quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Em Pedrinhas um só detento votou, e o seu voto não ficou secreto!

Eles não quiseram sair [das celas]. Disseram que passariam muito tempo longe e preferiram ficar com as famílias”, conta Ariston Apoliano, coordenador-executivo da Unidade de Monitoramento Carcerário do Tribunal de Justiça maranhense, que participou da organização do pleito. Palco de rebeliões, fugas, guerra entre facções criminosas e 78 mortes desde o início de 2013, Pedrinhas exigiu uma logística complexa para a votação. O processo de triagem ainda iria dividi-los de acordo com o grau de periculosidade. O transporte de ida e volta entre a CCPJ e as outras prisões de Pedrinhas seria feito em carros com escolta. A rodovia BR-135 passa entre as unidades do complexo.Segundo Apoliano, os detentos já haviam reclamado do processo no primeiro turno, quando também era dia de visita e apenas 12 dos 48 presos provisórios –como são chamados os que aguardam julgamento– foram votar.Na segunda etapa, o boicote foi quase unânime. “A gente fez nossa parte e botou uma seção lá para garantir o direto deles. É uma pena que não teve o número que esperávamos”, diz o coordenador.O único detento que aceitou sair da cela para votar no domingo escolheu Dilma Rousseff (PT) para presidente.A petista já havia vencido o primeiro turno em Pedrinhas, com seis votos no dia 5 de outubro. Na ocasião, três detentos escolheram Marina Silva (PSB) e nenhum votou em Aécio Neves (PSDB), que perdeu até para os brancos (dois) e nulos (um).(Fonte UOL)

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