quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Os 'meninos do trem' da VALE - Audiência pública em Marabá escancara má vontade da empresa para solucionar o problema!

A Promotoria de Justiça da Infância e Juventude de Marabá, ligado ao Ministério Público do Pará (MPE) promoveu, ontem 25, a oitiva para se refletir sobre o fenômeno Meninos do trem. A ação pública contra a companhia é da responsabilidade da 1ª Promotoria de Justiça da Infância e Juventude de São Luís. O assunto é tema de um processo administrativo (PA 116/2005 – 1ª PIJ) em tramitação na promotoria, cujo titular é o promotor de Justiça Márcio Thadeu Silva Marques. O assunto não é novo e não se constitui como problema isolado relacionado à infância e à adolescência no empreendimento da mineradora.  O engenheiro canadense James Bertrand, perito contratado pelo Ministério Público do Maranhão apresentou relatório sobre o assunto na EFC, sublinhando os pontos mais delicados de vulnerabilidade. A Vale, que já foi denunciada por manter serviço de espionagem contra defensores de direitos humanos e ambientalistas tentou impedir a realização da oitiva a partir de liminar. Apesar da estratégia jurídica em abortar a audiência, parte do staff da mineradora relacionada com o assunto compareceeu, entre eles, representantes do setor de direitos humanos, da Fundação Vale e consultores que apresentaram diagnóstico e ações do plano de segurança para evitar a viagem clandestina de crianças e adolescente nos trens. O canadense iniciou a apresentação ressaltando a má vontade da Vale em não facilitar o acesso a documentos e relatórios que pudessem embasar a sua investigação. Em alguns trechos do documento da Vale ele não encontra indicadores sobre acidentes e atropelamentos na EFC. Enfatiza ainda que a empresa não menciona que a mineradora se desobriga em financiar o deslocamento das crianças e adolescentes para os locais de origem. Ao ressaltar elementos técnicos da rotina de operação da EFC pontuou sobre a baixa velocidade dos trens e o elevado número de pontos de paralisação\paradas. Melhorar a monitoração eletrônica e edificar torres de observação em pontos críticos foram algumas medidas aventadas na tentativa de se equacionar o fenômeno, que ele não acredita que terá solução por conta da  agenda de expansão e da ausência de vontade política do empreendedor. Sobraram críticas contra a Vale quando da abertura para a manifestação da plenária. (Fonte: Blog Rogério Almeida- reelaborado)

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