segunda-feira, 1 de junho de 2015

Índio Terena baleado por jagunços de fazendeiro no Mato Grosso do Sul. Polícia defende casa do atentador.

Jolinel Leôncio Terena, seu irmão Josimar e mais alguns indígenas trabalhavam em um roçado nesta sexta-feira, 29, dentro dos limites da Terra Indígena Cachoeirinha, quando foram surpreendidos a tiros por indivíduos que estavam dentro de uma caminhonete modelo Hilux, de cor branca. Jolinel Leôncio foi baleado na parte lateral do corpo. Os indígenas estavam nas redondezas da aldeia Mãe Terra, às margens da Rodovia MS 488, que liga a comunidade ao município de Miranda, Mato Grosso do Sul. Jolinel foi removido para um hospital de Campo Grande, pois o projétil permaneceu alojado em seu corpo. Os sobreviventes identificaram o carro como pertencente a um fazendeiro da região conhecido como Amaral, alvo de mais de uma dúzia de denúncias, que partiram do Conselho de Lideranças Terena, por ameaças de morte contra Lindomar Terena e intimidações contra o povo. Nada foi feito para impedi-lo por parte das autoridades. Cerca de 120 indígenas se dirigiram para Miranda exigindo que os policiais fizessem o boletim de ocorrência. O procedimento deveria ser padrão, mas o delegado, até então, relutava em fazer. Autoridades fizeram contato com o delegado para entender os motivos da negativa em registrar o boletim. O atentado ocorreu por volta das 17h30. Josimar desabafa: “Estávamos na roça, cuidando de nossa plantação, e ele simplesmente atirou no meu irmão, sem motivo algum, ele sempre faz isso. Este fazendeiro e seus jagunços, com o mesmo carro. Sabemos quem é ele, já avisamos as autoridades, eles atiram sempre, passam sempre por aqui, é todo o dia”. Os indígenas afirmam que o alvo poderia ser Lindomar Terena, que estava perto do local do atentado. Suspeitam disso porque Lindomar é comumente ameaçado de morte por Amaral. Logo após o atentado, rapidamente a polícia se postou em formação de defesa ao redor da casa de Amaral, em Miranda, cercando a propriedade para que eventualmente não pudesse sofrer possíveis reações da comunidade indígena. Porém, ao longo de todo o período em que diversas denúncias foram encaminhadas, não houve desta mesma polícia nenhuma postura mais incisiva para proteger a vida dos Terena. (Fonte: Cimi)

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