida, representa a mais rica biodiversidade do planeta, há séculos sendo destruída ou dada de mãos beijadas.Somente um projeto educacional amplo, que ensinasse os valores protetivos representados na sobrevivência dos índios, em características culturais inatas, mesmo quando em transformação pelo contato com civilizações não tribais.Índios frequentando universidades, usando calças jeans, andando de motos, falando ao celular, ou preferindo uísque ao cauim, meus senhores, continuam sendo índios.(Fonte: Carta Capital)

sábado, 26 de abril de 2014

II domingo de Páscoa - Crer no ressuscitado mesmo sem vê-lo. O importante é senti-lo presente na nossa vida! (Jo. 20,19-31)

Vivemos numa sociedade em que o ver, o constatar, o tocar continuam tendo uma importância ilimitada. O predomínio da razão absoluta parece ter esgotado a sua missão. Está dando sinais de enfraquecimento. A assim chamada ‘explicação científica’ parece não compreender e não consegue destrinchar a complexidade da realidade humana. Talvez nem o suficiente para termos algumas garantias de que o que ‘vemos’ é ‘real’! Parece haver um retorno sempre mais intenso ao ‘sentir’, ao ‘experimentar com os sentidos’. Uma espécie de retorno às emoções, aos grandes sentimentos, às experiências místicas arrebatadoras. Emoções, sentimentos que ‘nos fazem sentir bem’! Não importa a sua duração. Nem tampouco o objeto que possa ter desencadeado ‘esse sentir’. Um prevalecer do sentir sobre o ver, o tocar. A emoção intensa parece ter sentido por si mesma. E que se repita mais vezes! Certamente a experiência pascal dos discípulos e discípulas de Jesus envolve emoção, experiência arrebatadora. Uma experiência em que o ‘ver’ é suplantado pelo ‘sentir’. 

Mas, diferentemente do que parece ocorrer na atual sociedade pós-moderna, o ‘sentir’ dos seguidores de Jesus está alicerçado na memória e na reprodução de gestos, ações, escolhas de vida reais e históricas de Jesus. Não um conjunto de emoções repentinas, desencadeadas por alguma ‘visão’ extraordinária, mas uma tomada de consciência inédita que envolve razão e emoção. A consciência/descoberta progressiva e coletiva de que Jesus de Nazaré continuava a perdoar como quando estava ‘vivo’ no meio dos seus. Mais: perdoava-os plenamente a eles mesmos, e não tanto ‘os pecadores’, genericamente. Os mesmos que o haviam abandonado e que se haviam dispersado agora ‘sentem’ que Jesus está no meio deles. Oferecendo paz. Oferecendo um novo início. Um processo lento, carregado de dúvidas e inseguranças. Mas é na experiência da dúvida e do tateamento contínuo do que significa fazer reviver Jesus e a sua prática que começam a sentir uma grande paz interior. A paz de quem se sente novamente perdoado e não julgado. De quem se sente chamado a ‘perdoar/pacificar’ homens e mulheres que haviam feito a experiência da traição e infidelidade. Não uma emoção repentina e volátil. Não um desejo morboso de ver, tocar, provar, mas um sentir consciente e duradouro de que eles e elas, - mesmo sem provas palpáveis – podem oferecer a mesma paz que o Mestre oferecia.

sábado, 19 de abril de 2014

19 de abril: DIA DO ÍNDIO! E eu com isso?

O “Dia do Índio”, como data cívica, esvaziou-se do sentido real de luta pela garantia de seus direitos. Distanciou-se da imagem que retrata o genocídio de vários povos, desde a conquista dos europeus. O dia 19 de abril perdeu a reflexão e o debate necessário sobre as questões enfrentadas por esses povos no Brasil. A ideologia adotada pelas formas e práticas governamentais no Brasil (imperial, republicano e mesmo o democrático) é a responsável pela distorção do que são os indígenas hoje.Nas escolas podemos notar ainda, e com frequência, as crianças voltando para casa com os rostos pintados ou com cocar colorido feito de papel-cartão, sem levar em conta que há também alunos que são indígenas na sala de aula. O preconceito e a descriminação ainda estão muito presentes e fazem com que os estudantes indígenas omitam sua verdadeira identidade. Sem contar que alguns livros didáticos ainda trazem uma imagem utópica do “bom selvagem” ou consideram o indígena como um ser mitológico, algo distante, e com os verbos conjugados no passado. Neste dia institucional, os povos indígenas propõem uma verdadeira discussão sobre as dificuldades enfrentadas. Entre os desafios estão: a demarcação de seus territórios tradicionais; falta de acesso a serviços públicos; vítimas de preconceitos e casos de desrespeito aos direitos humanos.

Dos 80 milhões de indígenas que viviam nas Américas no ano de 1500, cerca de 70 milhões foram dizimados. No México, por exemplo, a população passou de 25 milhões para pouco mais de 1 milhão. Em solo brasileiro, neste período, a população indígena era de aproximadamente 6 milhões de pessoas. A população foi reduzida para 600 mil e em 1957 havia apenas 120 mil indígenas.Felizmente a população indígena vem crescendo e se consolida diante dos seus direitos quanto às políticas públicas. Segundo o Censo do IBGE 2010, no Brasil a população indígena é de 896.917 pessoas. Dentro deste amplo mosaico que é a realidade dos povos indígenas, se somam as 305 etnias, falantes de 274 línguas diferenciadas. Estima-se que existam ainda pelo menos 77 grupos de índios isolados (livres ou sem contato) na parte brasileira da floresta amazônica.O momento agora é de denúncia das violências sofridas pelas comunidades indígenas país afora. “É preciso mostrar qual é a realidade que os povos indígenas estão vivendo, sendo atacados nas suas terras por pistoleiros, tendo suas terras invadidas por latifundiários, a morosidade do Estado brasileiro e do governo na demarcação, ampliação e desintrusão de suas terras”, comenta Sassá Tupinambá. Entre 2003 e 2011 foram registrados 503 assassinatos de indígenas no Brasil. O número corresponde a uma média de 55,8 mortes por ano. Que no 19 de abril, “dia do índio”, seja enfatizado que o preconceito é uma trincheira imposta para impedir o acesso aos direitos indígenas. É um dia para lembrar a história de luta e de resistência dos povos indígenas que perdura até aos dias de hoje, confirmando que o Brasil tem uma dívida histórica para com estes povos. (Fonte: Cimi Nacional)

Em Pedrinhas se continua a matar, mas hoje não é mais manchete. Nota da AMMA alerta autoridades sobre o perigo de 'perder outras vidas!

A Associação dos Magistrados do Maranhão – AMMA, entidade representativa dos membros do Judiciário maranhense, vem a público, em face das recentes mortes de presidiários, três delas ocorridas no interior do Complexo de Pedrinhas apenas nos últimos três dias, registrar a sua preocupação com a ausência de uma política consistente que solucione os graves problemas que afligem o sistema penitenciário do estado. Embora decretado estado de emergência desde outubro de 2013, não há resultados concretos das medidas anunciadas pelo Executivo estadual, persistindo a superlotação carcerária a gerar tensão e desrespeito aos princípios elementares de proteção à pessoa humana. A preocupação constante da magistratura com os processos de réus presos não tem sido suficiente para solução da crise, pois esta consiste na ausência efetiva de vagas no sistema, fato este que não tem sido prioridade do Executivo.A AMMA espera que as recentes mortes no Complexo Penitenciário de Pedrinhas sirvam de novo alerta às autoridades estaduais sobre a necessidade de agilizar a adoção de providências concretas a fim de evitar perdas de outras vidas, além dos nefastos efeitos que o aprofundamento da crise carcerária produziria na sociedade maranhense.

                                        São Luís, 15 de abril de 2014
                                                                                               
                                            GERVÁSIO SANTOS
                                                    Presidente

Sábado santo - Jerusalém, a cidade que mata seus profetas

Galileia para viver, Jerusalém para morrer.

Jerusalém, Jerusalém, ai daqueles que por ti vêm!
Jerusalém que matas os teus profetas,
Filhos da esperança de tuas vísceras.
Longe de teus muros sagrados,
Pela tua arrogância imolados,
Regam o teu solo imundo com sangue fecundo.

Galileia para perdoar, Jerusalém para condenar.

Jerusalém, Jerusalém, ai daqueles que vêm do além!
Do Sul e do Norte, do Leste e Oeste,
Peregrinos da paz interrompida.
Auscultadores de corações angustiados
Pelo teu Sinédrio caluniados,
Ao patíbulo do olvido condenados.

Galileia para anunciar, Jerusalém para silenciar.

Jerusalém, Jerusalém, ai daqueles que em ti creem!
Mensageiros da boa nova de um Pai amoroso,
Restauradores da esperança traída.
Proclamadores da Sua compaixão devolvida,
Pelos teus sacerdotes silenciados,
Como hereges ao fogo do templo queimados.

Jerusalém para crucificar, Galileia para ressuscitar.

Jerusalém, Jerusalém, ai daqueles que por ti são julgados!
Vítimas indefesas de tuas armações,
De conluios e complôs de teus palacianos,
Nas cruzes dos teus dominadores pregados,
Ressurgem nos novos profetas chamados
Nas ‘galileias das gentes’, enfim, enviados.

Galileia para ressuscitar, ‘galileias’ para testemunhar!

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Sem túneis e barreiras de proteção ao longo da ferrovia, trem da VALE atinge mais um carro de passeio

Um carro de passeio foi atingido por um trem de passageiros, nessa quinta-feira (17) na Ferrovia Carajás, na estrada que dá acesso à zona rural de Santa Inês, no Maranhão. O motorista, que estava sozinho no veículo, acabou ferido. O mecânico Francisco Sousa Lobo, de 41 anos, seguia para visitar os pais no povoado Barradiço. Ao tentar passar pela estrada de ferro, acabou tendo carro atingido pelo trem de passageiros da Vale. Com a força da batida, o carro foi jogado para fora da estrada. O mecânico foi levado para o hospital com um corte na cabeça e não corre risco de morte. O trem de passageiro seguiu viagem. Alguns técnicos da companhia que administra estrada de ferro foram até o local para controlar o tráfego. A Vale informou que o maquinista adotou todos os procedimentos de segurança, mas não houve tempo hábil para que a composição parasse completamente. A empresa reforçou, ainda, que investe em campanhas educativas ao longo da Estrada de Ferro Carajás para esclarecer à população sobre as condutas que devem ser adotadas para uma convivência segura na ferrovia. (Fonte: G1) 

Comentário do blogueiro - Acho que a VALE deveria fazer uma campanha educativa dirigida a si mesma, pois faz mais de 25 anos que transita com os seus trens e até hoje continua atropelando gente, jumentos, carros, etc. Em momento algum se preocupou em adotar aquelas medidas que são adotadas em todos os países civilizados para uma 'convivência segura'  no sistema ferroviária. Convivência com a DECÊNCIA é que está a faltar!!!!!!!!!

Sexta feira santa - 'MEUS DEUS, MEU DEUS PARA QUE ME ABANDONASTE?


O grito de Jesus antes de morrer não foi registrado por ninguém. É uma evidente criação teológica de Marcos que tem como finalidade mostrar a humanidade plena de Jesus. Um homem que é assassinado como muitos outros humanos, e de forma injusta. Ao fazer isto o evangelista estava encorajando os seus ouvintes a continuar firmes na caminhada, pois o próprio mestre havia feito a mesma experiência que eles: a de sentir medo e de se sentir abandonado pelo próprio Deus. Recentemente li um livro muito interessante que apresenta um diálogo sobre Deus e o sentido da vida entre Viktor Frankl e Pinchas Lapide. Um analista e fundador da logoterapia o primeiro, um teólogo o segundo. Ambos judeus. Lá pelo final do livro o Lapide corrige a tradução que normalmente é feita e afirma que, na realidade, o grito de Jesus não foi ‘por que me abandonaste’, mas ‘para que’ me abandonaste. Isto mudaria tudo. Não o motivo da morte de Jesus, mas a finalidade do abandono na hora da morte estava em jogo. Afinal, para que servirá este abandono de Jesus por parte de Deus, pelo menos segundo a versão-interpretação apresentada por Marcos? Jesus, como muitos humanos que são mortos sem ver nisso um motivo que justifique tal ato, quer entender se sua morte foi em vão ou se ela poderá abrir os olhos e os corações de tantos cegos e de tantos embrutecidos. Se a sensação de abandono experimentada por Jesus servirá para dar mais coragem a tantas vítimas da violência e da escravidão para não cair na mesma lógica de seus algozes. Saber que se morre para que alguém seja poupado dos mesmos sofrimentos e torturas, e saber que a própria morte ‘humanizou’ os embrutecidos infunde no crucificado-sacrificado uma paz e uma serenidade inesperada. A angústia e o escândalo não está no fato de nos sentir abandonados por Deus em muitos momentos trágicos da nossa vida, e sim não conseguirmos encontrar-dar um sentido ao nosso...’morrer’!    

Juiz federal Madeira entrega o auto de extrusão da Terra Awá-Guajá aos próprios Awá! Até quando?

Os indígenas do povo Awá-Guajá receberam nesta terça-feira (15/4) o “auto de extrusão” das mãos dos oficiais da Justiça Federal do Maranhão. Desta forma, o Estado brasileiro assegurou a posse definitiva da terra indígena para o povo Awá-Guajá, muitos deles isolados e de recente contato.  O território com mais de cem mil hectares retornou aos habitantes originais após a decisão judicial no final do ano passado. A devolução simbólica da terra aos Awá aconteceu na aldeia Juriti, com a presença do juiz José Carlos do Vale Madeira, da Justiça Federal do Maranhão e autor da sentença judicial que determinou a extrusão e do procurador federal Alexandre Silva Soares (MPF/MA), além dos representantes do governo federal e coordenadores da operação – Nilton Tubino (Secretaria-Geral) e Leonardo Lenin (Funai).  A Operação Awá-Guajá continua até o dia 30/4 com a permanência da Força Nacional de Segurança Pública e apoio das Forças Armadas. A Terra Indígena Awá-Guajá, localiza-se entre os municípios de Centro Novo do Maranhão, Governador Newton Bello, São João do Caru e Zé Doca, na região Noroeste do Estado. O juiz José Carlos Madeira e o procurador Alexandre Soares realizaram um sobrevoo de reconhecimento na terra indígena.  No roteiro, foram percorridos antigos povoados cujas casas foram totalmente desmontadas, áreas de degradação e desmatamento (cerca de 30% do total) e antigas grandes propriedades. 

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Quinta feira santa - Escravo servidor para libertar e servir os escravizados! (Jo. 13, 1-15)

É num banquete fraterno, durante a celebração da páscoa hebraica que Jesus se despede dos seus discípulos e discípulas. Uma despedida recheada de gestos, de sinais que falam mais do que muitas palavras. É como se Jesus tivesse planejado, ele próprio, o momento para voltar ao Pai. Reúne aquelas pessoas e famílias que tinham sido a sua família ao longo daqueles anos na Galiléia para comer juntos o cordeiro, os pães e as ervas amargas, e beber o vinho da esperança. Segundo a prática judaica tomar juntos uma refeição era também sinal de reconciliação, de ausência de inimizades. Jesus, ao fazer isto, é como se estivesse perdoando antecipadamente os seus que irão abandoná-lo mais adiante. Mas, agora, é celebrar. Celebrar não somente a passagem (páscoa) da escravidão para a terra farta do antigo Israel, e sim a passagem do próprio Jesus da paixão e morte para a vida, e comunhão definitiva com seu Pai.  Jesus faz isso de forma consciente e serena, mesmo sentindo o clima pesado de Jerusalém e do seu sinédrio. Paradoxalmente, na noite em que se celebra a fim da escravidão Jesus assume o papel de ‘escravo’. Não mais de um escravo obrigado a servir o seu senhor, mas um gesto de um livre servidor que compreendeu que só no serviço gratuito e livre podemos encontrar a verdadeira felicidade e a plena liberdade. Uma liberdade que liberta quem serve e quem é servido. Um serviço que pode implicar reproduzir o mesmo sacrifício do antigo cordeiro no Egito: doar o seu sangue para poupar da matança dos novos faraós os filhos e filhas de Deus. e libertá-los definitivamente. Jesus queria, afinal, deixar um recado definitivo aos seus: o seguidor de Jesus a partir do momento que aceita fazer comunhão sentando à mesma mesa com outros irmãos e irmãs, se dispõe também a ser cordeiro que se sacrifica e ‘escravo’ que serve. Dar a sua própria vida como serviço permanente àqueles que continuam sendo escravizados, torturados e esmagados. Será isto que vai alimentar a esperança ameaçada e a fé fragilizada de um povo sempre mais cansado de caminhar nos vales do medo e da violência. 

quarta-feira, 16 de abril de 2014

BNDES empresta 6, 2 BILHÕES para VALE! Eu também quero!

Empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de R$ 6,2 bilhões vai permitir à companhia Vale construir uma unidade mineradora e de beneficiamento de minério de ferro, com capacidade para 90 milhões de toneladas por ano, e um ramal ferroviário entre as cidades de Canãa dos Carajás e Parauapebas (PA). O dinheiro será aplicado também na expansão da capacidade de transporte da Estrada de Ferro Carajás para 230 milhões de toneladas por ano, e em iniciativas sociais voltadas para o desenvolvimento da região. A aprovação do financiamento foi anunciada ontem (15) pelo banco. Segundo o BNDES, o financiamento contribuirá para a criação de até 30 mil empregos diretos e para a expansão das exportações brasileiras de minério, o que deverá impactar de forma positiva no saldo da balança comercial. Além do financiamento do BNDES, o projeto conta com R$ 1 bilhão em debêntures de infraestrutura emitidas pela Vale em janeiro deste ano, para compor as fontes de recursos para implantação do ramal ferroviário. (Fonte:Amazônia)

Comentário do blogueiro - Aguardemos os '30.000 empregos diretos e o desenvolvimento da região'. Seria inédito para a VALE!!!!!!!!!!!!!!!

Moradores de Piquiá são acionistas da VALE. Amanhã é dia de assembléia no Rio!

Nessa quinta-feira (17) três moradores de Piquiá de Baixo, distrito industrial de Açailândia – MA, participam da Assembleia Anual dos Acionistas da empresa Vale S.A. A reunião acontece às 11h, no edifício Città America situado na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. A Assembleia dos Acionistas da Vale acontece anualmente e trata-se da reunião mais importante da empresa durante o ano. Essa reunião reúne, em um mesmo local, representantes que detêm ações e que investem na companhia, viabilizando suas operações. Grandes bancos e fundos de pensão estão entre os investidores que participam.  Membros de entidades como a Rede Justiça nos Trilhos passaram a deter ações da Vale e por isso, segundo a lei das sociedades anônimas, têm o direito de voz e de voto durante a Assembleia. Mas o objetivo maior dessas organizações é o de denunciar os impactos socioambientais que a empresa causa no Brasil e no mundo. “Desta vez, apresentarão aos acionistas suas preocupações a respeito do comportamento da empresa no Maranhão e no Pará. Tratarão de alguns dos conflitos que ocorrem atualmente na região, em decorrência das operações do Projeto Carajás e de sua expansão. Lembrarão os acionistas de que os conflitos com as comunidades locais e a falta de cumprimento das leis e das condicionantes das licenças ambientais, pela Vale, podem significar riscos aos investimentos dos acionistas, com a queda do valor das ações e a diminuição dos dividendos”, relata o advogado Danilo Chammas, da Rede Justiça nos Trilhos. 

O caso Piquiá de Baixo 

Welem Pereira, morador de Piquiá de Baixo, é acionista da Vale e participará da Assembleia. Diante dos acionistas da empresa, ele vai denunciar que a Vale também é responsável pela poluição e pelos danos à saúde dos moradores de Piquiá de Baixo, mas que até o momento não destinou recursos efetivos para o reassentamento da comunidade. “São 17 auto-fornos que poluem o bairro e depois de uma manifestação de 30 horas se fez um acordo com as empresas siderúrgicas para que o pagamento do terreno do reassentamento fosse feito. Mas o acordo não foi cumprido, deixando a comunidade indignada. Na reunião nós vamos apresentar as dificuldades e a falta de apoio para o reassentamento de Piquiá. Nós também precisamos cobrar da Vale, é ela que traz o minério de ferro para as siderúrgicas, além disso, vem causando muitos problemas no corredor de Carajás”, denuncia Welem Pereira. Para o advogado Danilo Chammas, com a participação dos moradores nessa assembleia, a expectativa é que os acionistas da Vale se convençam da importância que o Conselho de Administração e a Diretoria Executiva da empresa assumam o reassentamento de Piquiá de Baixo como prioridade e aprovem a destinação de recursos efetivos para o reassentamento.(Fonte:Rede Justiça nos Trilhos) 

Quarta feira santa - Deixar que Deus adestre a nossa língua e ouvidos para ouvir e consolar o abatido (Is. 50, 4-9)

Nos ambientes acadêmicos costuma-se afirmar que a ‘bíblia’ se explica e se compreende mediante a...’bíblia’. Isto significa que os autores da bíblia não ignoram o que outros co-autores escreveram antes deles. Significa que todos esses autores percebem que a uma continuidade e uma coerência em todos os livros da bíblia. Significa que há posturas, opções, valores, projetos de vidas comuns que perpassam todos os escritos, pois eles retratam, afinal, a nossa vida. A vida de tantos humanos que lutam, sofrem, esperam, crêem, sonham, resistem, desanimam, voltam a se levantar...Os discípulos e os evangelistas quando tentam compreender o porquê da morte cruel de Jesus, o justo, o inocente, não correm atrás de conceitos filosóficos e nem de especulações. Eles encontram o seu sentido relendo os escritos da bíblia. Encontram no passado do seu povo, paralelos evidentes com o que aconteceu a Jesus. Começam a perceber que o que ocorreu a Jesus, na realidade, já estava escrito, já havia ocorrido com outras pessoas. A paixão do ‘servo sofredor de Javé’ narrada por Isaias lança para os discípulos uma nova luz sobre o drama vivenciado por Jesus. Jesus é para eles aquele servo que para levar a cabo a missão confiada por Deus deve ter a coragem de assumir algumas posturas, e passar por provas dolorosas que só mesmo um enviado de Deus consegue agüentar e enfrentar. Isaias na leitura dessa quarta feira santa descreve quais são as qualidades de um verdadeiro enviado-discípulo de Deus. 

A primeira característica é a de se deixar adestrar por Deus. Deixar que Ele adestre a língua para confortar o abatido, e deixar que Ele excite os ouvidos para saber prestar atenção como um verdadeiro discípulo faz. Quando os ouvidos se abrem plenamente para ouvir os clamores das pessoas e as palavras de Deus, não voltar mais atrás. Ou seja, não se arrepender, mas se manter firme e coerente com aquilo que se ‘ouve’, mesmo que isso signifique perder a sua vida. 
A segunda característica do ‘servo de Deus’ é não retroceder diante dos conflitos e da brutalidade dos que o torturam, batem, agridem e caluniam. Não tirar o rosto dos seus bofetões e cusparadas, mas encarar os agressores com o rosto firme, endurecido e impassível como pedra, na plena certeza que o Auxiliador está do seu lado para que ele não desanime. 
A terceira é apostar na sua força moral e na certeza de ter agido com justiça e, portanto, a ter a garantia que não será humilhado. Essa firmeza se torna um desafio para quantos acreditam ainda na força bruta da violência e da truculência. O ‘justo’ não precisa apelar para violência, só a sua coerência será suficiente para silenciar quantos acreditam que a brutalidade consegue calar o testemunho coerente do servo de Deus. 

Brasil é campeão de assassinatos de ambientalistas no mundo. Quase 50% das mortes ocorreram no País!

Já se passaram mais de 25 anos da morte de Chico Mendes, o humilde seringueiro do Acre (norte brasileiro) que se converteu em símbolo internacional da defesa do médio ambiente. E Brasil, o país onde foi assassinado por tentar que os especuladores não destruíssem a Amazônia, continua sendo o local mais perigoso do mundo para os ativistas ambientais. A afirmação faz parte do relatório da ONG Global Witness, apresentado nesta terça, que reuniu os assassinatos de defensores do meio ambiente em todo mundo entre 2002 e 2013. Sua conclusão é devastadora: o número de mortes não deixa de crescer. Dos 908 casos que pôde documentar a organização em 35 países, 448 se produziram no Brasil (49,33%). (Fonte: IHU)
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terça-feira, 15 de abril de 2014

Após esperar diálogo e tomada de decisão sobre educação com a SEDUC, Guajajara do Pindaré sequestram carro oficial

Nota de utilidade pública

O povo indígena Guajajara da Terra Indígena Pindaré, Município de Bom Jardim-MA, vem por meio desta, comunicar, que por motivos de força maior, relacionados a problemas pertinentes à EDUCAÇÃO INDÍGENA, que há muito tempo tem se discutido e buscado apoio das autoridades competentes, no sentido de garantir nossa cidadania, amparados pela CONSTITUIÇÃO FEDERAL,  problemas estes que passamos a expor: busca por uma EDUCAÇÃO de QUALIDADE e suas variantes como contratação de zelador e merendeira, situação de Gestor e Secretário escolar para as escolas indígenas, regularização do professor de escola indígena junto ao INSS, aumento de salário de professor, realização de concurso público para escolas indígenas, formação inicial, continuada e superior para professor, alimentação escolar, reforma e ampliação das escolas, construção de bibliotecas escolares, construção de quadras poliesportivas, construção de laboratório de ciências, matemática, informática entre outros, disponibilização de internet para todas as escolas, aquisição e distribuição de material didático, pedagógicos e administrativos, aquisição e distribuição de utensílios de cozinha, fardamento escolar, recurso do PDDE de algumas escolas que é repassado para a conta da SEDUC, mas não chega às escolas, e situação do modelo de fornecimento do transporte escolar indígena, onde podemos citar que recentemente, uma de nossas alunas sofreu um acidente de bicicleta indo para a escola devido a falta de transporte escolar, estando impossibilitada de frequentar às aulas até que esteja recuperada. Todos esses itens mencionados mostram a atual situação pela qual passamos, aliados a outros problemas físicos das escolas, como péssimo estado de conservação, goteiras etc... Vale ressaltar que já tentamos fazer uso do diálogo por várias vezes e nada conseguimos. Assim, apesar de sabermos,que medidas extremas só devem ser tomadas em ultima instancia, resolvemos reter o veículo de propriedade do governo do estado, a serviço da SEDUC, em nossa aldeia, com o objetivo de chamar a atenção dos responsáveis pela Educação Indígena, no sentidode buscar uma solução para nossos problemas. 

Comunidades Indígenas da Terra Indígena Pindaré

Terça feira santa - Traição de Judas, traição de tantos decepcionados! (Jo. 13, 21-33;36-38)

O Jesus dos últimos dias de sua vida que nos é apresentado por João é um Jesus consciente, lúcido, senhor da situação. Parece que é ele que está no controle de tudo. Ele sabe que chegou a sua hora, sabe quem vai traí-lo, sabe aonde vai após a sua morte. Evidente que responde a uma clara teologia assumida pelo evangelista: o que ocorre a Jesus não é fruto do acaso, mas atende a um plano divino. Jesus não é vítima dos acontecimentos planejados por outros, mas é o protagonista único de uma trama de relações que longe de representar um fracasso da sua missão a enaltece ainda mais. O enviado do Pai 'tinha que passar por isso', e passou, sem recuar, sem desesperar.. Era necessário que acontecesse para que o mundo descobrisse o outro lado de Deus. Ninguém 'entrega' Jesus, é ele que se entrega. Ninguém trai Jesus, é ele que permite que isso aconteça. Assim procede João. O que chama a atenção, no entanto, no evangelho de hoje, é justamente a ‘traição’ iniciada por Judas e que desemboca na morte do mestre. Uma traição que começa depois que Jesus 'dá a permissão' oferecenmdo o pão a Judas. Só nesse momento né que satanás entra no seu coração. Tudo planejado. Tudo permitido. A decepção do ‘radical anti-romano’ Judas para com Jesus pode estar na raiz do seu gesto. Jesus não propunha uma mera troca de governantes, e sim um sistema totalmente inédito em que não houvesse divisão entre governantes e governados. Onde todos fossem servidores uns dos outros. Judas como tantos outros esperavam um líder poderoso, que usasse todos os meios disponíveis lícitos e ilícitos, para se livrar dos dominadores romanos. A decepção chega ao constatar que Jesus propõe uma mudança radical na consciência de cada pessoa, uma adesão pessoal e coletiva aos grandes valores da partilha, do respeito pelo outro, da justiça, antes mesmo de pensar num modelo de sistema político. Na realidade, Judas se sentiu traído por Jesus. Por ele não ter correspondido às suas expectativas políticas. Jesus já não servia para os seus planos de mudança. Podia ser dispensado ou mesmo eliminado, réu de ter iludido muitas pessoas. Em geral a decepção ocorre quando idealizamos uma pessoa. Quando depositamos expectativas excessivas e não percebemos que também o outro é humano e pode falhar e não corresponder àquilo que nós 'construímos' sobre ele, sem contar realisticamente com os seus limites e diferenças. Um amor traído, um princípio banalizado, uma causa desmoralizada, uma amizade ignorada podem levar a reações inesperadas. Melhor ser realistas e ‘esperar tudo de todos’!    

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Segunda feira santa - Dizer e provar, agora, a quem amamos que os queremos sempre ao nosso lado (Jo. 12,1-11)

Existem pessoas na nossa vida que tem o carisma de nos alertar e de nos preparar para alguns acontecimentos dolorosos pelos quais teremos que passar. Pode ser uma doença, a ausência de uma pessoa querida, a morte 'nossa' ou de alguém próximo...Através de sinais, palavras apropriadas e delicadas nos deixam entender que não poderemos fugir de situações que produzirão sofrimento interior muito grande. Se isso pode num primeiro momento nos assustar e, em parte, nos irritar, - pois não é esse o nosso desejo, - do outro lado ser provocado a pensar e a enfrentar o ‘inevitável’ é algo que deve ser louvado. Maria no evangelho de hoje teve a grandeza de alertar Jesus sobre o ‘inevitável’ que estava a acontecer. Ao derramar o perfume de nardo utilizado para os cadáveres antes de seu sepultamento Maria queria dizer indiretamente a Jesus que pressentia que o seu distanciamento físico ocorreria em breve e que ele e todos os que o amavam deviam se preparar. Para não serem pegos de surpresa. É verdade que ninguém está preparado para encarar a morte, principalmente quando ela é próxima, inesperada e inevitável, mas se faz necessário encará-la diretamente para poder entender o seu sentido. E feliz aquele que tem essa oportunidade! Só dando-lhe um sentido pode-se ir ao seu encontro sem ser paralisado pelo medo e pelo desespero.  Como um vencido ou um dominado por ela.  Nós humanos não podemos dominar a morte no sentido de evitá-la. Ela faz parte da nossa situação humana finita, mas podemos controlar seus efeitos. Podemos atribuir a ela o ‘seu justo’ fim. Não sendo vista como ‘desgraça’, ou como ‘punição’, mas como um gesto, uma mensagem, um sinal profético para quem morre e para quem fica. A morte transforma a pessoa, mas não a anula. Interessante a reação de Jesus que ao compreender o gesto premonitório de Maria em lugar de entrar em pânico convida a todos a ‘aproveitar bem’ aqueles momentos finais. Os tempos estão encurtados: aproveitemos para dizer e provar, agora, a quem amamos que os queremos sempre ao nosso lado. Em vida e na morte! Antes que seja tarde! 

sábado, 12 de abril de 2014

Domingo de ramos - Paixão de Jesus, paixão do universo! (Mt. 27, 11-54)

Com o domingo de Ramos mergulhamos na assim chamada Semana Santa. Nela somos convocados a fazer memória não somente da paixão e morte de Jesus, mas dos sofrimentos e das angústias de tantos homens e mulheres de hoje. A paixão de Jesus se torna a paixão da humanidade que, como Ele, é presa, traficada, detida, processada, e condenada de forma injusta. Ao mesmo tempo somos chamados a encarar a paixão e a morte não como um abandono de Deus, nem como um castigo, e sim, como um ‘carregar a própria e alheia cruz’ na certeza de que a vida é mais forte do que a brutalidade e a violência humana. A acolhida festiva e carregada de expectativa que os discípulos de Jesus lhe reservam em Jerusalém se transforma rapidamente num drama, e num momentâneo fracasso do profeta da Galileia, na sua missão de desencadear o novo jeito de governar de Deus. Daí que a liturgia hodierna nos propõe desde já a narrativa da paixão de Jesus.
O evangelho ou os evangelhos quando começaram a ser escritos, tiveram a preocupação de apresentar como principais e primeiros acontecimentos tudo o que se referia à paixão, condenação e morte de Jesus, e a sua Ressurreição. Os evangelhos começaram por aqui: no drama da morte de Jesus! Sabemos que os relatos mais antigos são os de Marcos. Os demais evangelistas bebem das informações que ele nos deixou. Nesse domingo nós meditaremos sobre a versão de Mateus. Podemos observar logo algumas características da sua narração: 
1. Mateus que escreve a Judeus convertidos ao cristianismo tem a preocupação em mostrar que tudo o que aconteceu a Jesus já estava previsto pelas  sagradas escrituras que eles conheciam. Mateus quer tirar aquela idéia que ainda existia na sua época de que o Messias que viria seria um todo-poderoso, um vencedor imbatível. Ao contrário, ele afirma que Jesus devia cumprir as escrituras, as que o vêem como o servo sofredor e não como um vencedor à moda humana. Com isso Mateus nos diz que todo discípulos é chamado a passar pela paixão e cruz.
2. Outro elemento que chama a atenção é que Mateus repudia todo recurso às armas, à violência. (v.52) Com aquelas palavras a Pedro, de guardar a espada, Jesus estava afirmando que os seus seguidores são os filhos da paz, e devem condenar todo tipo de recurso à violência. Algo que temos dificuldade de assimilar ainda hoje! O seguidor de Jesus não pode responder à violência da mesma forma.
3. Mateus é o único que nos informa que a ‘terra tremeu, os mortos ressuscitaram, o sol se escureceu...’(27, 51-56). Evidentemente são imagens teológicas para significar que estava surgindo justamente com a morte de Jesus o mundo novo, a nova era. Uma nova e inédita etapa na história da humanidade. Estas eram as expectativas do povo de Israel e Mateus faz questão de dizer que isso já começou com Jesus de Nazaré, o único e verdadeiro Messias. Não através de vitórias esplendorosas, e sim mediante o sofrimento. As mortes e as violências, a partir de agora, devem ser encaradas não com ânimo desesperado ou como abandono por parte de Deus, mas como algo que faz parte do ‘mundo novo’ inaugurado por Jesus. Portanto, algo que pode ser superado e vencido.
4. Mateus é o único que relata a morte de Judas. Tudo indica que é mais uma ‘imagem’ criada pelo teólogo Mateus, e quer nos dizer que todo discípulo que vive e convive com Jesus, e trai a sua mensagem e a sua prática, acaba se autodestruindo. 
Por fim, somente Mateus nos fala dos guardas que vigiam o sepulcro de Jesus (27,62-66).  Às vezes nós somos tentados em pensar que o mal e o poder da injustiça triunfaram. Que o justo foi derrotado e silenciado. Os ‘vencedores’ ficam tripudiando do inocente, mas Deus não trai os seus filhos e envia sempre alguém para fazer rolar a pedra que nos mantém cativos do nosso medo, do nosso desespero e desânimo. A luz, enfim, aparecerá para continuar a nos mostrar o caminho da vida.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Deputado condenado por prática de trabalho escravo. CF nele e cassação de mandato!

A 5ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) condenou o proprietário da Fazenda Triângulo e deputado federal,José Roberto Gomes Mansur (PRB-SP) ao pagamento de indenização de R$ 200 mil por dano moral coletivo, após comprovação da existência de trabalho análogo ao de escravo e de prestação de serviço por menores, além de diversas outras violações aos direitos dos trabalhadores, em sua fazenda, localizada no município de Bonópolis (GO). A constatação veio após um grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) realizar inspeção na propriedade rural por solicitação do promotor de Justiça da cidade de Porangatu (GO). De acordo com o relato feito na reclamação trabalhista, o grupo encontrou trabalhadores em frentes de trabalho de catação de raiz vinculados a intermediários de mão-de-obra, os chamados "gatos". Além trabalhar em condições precárias, os trabalhadores ficavam alojados em barracões com cobertura de plástico preto e palha, sobre chão batido, sem proteção lateral, em péssimas condições de higiene. Também não havia instalações sanitárias ou fornecimento de água potável. No local foi constatada a presença de menores de 17 e até de 14 anos de idade prestando serviços. Dos trabalhadores entrevistados, a maioria não tinha Carteira de Trabalho e Previdência Social anotada. (Fonte: IHU)

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Sindicato das Indústrias de Ferro Gusa desrespeita prazos de acordo e direitos de moradores. Nota da Associação Comunitária dos Moradores do Pequiá

O Sindicato das Indústrias de Ferro Gusa do Maranhão (SIFEMA) não foi capaz de honrar acordo assinado à presença do Ministério Público Estadual (MPE) em benefício da comunidade de Piquiá de Baixo (município de Açailândia-MA).A comunidade de Piquiá de Baixo está lutando há sete anos para ser reassentada num terreno livre da poluição provocada diariamente pelas siderúrgicas. Um terreno considerado conveniente pelo MPE foi desapropriado pelo juiz da comarca de Açailândia com sentença em dezembro de 2013. Ainda dois anos antes, o SIFEMA tinha se comprometido, em Termo de Compromisso de Conduta, a complementar a indenização desse terreno uma vez que o juiz estipulasse o valor definitivo.Na hora da desapropriação, porém, nenhum dos atores responsáveis pelo reassentamento se pronunciou para que houvesse o pagamento da indenização. Coube aos moradores de Piquiá de Baixo, indignados pela espera e as contínuas violações de direitos sofridas, realizar um corajoso e firme ato de protesto, que bloqueou por trinta horas seguidas a entrada de três siderúrgicas do polo industrial de Piquiá.Apavorado, o SIFEMA aceitou negociar e a comunidade liberou o bloqueio somente após assinatura por parte do Sindicato de um novo acordo, selado frente ao Ministério Público Estadual de Açailândia, pelo qual a complementação da indenização seria paga até dia 07 de abril desse ano. O SIFEMA chegou a publicar matéria de uma inteira página num importante jornal de distribuição estadual, aproveitando desse acordo para demonstrar-se sensível à situação dos moradores e prestativo frente a suas reivindicações.
A comunidade esperou ansiosamente até o vencimento do prazo. Nesse entretempo, mais uma jovem mãe, Deusivânia, faleceu no Piquiá de Baixo por doença pulmonar provocada pela poluição. Ao vencer o prazo, com surpresa de todos, o SIFEMA apresentou novo ofício ao Ministério Público pedindo mais 25 dias de tempo, com a desculpa que a contadoria judicial tinha sinalizado, a partir de um novo cálculo, a necessidade de uma leve majoração do valor, de mais 8mil reais. Alguém explique aos moradores de Piquiá de Baixo que a morte de Deusivânia e a indignação de todos valem menos de 8mil reais no bolso das empresas siderúrgicas. Alguém convença a comunidade de Piquiá de Baixo a não estourar de raiva e atender pacientemente mais esse prazo que os responsáveis da poluição estão colocando. Alguém diga ao SIFEMA que existem outros valores além do lucro: o respeito dos acordos assinados, a honra da palavra dada, a sinceridade e a confiança. As empresas siderúrgicas estão poluindo também esses valores.

Piquiá de Baixo, 10 de abril de 2014

Francesco - Ruptura evidente com seus antecessores no modo de conceber e administrar a igreja de Cristo!

Muitos se perguntam se Francesco estaria em sintonia com os pensamentos de João Paulo II e Bento XVI ou teria produzido uma ruptura. Nas palavras de Gerard Mannion, teólogo da Universidade de Georgetown (EUA) ao chamar uma “dinamite eclesiológica” a exortação papal (Evangelii Gaudium), Mannion disse: “É difícil para qualquer pessoa que trabalhe em áreas como a eclesiologia chegar a alguma outra conclusão que não seja a do simples fato de que, em muitos dos mais importantes assuntos, há uma continuidade substantiva muito, muito pequena com a agenda eclesial dos predecessores do Papa Francisco”. “Entramos (...) num momento de dissonância cognitiva na Igreja em que as coisas estão mudando rapidamente e, no entanto, muitos temem a mudança mais do que qualquer outra coisa”, falou Mannion, pesquisador do Centro Berkley para a Religião, Paz e Assuntos Internacionais, da Universidade de Georgetown.  “Esta mudança é nova e substancial”, falou Dennis Doyle, professor de estudos religiosos na Universidade de Dayton, em Ohio, administrada pelos marianistas, que disse que o Papa Francisco está fazendo acontecer uma nova “síntese” entre ideias teológicas e práticas pastorais na Igreja. Doyle falou que uma pequena porém central mudança que se pode ver na exortação papal são suas referências repetidas à Igreja como “Povo de Deus” – frase usada com mais frequência durante o Concílio Vaticano II –, em vez de o “Corpo Místico de Cristo”, frase preferida por Bento XVI ou João Paulo II. O foco do papa sobre o “Povo de Deus”, disse Doyle, evidencia “uma Igreja que está a caminho (...), uma Igreja ainda inacabada”. É uma Igreja que “inclui a todos, não somente o clero e os religiosos consagrados”, acrescentou. Sandra Mazzolini, professora de missiologia na Pontifícia Universidade Urbaniana, de Roma, disse que os escritos do Papa Francisco estão tendo “profundas implicações eclesiológicas”, em particular no foco que ele dá na possibilidade de descentralização das estruturas da Igreja para além do Vaticano. Por exemplo, em certa passagem da Evangelii Gaudium, Francisco menciona o pedido do Concílio Vaticano II para que as conferências episcopais contribuam, de forma mais concreta, na governança da Igreja, escrevendo: “Este desejo não se realizou plenamente”. Uma tal descentralização, afirmou Mazzolini, implicaria uma “nova maneira” de exercer o papel do papa como líder da Igreja, focado nas relações que os bispos locais têm com o povo de suas dioceses.Francisco, disse ela, está incentivando os bispos locais a se comprometerem em “promover e desenvolver meios de participação” entre os fiéis na Igreja. Em especial, o papa quer que eles participem do “diálogo pastoral a partir de um desejo de ouvir a todos, e não somente aqueles que lhes diriam o que gostariam de ouvir”. Em outras áreas, Mazzolini disse que o papa “rejeita a identificação da doutrina cristã com uma doutrina monolítica encerrada e que não deixa espaço para nuances”. (Fonte: IHU)

Comentário do blogueiro - O estilo Francisco deve ir além disso. Deve aproveitar desse consenso planetário para aprofundar determinadas mudanças sistêmicas na igreja como, por exemplo, declarar o fim imediato do Estado do Vaticano e ser somente 'a força moral e centro de comunhão'  de todas as igrejas católicas particulares. Vamos lá, Francesco? Nós iremos te apoiar! Não perca tempo!

Mudança climática - Eles poluem...ops...eles produzem sempre mais, mas quem paga o pato são os que não podem comprar e consumir

No ano passado, o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (o IPCC, da sigla em inglês) deu início à divulgação do seu 5º Relatório de Avaliação (ou AR5), começando pelo trabalho do “Grupo I”, que trata das bases físicas da mudança no clima. Esta semana, essa divulgação teve continuidade, com a publicação do Sumário dos trabalhos do “Grupo II”, que lida com “impactos, adaptação e vulnerabilidade”. Esses relatórios não deixam dúvida em relação à amplitude e profundidade das alterações que ora ocorrem no sistema climático terrestre, nem em relação às suas causas. O planeta está aquecendo, o gelo nas calotas polares e geleiras tem encolhido, os mares estão se elevando e se acidificando. É um fato de que a causa é o excesso de gases de efeito estufa (isto é, que retêm calor) na atmosfera, principalmente o CO2 produzido pela queima de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural). Só a concentração do CO2 cresceu mais de 40% desde o período pré-industrial. 

"Todos os aspectos da segurança alimentar são potencialmente afetados pela mudança climática, incluindo acesso e utilização dos alimentos e estabilidade nos preços"; “projeta-se que a mudança climática ao longo do século XXI deva aumentar a imigração"; "a mudança climática pode aumentar indiretamente o risco de conflitos violentos na forma de guerra civil e violência entre grupos ao amplificar motivações bem documentadas desses conflitos como pobreza e choques econômicos".Além das desigualdades nos impactos, a mudança climática é uma questão de desigualdade, de classe, em sua raiz. A extração e venda de combustíveis fósseis se concentra nas mãos de um punhado de poucas empresas (7 das 11 maiores empresas do mundo são petroquímicas e estas somam faturamento anual que supera o PIB francês) e permitiu o crescimento da economia capitalista, a acumulação e a concentração em níveis inimagináveis. A riqueza gerada a partir da geração de energia por fontes fósseis também beneficiou somente uma minoria de países (principalmente Europa e EUA) e, claro, especialmente uma minoria dentro deles. Esses países possuem condições bem melhores de adaptação aos graves problemas inevitavelmente advindos com o aquecimento do sistema climático. Essa é uma realidade que contrasta radicalmente com as ilusões vendidas pelo “capitalismo verde”. No material publicado sobre as bases físicas da mudança no clima, o IPCC reconheceu que é necessário impor severos limites ao uso de combustíveis fósseis para evitar que o clima entre numa espiral extremamente perigosa e irreversível, com mudanças num nível ao qual não se é possível adaptar. (Fonte: IHU)

Comentário do blogueiro - Como impor severos limites se a meta é produzir sempre mais e o ão cumprimento de metas de produção coloca em xeque a eleição ou reeleição de A, B ou C? Danem-se os nossos descendentes...se é que vai haver!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Awá - Apoio policial vai permanecer até o fim do mês de abril para garantir a extrusão completa da terra Awá. E depois?

Os homens da Força Nacional de Segurança Pública continuarão apoiando até 30 de abril os órgãos federais nas ações de polícia ostensiva na região de Santa Inês, na Terra Indígena Awá-Guajá, no Maranhão. A portaria do Ministério da Justiça que prorroga a permanência do efetivo está na edição de hoje (9) do Diário Oficial da União.Segundo o governo federal, a Operação Awá, de desintrusão de não índios da reserva indígena, foi prorrogada até o dia 20 de abril. Neste prazo, serão retiradas cerca de 30 famílias de não índios do povoado de Vitória da Conquista, fechados ramais de estradas e colocadas placas para indicar os limites da terra indígena. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) dará nova oportunidade às famílias que foram notificadas, mas que não se cadastraram, para inclusão no Programa de Reforma Agrária. Servidores farão o cadastramento, conforme acertado durante reunião no dia 1º de abril com o juiz federal José Carlos do Vale Madeira, em São Luís. O Incra já disponibilizou as áreas de Coroatá e Parnarama para assentar as 225 famílias que se cadastraram para serem beneficiárias da reforma agrária.As primeiras famílias que vivem na terra indígena, que compreende os municípios de Centro Novo do Maranhão, Governador Newton Bello, Zé Doca e São João do Caru, começaram a ser retiradas do local no dia 24 de fevereiro, quando terminou o prazo dado pela Justiça Federal para que os não deixassem a reserva voluntariamente. O governo cumpre decisão da Justiça Federal no Maranhão, emitida no último dia 16 de dezembro pelo juiz José Carlos do Vale Madeira. (Fonte: O Valor)
Comentário do blogueiro - Graças a Deus a extrusão e reassentamento das famílias que ocupavam a terra Awá estão sendo realizados de forma pacífica e ordeira. E tudo indica sem grandes ressentimentos. Houve comissões de posseiros que já visitaram as terras na região de Parnarama e Coroatá e gostaram. O juiz Madeira agiu com muita sabedoria, imparcialidade  e firmeza garantindo o reconhecimento dos direitos de ambas as partes. Contudo, ele também teme que daqui a um tempo outros invasores voltem.....

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Demarcações de terras indígenas - Governo Dilma sempre mais anti-indígena. Resquícios de um marxismo arcaico ou racismo pós-moderno?

As principais organizações indígenas e indigenistas do país tornaram público nesta terça-feira, 08, durante sessão da 9º reunião extraordinária da Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI), em Brasília (DF), um parecer jurídico a respeito de Minuta de Portaria para a “regulamentação” do Decreto nº1775/96, apresentada pelo Ministério da Justiça, José Eduardo Cardozo. No final de novembro do ano passado, a minuta com as intenções do governo para o futuro do procedimento demarcatório foi encaminhado a Bancada Indígena da CNPI e revoltou as organizações e povos indígenas. “Contrariamente às alegações do governo, a dita portaria eterniza a não demarcação de terras indígenas, fragiliza a Funai, e desenha um quadro assustador de acirramento de conflitos”, disse em nota a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) à época. Ao final do documento, as organizações indígenas e indigenistas que subscrevem o parecer sintetizam nove principais conclusões, sendo a última delas um recado claro para o governo federal: "uma eventual publicação da Portaria em questão reforçará compreensão, por parte dos povos indígenas, organizações de apoio aos povos e da sociedade em geral de que o Governo Dilma é claramente anti-indígena, aliado de primeira hora dos ruralistas, alinhado aos interesses do poder econômico nacional e transnacional, notoriamente do agronegócio, usurpador de territórios, etnocida e ecocida.” 

As lideranças da bancada da CNPI entregaram o documento diretamente ao ministro da Justiça, juntamente com uma carta manifesto. Cardozo e seus assessores ficaram desconcertados e tentaram se justificar a todo custo. O ministro, porém, foi ao ataque e acusou os indígenas de se negarem ouvi-lo sobre a minuta. “Não podemos nunca nos furtar ao diálogo”, defendeu. Sem ter lido o parecer, Cardozo pinçou de improviso alguns pontos isolados do documento e sustentou que já conseguia ver que os pontos de crítica não teriam procedência. Desconsiderou que o parecer foi elaborado de forma minuciosa pelas organizações indígenas e indigenistas, depois de mais de quatro meses da divulgação da minuta. “Por exemplo, no comentário ao Artigo 18, vocês estão criticando algo que já é prática da Funai. A presidente da Funai hoje já tem o poder de devolver os relatórios e prescrever diligências”. O que o ministro não diz, entretanto, é que se aprovada a minuta, o procedimento de demarcação de terras passaria a conter não apenas uma possibilidade de pedido reavaliação das conclusões do Grupo Técnico, de poder da Presidência da Funai, mas abre a possibilidade de que o processo volte a estaca zero três vezes: duas delas a critério da Funai e outra a critério do próprio Ministério da Justiça. Sobre a crítica a respeito da abertura dos trabalhos de identificação de terras a diversos órgãos vinculados aos setores tradicionalmente anti-indígenas, ele tirou da manga de seu paletó uma resposta pronta: “A Lei de Acesso à Informação já garante que todos interessados possam participar do processo”. Entretanto, de acordo com a minuta do governo, não apenas esses setores não indígenas poderiam ter acesso aos processos, como poderiam indicar membros para o trabalho de campo, e, pior ainda, tais membros poderiam apresentar relatórios em separado, contrariando as conclusões do próprio coordenador do Grupo Técnico. Alegando construir um mecanismo que permitiria afastar a judicialização dos processos de demarcação de terras, o Ministério da Justiça, na verdade, propõe uma Portaria que dá instrumentos necessários para que os setores contrários às demarcações derrubem na Justiça as conclusões dos grupos técnicos, ao fomentar o dissenso no seio desses grupos. (Fonte: Cimi)

Dilma X FUNAI - 'Não tá nem aí....com índio!'

Enquanto a presidente da Confederação Nacional da Agricultura, a senadora Kátia Abreu, crítica contundente do trabalho dos indigenistas, teve ao menos quatro audiências com Dilma Rousseff nos últimos 12 meses, a responsável pela Funai Maria Augusta Assirati, a atual e ainda interina presidente da Funai só foi recebida uma única e escassa vez pela presidenta. E há nove meses espera em vão sua efetivação no comando da fundação. A advogada paulistana de 37 anos tenta manter o sorriso quando se pergunta se o fato de não ter sido efetivada é um sinal claro do esvaziamento do órgão. Para as lideranças, foi equivocada a reestruturação da fundação em 2010, quando os postos nas reservas foram fechados e o atendimento passou a ser centralizado nas cidades. “Agora o índio precisa ir nas coordenações regionais, que são muito longe e não têm estrutura”, afirma Megaron. A própria presidente da Funai reconhece: é preciso reaproximar o órgão dos índios. “Queremos descentralizar ainda mais, com unidades próximas às terras indígenas.”De maneira geral, a opinião dos índios sobre a presidente da Funai é semelhante: “uma boa pessoa”, mas à frente de uma estrutura fraca e desprestigiada. A reestruturação, aliás, foi vista na época como uma tentativa do governo de reduzir o papel do órgão. Os rumores sobre a provável extinção da fundação, criada em 1967 em substituição ao Serviço de Proteção ao Índio, volta e meia reaparecem e não escaparam aos ouvidos de Guta. “Também ouço”, ela diz, e deixa transparecer um certo desânimo. “Mas não acredito. Acho que a Funai só iria acabar se deixasse de haver indígenas no Brasil.” Pergunto se são os ruralistas os maiores inimigos dos índios hoje em dia. “Eu diria que é a ignorância e o preconceito. A sociedade brasileira precisa conhecer muito sobre os indígenas para poder compreendê-los.”O governo Dilma Rousseff foi o que menos demarcou terras indígenas desde a era Fernando Henrique Cardoso. (Fonte: IHU)

segunda-feira, 7 de abril de 2014

O 'paricá", a arvore do futuro? Ela é boa pra' 'carvão'?

Nativa do bioma amazônico, o paricá é uma árvore de crescimento rápido que vem conquistando a indústria de Mato Grosso. A espécie, que também é conhecida como “pinho cuiabano” ou “guapuruvu”, apresenta um bom potencial no fornecimento de madeira sendo comparada ao eucalipto, árvore de origem australiana comumente usada no reflorestamento do estado.Diferentemente da espécie estrangeira, o paricá não apresenta galhos nos primeiros sete metros de tronco, isso garante uma madeira sem nós ou furos. É o que explica a bióloga, Fernanda Furlan. Segundo ela, além disto, a árvore tem outros pontos positivos. “É uma árvore nativa que veio substituir o eucalipto. Ela rende quatro vezes mais, produz celulose muito melhor e apresenta laminas mais branquinhas”.Gestor e sócio proprietário de um viveiro em Tangará da Serra, Marino João Ziani também aposta na novidade. Para ele, a planta tem várias utilidades. “É uma madeira mais mole, com um bom valor de mercado. Tanto serve pra comercialização, como para madeira de corte e para a recuperação de áreas degradadas”. A indústria já reconhece a capacidade da árvore. O empresário Rafael Mason tem uma laminadora em Varzea Grande e há vinte anos trabalha com espécies nativas. Ele ainda não utiliza o Paricá, mas já deposita confiança na qualidade do produto. “É uma madeira que aceita vários tipos de trabalho que vão desde tingimento ao uso na indústria naval e moveleira. Então é uma espécie que tem um bom potencial”. (Fonte: Amazônia)

Comentário do blogueiro - O paricá parece sere boa em tudo: celulose, reflorestamento, capacidade de adaptação, qualidade do tronco, etc. O problema central para os guseiros do Maranhão e do Pará é se ela é boa para carvão. O resto não interessa!

Poluição assassina em São Paulo: 99 mil mortos em 5 anos!

A poluição do ar foi responsável pela morte de 99 mil pessoas no estado de São Paulo, entre os anos de 2006 e 2011, de acordo com estudo apresentado nesta quinta-feira (3) em audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados. “É como se uma cidade de 100 mil pessoas tivesse sido dizimada em apenas cinco anos”, declarou a pesquisadora do Instituto Saúde e Sustentabilidade, Evangelina Vormittag. Segundo o levantamento “Mobilidade Urbana e Poluição do Ar: A Visão da saúde”, realizado pelo instituto em parceira com a Câmara Municipal de São Paulo, no ano de 2011, mais de 17 mil pessoas morreram só no estado mais rico do País em decorrência de doenças provocadas pela inalação de ar poluído, como as cardiovasculares, pulmonares e câncer de pulmão. “Ainda há uma forte correlação entre a incidência do câncer de mama com as partículas poluentes”, afirmou a professora. (Fonte: IHU)

Pistoleiros atacam, mais uma vez, o acampamento dos Guarani e Kaiowá

Na madrugada de 06/04/2014 ocorreu um novo ataque de pistoleiros contra a comunidade indígena Guarani e Kaiowá de Pyelito Kue. De acordo com informações das lideranças da comunidade, "seguranças” (pistoleiros) da fazenda Cachoeira, município de Iguatemi, armados com revolveres e espingardas de grosso calibre dispararam tiros contra os barracos de lona, enquanto as famílias Guarani e Kaiowá dormiam. Assustados, os moradores de barracos situados nas proximidades da rodovia saíram correndo para fugir dos pistoleiros e, na fuga, uma mulher, Sra. Síria Marcos, acabou caindo e machucando gravemente os braços. (Fonte: IHU)

sábado, 5 de abril de 2014

V Domingo de quaresma – Não há 'morte' para quem acredita na comunhão permanente entre irmãos e irmãs - (Jo.11, 1-45 )

Hoje nesse evangelho somos chamados a superar tudo o que aponta para a morte e acreditar que a vida é mais forte do que ela. E mais: acreditar que mesmo na morte física, da qual ninguém escapa, podemos e devemos continuar a viver em comunhão com aqueles que se separaram de nós fisicamente. Vamos descobrir e esclarecer alguns elementos dessa leitura que nos deixam intrigados:

1. Reparamos, de imediato, que a família de Lázaro não é uma família comum: não há pais, nem maridos, nem esposas. É, claramente, a própria comunidade cristã. João nos diz que nela não há superiores ou inferiores, nem patrão nem escravo, nem homem, nem mulher. Só irmãos e irmãs! Assim deveriam ser as nossas comunidades e famílias! No v. 6 Jesus toma conhecimento de que Lázaro está doente, mas em lugar de correr logo até ele demora ainda dois dias. Por quê? Nos vv. 25-26 Jesus promete que ‘quem crê em mim ainda que morra viverá, e quem vive e crê em mim não morrerá...’ Como prometer isso se todo dia fazemos a experiência da morte de cristãos, de pessoas de fé, do mesmo jeito que as demais que não creem? O que dizer diante disso? No v. 35 Jesus chora a morte do amigo, mas por que isso se ele sabe que vai ressuscitá-lo? Tudo isso poderia nos deixar um tanto desnorteados. Contudo, Jesus ao deixar Lázaro ‘morrer biologicamente’ quer dizer que ele não veio para impedir a morte física. Não é sua missão interromper o curso natural dos homens. Jesus não veio para eternizar a vida física, nem para operar ‘ressurreições de quem morreu fisicamente’, mas para nos oferecer a ‘vida que não acaba’, para dar sentido à nossa vida na sua integralidade, principalmente quando fazemos a experiência da morte física, a morte moral, o abandono e a solidão. 

2. Nos vv 17-27 João reproduz o diálogo entre Marta e Jesus. Jesus tenta fazer compreender o sentido da morte de um ‘irmão’, um amigo, uma pessoa querida que fazia parte da mesma comunidade de fé. Sabemos que a fé na Ressurreição é muito recente na bíblia, tanto é verdade que na época de Jesus muitos ainda a negavam. Marta faz parte daqueles que acreditam que a ressurreição irá acontecer só ‘no fim do mundo’. Isso parece ser, em geral, também o nosso pensamento. Ocorre que para Jesus não é assim: simplesmente o cristão que tem fé em Jesus não morre, embora morra biologicamente! Da mesma forma que acontece conosco quando, por exemplo, mudamos de lugar, deixamos a nossa terra, afetos, segurança, etc. De alguma forma, morremos. Mas ao mesmo tempo, no novo lugar recomeçamos uma nova vida, uma nova existência, novas relações. Para Jesus, o discípulo que morre, na realidade não morre, mas começa a fazer parte de uma nova vida. Não precisa esperar a ressurreição do ‘fim do mundo’! A pessoa já vive a plenitude da comunhão com Deus, agora! A vida não é tirada, mas é transformada. Nesse sentido, a morte para o cristão representa um novo nascimento. Como a lagarta que se transforma em borboleta. Deixa de existir como lagarta, mas ela mesma e não outra, inicia uma nova existência como... borboleta!
3. O choro de Jesus ao se aproximar do túmulo de Lázaro, ao constatar a perda do amigo, não é o choro desesperado (v33) de Marta e Maria e dos Judeus que lá estavam. João utiliza dois verbos diferentes: ‘choro desesperado’ que é o das irmãs e ‘as lagrimas desciam dos olhos’ para definir o choro contido, digno, nobre, de Jesus. Afinal, Jesus mesmo sabendo que Lázaro está com Deus, por um tempo ele não poderá vê-lo e nem tocá-lo fisicamente. A morte biológica não deixa de ser uma ausência que produz sofrimento. Mas é preciso retirar a pedra, pois não pode existir mais separação entre os ‘vivos e os mortos’. De fato, os mortos que creram continuam a viver. Vivem nos gestos, nas palavras, no testemunho daqueles que continuam a amá-los. Não há razão tampouco de mantê-los separados, confinados ou amarrados num cemitério ou em frios túmulos. É um convite a quantos não querem deixar partir seus irmãos e irmãs que morreram biologicamente a deixá-los ir. Ao deixá-los ir não significa que serão esquecidos. Acreditem que agora, por estarem vivos em Cristo, eles continuam livres conosco e com Deus sem as amarras e sem os condicionamentos terrenos. A catequese de João aos catecúmenos é para conscientizá-los, na verdade, de que eles ‘morrem’ para o mundo, mas ‘renascem’ a vida nova ao entrar na comunidade dos ‘amigos’ de Jesus. Formando família com outros irmãos e irmãs. Uma vida que não acabará nunca e que nunca perderá de sentido!

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Frases do dia

Avanço?!
"A nota da CNBB, infelizmente, não é um avanço, na medida em que a igreja não reconhece a responsabilidade institucional, atribuindo a culpa a apenas uma parcela da instituição" - Jorge Atílio Iulianelli, consultor da Comissão Nacional da Verdade – Folha de S. Paulo, 04-04-2014.

Ambiguidade
"A igreja tem essa situação de ambiguidade. A resistência ao regime teve muito mais força do que a complacência. Mas não reconhecer a complacência é um erro” - Jorge Atílio Iulianelli, consultor da Comissão Nacional da Verdade –Folha de S. Paulo, 04-04-2014.

Ladrão de galinha
"Mal o STF encerrou o maior julgamento de sua história, os ministros da mais importante Corte do país são obrigados a voltar as suas atenções para um caso que ciscou por vários tribunais antes de chegar a Brasília. 
O habeas corpus em questão, que tem relatoria do ministro Luiz Fux, diz respeito a réu acusado de furtar uma galinha em São João Nepomuceno (MG)" - Ancelmo Gois, jornalista - O Globo, 03-04-2014.
(Fonte: IHU)

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Krenyê- Os boatos criados em Vitorino Freire acerca das terras a serem desapropriadas se derreteram como neve ao sol na sala do juiz federal

Não deu outra. Como se havia já anunciado tudo não passou de uma bola de neve que derreteu rapidamente na sala do juiz federal José Carlos Madeira e na presença do procurador da República Alexandre Silva Soares, hoje de tarde. A numerosa comitiva vinda de Vitorino Freire formada por prefeitos, vereadores, deputados estaduais e advogados, deu uma clara demonstração da sua inépcia. Bastou reler parte da portaria da FUNAI que criava o grupo de trabalho para estudar a possibilidade de encontrar uma terra para os Krenyê para desfazer o teatro dramático que haviam criado nesses últimos tempos naquela região. Após uma rápida vista o juiz Madeira declarou que a linguagem era sim um tanto técnica e que podia dar margem para os não adeptos a possíveis outras interpretações, mas declarou-se surpreso com tamanha presença de pessoas, pois o teor da portaria não apontava para ‘possíveis  expulsões ou desapropriações’ como os membros da comitivas imaginavam ver. Na realidade  a reunião não havia sido convocada para ‘eles’ mas para fazer o ponto da situação do povo Krenyê. Serviu, afinal, para fazer um esclarecimento definitivo que afasta qualquer hipótese de algum dia a União mexer nas terras da região de Bom Lugar, Pedra do Salgado e outras daquela região Resta a dúvida quanto à finalidade e às intenções daqueles que andaram criando o pânico naquela região, convocando centenas de pessoas, ameaçando e se armando contra um possível inimigo que nunca iria aparecer. 
Sabemos como se mexem os políticos profissionais principalmente em tempos de eleições. Eles devem dar recados e sinais claros aos seus protegidos eleitores, nem que seja inventando inimigos externos fantasmas, como foi esse caso. Era suficiente uma ligação ou uma audiência com o Procurador da República autor da ação que pedia justamente uma terra para os índios Krenyê que ele teria desfeito o ‘auê’ criado na região. Preferiram a mobilização de pessoas mesmo que essa custasse desgaste e sofrimento para as famílias locais e mesmo que a partir de boatos intencionais se criasse um clima anti-indígena para reforçar o já consolidado racismo. Agora só falta voltar para Vitorino Freire em carro de bombeiro, pipocando foguetes e dizer para aquele povo que eles e só eles conseguiram reverter uma situação que iria ser calamitosa para aquele povo. Com tais amigos do povo não precisamos de ‘inimigos’! Eles já estão entre nós. Detalhe final: talvez para comprovar isso, pediram para tirar uma foto histórica com os dois representantes Krenyê. Talvez o mais correto tivesse sido pedir perdão por tê-los expulsos de suas terras cerca de 70 anos atrás. Mas o voto fala mais alto do que a força moral em certas pessoas....! 

Greve dos que limpam nossas irresponsáveis sujeiras!

Agentes da limpeza pública de São Luís paralisaram as atividades da categoria à meia-noite desta quarta-feira (2).Os grevistas se concentram em frente à sede da São Luís Engenharia Ambiental, no Distrito Industrial de São Luís, região do Maracanã. Os agentes de limpeza pública decidiram pela paralisação por tempo indeterminado. De acordo com o Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do Estado do Maranhão (SEEACMA), a proposta apresentada à empresa detentora da prestação de serviço de limpeza pública em São Luís exige aumento de 23% para os salários, que passariam de R$ 719,98 para R$ 885,57; e do ticket alimentação que hoje é pago R$ 290,00 e tem proposta de aumento para R$ 450,00. A contraproposta da empresa, no entanto, chega a apenas 4% de aumento para o salário e o ticket não passa dos R$ 310,00. Além do reajuste salarial, a categoria pretende discutir com a Prefeitura de São Luís a jornada de trabalho dos profissionais da limpeza pública, que é de 12 horas. O Sindicato informa que o serviço de limpeza pública de São Luís dispõe de 1.800 garis que coletam, diariamente, na cidade 1.250 toneladas de lixo, equivalente a 991 Kg. Em nota, a Prefeitura de São Luís afirmou que está aberta ao diálogo com a categoria. 
Comentário do blogueiro:- Em se tratando da limpeza urbana o salário em vigor é uma vergonha consideradas as condições de trabalho, a carga horária, e outros fatores que fazem desses trabalhadores uma espécie de escravos urbano. Se falarmos que não podem contar com uma população que joga tudo ao chão....

quarta-feira, 2 de abril de 2014

50 anos de golpe -Só a verdade integral nos LIBERTARÁ!

A mais brutal de todas as violências é, sem dúvida, a violência da inexistência. Esta é uma forma muito pior de extermínio, pois não se trata apenas da eliminação física. Ela é uma eliminação simbólica, desta que afirma que nada existiu, que a violência não deixou traços e indignação. Neste exato momento, o Brasil é vítima, mais uma vez, dessa forma mais brutal de violência. Talvez ninguém esperasse que, em 2014, 50 anos após o golpe militar, estaríamos em um embate para saber se, no fim das contas, existiu ou não uma ditadura no País, com todas as suas letras. Era de se esperar que neste momento histórico estivéssemos a ler cartas abertas das Forças Armadas com pedidos de perdão por terem protagonizado um dos momentos mais infames da história brasileira, cartas de desculpas de grupos empresariais que financiaram fartamente casas de torturas e operações de crimes contra a humanidade. Todos esses atores não se veem, no entanto, obrigados a um mínimo mea-culpa. Há de se perguntar como chegamos a esse ponto. Uma resposta-padrão consiste em dizer que os setores progressistas da sociedade brasileira não tiveram força suficiente para impor aos governos exigências de dever de memória e justiça de transição. A história brasileira recente é, em larga medida, uma história de transformações abortadas. Já a luta pela anistia foi abortada quando o regime militar conseguiu impor sua própria lei da anistia, que livrava os funcionários de Estado responsáveis por crimes contra a humanidade. Depois, a luta por eleições diretas para presidente da República foi abortada em famosa votação no Congresso. Da mesma forma, as Forças Armadas conseguiram criar a ilusão de ser um ator que deveria ser deixado em paz, sob o risco de maiores instabilidades institucionais. Essa lógica levou os primeiros governos realmente pós-ditadura (Fernando Henrique Cardoso e Lula) a nunca adotar uma política efetiva de criminalização da ditadura. Assim, chegamos em 2014 sem um torturador punido, sem um general obrigado a reconhecer a experiência terrível dos anos de chumbo.(Fonte Carta Capital)

O Conselho Episcopal Pastoral (Consep) aprovou no dia 1º de abril, declaração sobre os 50 anos do golpe civil-militar, intitulada “Por tempos novos, com liberdade e democracia”. O texto, assinado pela Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), alerta as “gerações pós-ditadura para que se mantenham atuantes na defesa do Estado Democrático de Direito”. Os bispos relembram “os 21 anos que fizeram do Brasil o país da dor e da lágrima” e reafirmam “o compromisso da Igreja com a defesa de uma democracia participativa e com justiça social para todos”.

Comentário do blogueiro - Ontem foi exibida no congresso nacional uma faixa em que se agradecia a intervenção dos militares em 64 pois 'graças a eles o Brasil hoje não é Cuba'! Obrigado pelo lembrete, idiotas! A Comissão da verdade está trabalhando para fazer emergir a...VERDADE. Só ela, afinal, contada e provada inteiramente poderá nos libertar...dos fantasmas reais do passado que continuam pairando e aparecendo na vida desse País! 

Krenyê - Em Vitorino Freire aumenta a tensão e o pânico. Estão espalhando mentiras. A terra para os Krenyê sairá na região de Barra do Corda!

Chegam notícias alarmantes de Vitorino Freire e região de Bacabal. Os boatos espalhados por algum irresponsável dão conta de que muitas famílias seriam supostamente expulsas de suas terras para serem cedidas aos índios Krenyê que vivem atualmente na região de Barra do Corda sem uma terra própria. Para evitar que isso possa ocorrer estão criando uma verdadeira celeuma com conotações racistas e violentas. Nada de mais falso é o que vem sendo propagado! Se é verdade que os Krenyê vêm de lá, e naquela região passaram séculos a fio, - e ninguém pode negar esse fato, pois há ainda testemunhas vivas que o comprovam, - também é verdade que nem eles, os Krenyê, nem mesmo o  governo federal pretende reconduzi-los à sua terra tradicional e originária. É também verdade que foi instituído um grupo de trabalho multidisciplinar visando elaborar um laudo antropológico que dê sustentação à necessidade e ao direito de os Krenyê possuírem a sua terra, mas o GT está longe de indicar como possível terra para o grupo étnico as terras situadas na região de Vitorino Freire. Os índios, de fato, só iriam encontrar capim para boi, e muita oposição local. A FUNAI já está negociando com o INCRA o repasse de algumas terras disponíveis na região de Barra do Corda que, afinal, é o que os próprios índios desejam. Sobre aqueles que espalham esses boatos recai a responsabilidade social e criminal de incentivar a violência e atiçar o ódio contra os índios. Sem falar no fato de que com toda probabilidade há políticos locais com interesses de caráter político-eleitoreiro no sentido de que, no fim das contas, - quando nenhuma expulsão acontecer, pois é isso que ocorrerá, - poderão se apresentar como os salvadores da pátria. Como aqueles que impediram a expulsão de tantas pobres famílias de produtores, graças à sua iniciativa de pressionar e de negociar. Os mesmos que, agora, convenientemente, são incapazes de correr atrás de informações verdadeiras junto aos órgãos competentes como a Justiça Federal e a Procuradoria da República. Amanhã mesmo, dia 3 na Justiça Federal haverá uma audiência judicial sobre essa questão e muita luz será feita sobre a real situação. Que apareçam esses senhores e acompanhem! Se não, que se calem e deixem de espalhar boataria criando insegurança e ódio!