sexta-feira, 31 de julho de 2015

Após negociação índios Ka'apor liberam a BR 316, e aguardam o resultado do inquérito sobre o homicídio de Eusébio Ka'apor

Chegou ao fim à interdição da BR-316, iniciada na madrugada desta quinta-feira (30), entre as cidades de Araguanã (MA) e Nova Olinda do Maranhão (MA), no noroeste maranhense. O bloqueio feito por índios da etnia Ka'apor moradores da Reseva Alto Turiaçu terminou no fim da tarde de forma pacifica depois que representantes da Secretaria de Segurança Pública (SSP) foram até o local para negociar com grupo indígena, segundo a Polícia Rodoviária Federal.Os manifestantes pediam Justiça pelo assassinato do líder indígena Eusébio Ka'apor, ocorrido em abril deste ano, e denunciavam que o caso nunca teria sido investigado. Eles acreditam que a vítima tenha sido assassinada por madeireiros, que insistem em invadir as terras para a exploração ilegal de madeira. Os índios também reivindicavam por melhores condições de saúde, educação e, principalmente, segurança. A Funai não se posicionou em relação ao protesto dos índios. Já o delegado regional de Zé Doca disse que as investigações sobre o assassinato do líder indígena não estão paradas e que, em breve, a polícia dará uma resposta aos índios. Confira a nota enviada pela SSP na íntegra: 

NOTA - A Secretaria de Segurança Pública por meio da Superintendência de Polícia Civil do Interior (SPCI) informa que três delegados de Polícia Civil foram designados para a negociação e liberação da BR-316. Os delegados dialogaram e ouviram as demandas dos indígenas e garantiram que as investigações sobre o homicídio da liderança indígena estão em andamento. Após as negociações com a Polícia Civil a via foi liberada.Crime -A Polícia Civil e o Ministério Público Federal  já abriram inquéritos para investigar a morte do líder da aldeia Ximborendá Eusébio Kaapor depois que o corpo da vítima foi encontrado enterrado. Ele teria sido morto com dois tiros pelas costas no Povoado do Pedro, entre Centro do Guilherme e Santa Luzia do Paruá (MA).(Fonte: G1)

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Brasil 2014, a hecatombe indígena! Vergonha, vergonha...vergonha!

138 índios assassinados (sem contar as tentativas de homicídio), 135 suicídios, 785 crianças indígenas mortas, 118 casos de morosidade na regularização de terras e 84 invasões possessórias. Isso apenas em 2014, segundo o relatório Violência contra os povos indígenas do Brasil, do Conselho Indigenista Missionário (CIMI).O Relatório do Cimi sobre Violência Contra os Povos Indígenas, lançado semana passada, registrou uma escalada na taxa de violações contra esses povos, com crescimento de 42% no número de assassinatos. Segundo Dom Erwin presidente do Cimi há vários motivos para a escalada da violência. O primeiro está ligado à não-demarcação das áreas indígenas. O governo é refém do agronegócio e a bancada ruralista é contra demarcações previstas na constituição. A PEC 215 quer tirar do Executivo a prerrogativa de demarcar áreas indígenas e fazer depender qualquer demarcação de uma votação no Congresso. Isso equivale a dizer que não haverá mais demarcação, porque a bancada ruralista, cujo número de assentos no Congresso aumentou, não vai votar a favor de área indígena.Entre os dados do relatório, talvez o mais impressionante seja a taxa de mortalidade de crianças entre 0 e 5 anos, que é de 785 mortes em 2014. Em Altamira, município atingido pelas obras da hidrelétrica de Belo Monte, a taxa de mortalidade na infância chegou a 141 a cada mil crianças, número dez vezes maior que a taxa nacional. (Fonte: IHU)

De onde virá o 'novo Brasil'?

De onde virá o novo? Dificilmente de Dilma Rousseff, que não consegue vencer o medo. Menos ainda de Aécio Neves, um moleque político. Nem de José Serra, um político que hibernou no início dos anos 90 e acordou no século 21 sem nada ter aprendido sobre gestão, inovação, políticas sociais, projetos de desenvolvimento. Lula já deu o que tinha que dar, com suas políticas de inclusão. E Fernando Henrique Cardoso não dá o que nunca teve para dar. No entanto, há um país em construção, com roteiro pronto e acabado para quem conseguir desvendá-lo.Ao contrário de outros tempos, o novo não está debaixo de um partido político, nem de uma liderança providencial. Tornou-se muito grande e complexo para se enquadrar em parâmetros ideológicos, seja do neoliberalismo selvagem, seja do intervencionismo ululante.O moderno está distribuído em um sem-número de organizações privadas, empresas, movimentos sociais, políticas públicas, em iniciativas civilizatórias que lograram avanços substanciais nos últimos anos, vencendo a maré do conservadorismo atávico nacional.É um país que registrou avanços em todos os setores, dos movimentos empresariais pela inovação às organizações sociais, de agricultores a catadores de lixo.Esses movimentos estão encobertos, de um lado, pela inapetência política do governo, e do outro pelo golpismo da oposição.Os novos personagens serão, acima de tudo, conciliadores e pragmáticos - sem perder o foco dos princípios.Dias atrás foi resolvida uma questão que se arrastava há décadas: uma legislação sanitária diferenciada para pequenos produtores rurais, sem submetê-los às mesmas exigências das grandes indústrias. Esse avanço foi possível graças à confluência de interesses dos Ministros Patrus Ananias, do Desenvolvimento Agrário, e Katia Abreu, da Agricultura, ambos empenhados em criar uma classe média agrária.
No Ministério das Pequenas e Micro Empresas, um político conservador, como Afif Domingos, cumpre um papel relevante, de defesa dos pequenos empresários. E no Ministério de Desenvolvimento Social, uma Ministra empenhada, como Tereza Campello, procura transformar excluídos em pequenos empreendedores.No âmbito privado, a MEI (Mobilização Empresarial pela Inovação) mantém o ritmo, transformando o enorme acervo de consultores em gestão em arautos da inovação para pequenas e médias empresas. E o Sebrae trabalha na formatação de cadeias produtivas de pequenos e micro empresários em torno dos grandes grupos que aderiram ao MEI.Por se moverem em um ambiente de inércia, no entanto, comprovam que as grandes linhas estão dadas. Mesmo sem a partitura da orientação presidencial, tocam de ouvido. Quando a direita - de Katia Abreu e Afif - encontra-se com a esquerda - de Patrus e Tereza -, ambos representam a mesma demanda, de abrir espaço para os pequenos poderem crescer.A democratização de oportunidades, o fortalecimento dos pequenos, só acontece em sociedades que amadureceram propostas e organizações modernas.Passarão a Lava Jato e o golpismo de Aécio, os escândalos da Petrobras e a inércia de Dilma. Mas o país moderno não será vencido pela rebelião dos bestificados.(Fonte: Luis Nassif)

terça-feira, 28 de julho de 2015

Os juízes e a banalidade do mal


Diante do quadro de horror dos presídios brasileiros, como é que juízes continuam a encaminhar homens e mulheres para esses espaços que violam os mais comezinhos direitos fundamentais? Também respondo: tal qual Adolf Eichmann, convicto de que atuava na estrita legalidade do regime político de sua época, os juízes brasileiros assim procedem com a certeza de que, ao encaminhar seus réus para a prisão, apenas cumprem com suas obrigações legais. Se Eichmann afirmava desconhecer o destino dos trens repletos de judeus para eximir-se de qualquer culpa, também os juízes criminais brasileiros, ressalvadas as honrosas exceções, não se interessam por conhecer a realidade das quase-masmorras para onde vão os camburões, tampouco o destino de seus prisioneiros uma vez recepcionados do lado de dentro dos muros. O mesmo vale – e devo fazer o registro – para outros personagens que participam da persecução penal, com destaque para a polícia e o Ministério Público. Com as respeitáveis exceções de sempre, policiais e promotores de justiça, aliás, assumem abertamente e sem qualquer constrangimento o discurso de que o que vale mesmo é a punição, seja a que custo for. A esses agentes do Estado talvez sequer se apliquem as escusas de Eichmann, pois assim o fazem certos de que a sanção penal não precisa respeitar limites e que a violação de direitos dos presos não tem relevância, tampouco significa motivo de preocupação ou culpa, pois seria resposta legítima para a violação a que correspondiam os crimes praticados contra suas vítimas. 
Se o inimigo da Alemanha nazista era o povo judeu, aqui os inimigos são identificados no delinquente e no preso. Contra eles toda a força da lei, dentro de um positivismo estúpido. E para que a máquina punitiva atue, tanto naquele regime autoritário quanto neste que se pretende democrático, as engrenagens são lubrificadas com um óleo alienante, o que faz com que os funcionários públicos que conduzem o processo penal não vejam qualquer culpa pelas consequências de seus atos. Afinal, sua atuação cumpre os rituais previstos expressamente na lei e o conjunto da obra, esse resultado de horror e morte no cárcere, não poderia ser a eles imputado. É a banalidade do mal que deixou de ser um simples conceito filosófico para ser o fundamento de um sistema. E o sistema de justiça criminal assim se manifesta, repleto de ações isoladas e “inocentes” que, somadas, produzem as mais graves violações de direitos humanos em solo brasileiro.A legalidade formal e, por isso mesmo, superficial, das prisões decretadas por juízes e tribunais dos quatro cantos do país, dissolve-se nos horrores da prisão. Entretanto, tal qual Eichmann, os artífices do sistema de justiça criminal apresentam-se como servidores públicos exemplares, cumpridores da ordem emanada da lei penal e, assim, isentos de qualquer responsabilidade. (Fonte: Tirado do artigo de Haroldo Caetano Silva - promotor de justiça do Goiás)

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Ka' apor sofrem mais atentados a bala.Ainda não foi apresentado o resultado do inquérito sobre a o assassinato de Eusébio em abril

O indígena I.J. Ka'apor que não quis ser identificado, foi uma das vítimas, em um atentado no último dia 16, enquanto vistoriava a aldeia Ypahurenda, uma das oito áreas de proteção da Terra Indígena Alto Turiaçu, no Maranhão, justamente para impedir a ação de madeireiros. I.J. é uma das lideranças mais combativas na defesa da Terra Indígena. Ele passava sozinho, em uma motocicleta, pela mesma estrada onde outra liderança, Eusébio Ka’apor foi assassinado, em abril. Ele notou que dois homens o seguiam, também de motocicleta, porém pararam nas proximidades de um povoado no município de nova Olinda do Maranhão. No retorno, I.J., acompanhado de outros dois indígenas, passou pelos suspeitos, que os seguiram e atiraram contra, eles. Ninguém se feriu. No local onde os indígenas sofreram a emboscada, testemunhas denunciaram que cinco caminhões carregados de madeira saíram do local, na última segunda-feira (20). Diante da omissão do poder público, os indígenas fizeram um encontro sobre vigilância e proteção territorial, em 26 e 27 de julho, no município de Zé Doca, onde discutiram estratégias de resistência e pediram justiça nos outros assassinatos sofridos. Os indígenas, que haviam fechado todos os ramais madeireiros, só retomaram as operações autônomas de fiscalização do território há um mês e voltaram a sofrer represálias. (Fonte: CIMI)

Comentário do blogueiro - Estado omisso em defender reservas de proteção ambiental, omisso em identificar e punir os assassinos de quem defende territórios federais. Aos índios só cabe responder aos seus ameaçadores com seus mesmos métodos, só que nesse caso, legítimos, haja vista a falta de responsabilidade oficial. O diacho é que há peixes graúdos ligados a políticos locais que estão envolvidos e, talvez, até os próprios inquirentes.....

sábado, 25 de julho de 2015

No Brasil todo dia são assassinados, em média, 28 crianças-jovens de 11 a 19 anos!

O Brasil registrou 10 mil 136 assassinatos de jovens entre 11 e 19 anos em 2013, em média 28 mortos por dia. De acordo com  o sociólogo Júlio Jacobo Waiselfisz, autor do estudo Mapa da Violência e coordenador da Área de Estudos sobre Violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), o número equivale a 3,5 chacinas da Candelária perpetradas diariamente.A chacina da Candelária ocorreu na noite de 23 de julho de 1993, deixando mortos oito jovens de 11 a 19 anos, no centro do Rio de Janeiro. Os autores foram policiais militares (PMs) e as vítimas eram moradores de rua que frequentavam as imediações da igreja e dormiam no local.Segundo o sociólogo, o perfil das vítimas jovens que sofrem violência é de cor negra, pobre e pouco escolarizado e os índices vêm aumentando a cada ano. Entre 1993 e 2013, praticamente quadruplicaram os níveis de violência.Dados apresentados por Júlio mostram que o índice de jovens negros, entre 16 e 17 anos, mortos no ano de 2013, é de 66,3 por 100 mil habitantes. O de jovens brancos, na mesma faixa etária, é de 24,2 por 100 mil.Quanto à escolaridade, 82 por cento das vítimas de assassinatos no país tinham até sete anos de estudo, o que equivale ao nível fundamental. Na faixa etária de 16 e 17 anos, 93 por cento dos mortos são homens.Para o ministro Pepe Vargas, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, os números são um alerta de que as chacinas não cessaram.(Fonte: IHU)

sexta-feira, 24 de julho de 2015

17 º Domingo Comum - Multiplicando pão e solidariedade para matar a fome de vida! (Jo. 6, 1-15)

Todo gesto que realizamos tem um valor simbólico, seja o que for. Comer algo com alguém, por exemplo, não é somente uma função fisiológica, o de encher barriga. É sinal de comunhão com quem come conosco. É um sinal da generosidade da mãe terra. Pode ser expressão do sonho comum de matar a fome do mundo, etc. A palavra ‘comer’ na sagrada escritura aparece cerca de 1.000 vezes, muito mais do que a palavra ‘rezar’ que só aparece cerca de 100 vezes. Alimentar-se e alimentar as pessoas pelo menos três vezes ao dia, - como só os ricos faziam á época dos profetas, - sempre tem sido o sonho dos pobres de Javé. Como negar que continua ainda hoje o sonho e o desafio de pelo menos dois bilhões de pessoas desse planeta? Pois bem, o evangelista João nesses próximos 5 domingos irá nos apresentar um Jesus preocupado em matar ‘as nossas fomes’, físicas e espirituais. O tema específico da eucaristia, no entanto, só será apresentado somente daqui a cinco domingos.  No evangelho hodierno João faz questão de nos informar que estava ‘próxima a páscoa dos judeus’, ou seja, coloca a multiplicação no contexto de escravidão-libertação. De saída da terra do faraó e de caminhada para a terra prometida. Jesus, aqui, é apresentado como o novo Moisés, aquele que conduz o seu povo pelos desertos da vida à procura de uma terra e de um reino prometido. Um verdadeiro líder que caminha ao lado do seu povo, preocupado com suas necessidades e carências. Ao mesmo tempo, Jesus como Moisés, sente que tem que ajudar o seu povo a ‘mudar de lógica’ e de atitudes. Jesus tem que convencer as pessoas a renunciar não somente á lógica do ‘comprar alimento com dinheiro’, ou de segurá-lo só para si, mas de aprender a colocar em comum o que se possui em favor de todos. 
O milagre da multiplicação do pão, não ocorre sem que haja alguém que comece a colocar alguns pães e peixes à disposição de todos! Sem que haja alguém dando um exemplo de desprendimento e partilha não há como realizar o ‘milagre’ da 'multiplicação'. Deus não manda pão do céu, assim, do nada, de forma milagrosa. Ele mata a fome dos seus filhos através da generosidade de outros que possuem alimento, pouco ou muito que seja. E aí o pouco se torna muito, ou suficiente. Interessante observar que a primeira pessoa que aparece para colocar em comum os alimentos é uma criança. Afinal as crianças ainda não são viciadas em segurar só para si como fazem, em geral, os adultos. Não possuem ainda a ambição e o desejo doentio de acumular. Por isso que Jesus dizia aos seus discípulos que se não se tornarem como crianças não iriam entrar no Reino de Deus. Jesus nos diz com esse gesto que ao abrir nossas mãos para alimentar e matar a fome do mundo estaremos realizando o sonho de Deus: multiplicar plenamente (12 cestos)  vida e esperança para um povo faminto, abatido, e ainda egoísta. Estaremos começando a superar a doença do acumular, do consumir sem critério, e do desperdício vergonhoso. Com maior razão essa lição vale para nós igreja, hoje, onde muitos pais de família estão desempregados e sem perspectiva imediata de garantir vida digna para os seus. Façamos acontecer o milagre da solidariedade. 

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Líderes religiosos e políticos unidos para salvar a 'casa comum' ameaçada. Patriarca de Constantinopla dá um forte alerta.

"Sair do egoísmo em que a inércia dos nossos hábitos nos fez cair e descobrir a liberdade sóbria que nos leva a uma conversão do coração": esse é o esforço pedido na manhã dessa terça-feira, 21, em Paris, pelo Patriarca Ecumênico Bartolomeu, arcebispo de Constantinopla, no seu discurso na "Cúpula das Consciências", que está sendo realizada na sede do Conselho Econômico, Social e Ambiental francês.Acolhidos pelo presidente da República, François Hollande, estão presentes cerca de 40 personalidades do mundo político e religioso. Entre eles, o cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz, e o rabino David Rosen, diretor internacional de assuntos inter-religiosos do American Jewish Committee."A nossa época – disse Bartolomeu no seu discurso – está enfrentando um desafio único. Nunca antes, durante a longa história do nosso planeta, os homens e as mulheres se encontraram a ponto de tornar possível a destruição do próprio ambiente e da própria espécie."Do patriarca ecumênico veio um grito de alerta, mas também um apelo à conversão dos corações, à educação das consciências e à ação comum. "Nunca antes os ecossistemas da Terra se confrontaram com um dano desse porte, quase irreversível. Esse é o motivo pelo qual é nossa responsabilidade enfrentar esse desafio único para cumprir o nosso dever para com as gerações futuras. Por esse motivo, devemos nos comprometer", exortou o representante ortodoxo, que, no seu discurso, dedicou um parágrafo inteiro ao papel desempenhado pelo Papa Francisco, citando a sua última encíclica, Laudato si', e definindo-o como "um irmão da alma".O patriarca, junto com o pontífice, convida as "Igrejas irmãs de Roma e de Constantinopla" a aprofundarem como espaço de ação ecumênica "o seu empenho comum em favor da nossa casa comum com a oração e a ação". (Fonte> IHU)

Índios guarani-kaiowá denunciam em Paris as 299 mortes de parentes nesses últimos 10 anos

O desmatamento do Mato Grosso do Sul para o cultivo de soja e cana de açúcar está provocando o lento genocídio dos índios que moram no Estado. É o que acreditam Guarani-Kaiowá, que se manifestaram ontem em Paris, na França. – Estamos aqui para pedir socorro e ajuda, não apenas pelas florestas e pela natureza, mas também pela vida – afirmou Valdelice Veron, filha de um cacique guarani-kaiowá assassinado por um fazendeiro em 2003. Assim como o pai de Valdelice, 299 índios da comunidade morreram nos últimos 10 anos em razão de conflitos agrários. O grupo tem a segunda maior população indígena do Brasil, com 45 mil membros. Ameaçada de morte, ela viajou pela primeira vez para fora do país, acompanhada pelo cacique Natanael Vilharva-Cáceres. Os dois participaram ontem da Cúpula das Consciências, um encontro de reflexão convocado pela França paralelamente às negociações para um acordo global sobre a mudança climática no final do ano. Eles afirmam que essas mortes são perpetradas por milícias privadas contratadas por grandes proprietários de plantações de soja e cana. No mira dos índios estão as plantações extensivas de soja transgênica que prosperaram impulsionadas pela demanda massiva da China e das grandes empresas que exploram o “petróleo verde” dos agrocarburantes usados na produção de etanol. – A soja e o etanol que vocês consomem estão misturados com o sangue guarani-kaiowá – disse Valdelice em Paris. Valdelice explicou que o processo de atribuição de terras aos índios tem três etapas: a identificação antropológica, na qual devem dar provas de que as terras pertencem a eles, uma análise do Superior Tribunal Federal, encarregado de redigir o decreto de demarcação, e o aval final da presidência.Segundo ela, 22 decretos de homologação esperam a assinatura de Dilma Rousseff. A nação Guarani Kaiowá mobilizou as redes sociais em 2012, quando passou a protestar por seus direitos.(Fonte: IHU)

quarta-feira, 22 de julho de 2015

O ex- governador Tavares propõe a José Sarney um pacto para reerguer o Maranhão!

'.....este não é um artigo para criticá-lo. Sarney não tem mais a força que teve, mas ainda tem muito prestígio pessoal e ainda detém grande força política. Isso é inegável. Hoje se diverte criticando o governo de Flávio Dino, homem que derrotou de maneira muito clara o seu grupo político. Isso são fatos. Farei aqui um apelo ao ex-presidente e àquele político que fascinou a todos os jovens promissores que com ele trabalharam, quando governador e nele acreditaram, como eu. Vejam bem, não estou pedindo aqui que deixe de fazer oposição, sendo esse o seu desejo. Não, nada disso! Estou propondo é um pacto pelo Maranhão, por esse estado pobre e com grande parte da população vivendo com renda oriunda do Bolsa Família. Estou propondo uma união de importantes forças políticas em torno de projetos fundamentais para o desenvolvimento do estado e para tirar o estado dessa situação. O Ceará fez isso no passado e disparou com uma agenda de consenso que o transformou num dos estados mais importantes do país. E o nosso Maranhão tem muito mais condições naturais para o desenvolvimento que o Ceará, mas hoje estamos bem atrás. É claro que se isso não acontecer, iremos lutar até conseguirmos, mas se pudermos fazer uma agenda acima da política, juntando as forças de todos que puderem contribuir, será muito mais fácil e mais rápido conseguir mudar o Maranhão. Parece óbvio que o ex-presidente teria, como tem em qualquer lugar, uma participação muito importante em tudo. Repito: não se trata de pacto político, mas sim de tentar elencar um grupo de projetos estruturantes para que possamos pular etapas e colocar o Maranhão em seu lugar entre os estados mais promissores do país......' (Blog do Zé Reinaldo Tavares)
    
Comentário do blogueiro - Convenhamos: foi muita coragem por parte do ex-governador avançar tal proposta. Será grandeza do ex-senador e ex-presidente da República acolher a proposta, sem dúvida alguma.Depois de tantos ataques e golpes abaixo da cintura, de ambas as partes, haverá tino e grandeza política para consumar o pacto pelo Maranhão? Terá o nosso ex governador consultado o núcleo duro do atual governo antes de avançar tal proposta? 

Assessora especial de Flávio Dino acusada de receber propina se demite afirmando que tudo não passa de armação.

A assessora especial do governador Flávio Dino, Simone Limeira, pediu demissão durante uma reunião hoje (21) à noite no Palácio dos Leões. A assessora de Flávio Dino foi acusada pelo líder indígena Uirauchene Alves Soares de receber propina (duas parcelas de R$ 4 mil em sua conta pessoal) para liberar pagamento do transporte escolar dos índios.Em nota, Simone Limeira diz que “se trata de armação para atingir a mim e o governo”. Ela também nega que tenha recebido propina.Sobre os depósitos na sua conta, a assessora falou que o primeiro foi uma “colaboração” de Uirauchene para o carnaval de Grajaú, onde ela pretende ser prefeita nas próximas eleições. Já o segundo depósito, ela disse que só ficou sabendo “pelos blogs”.

Comentário do blogueiro - Parece ser a típica história do 'feitiço contra feiticeiro'. O governo dias atrás insinuou que os seus críticos são movidos por rancor por terem supostamente perdido mensalinhos e benesses que tinham no governo anterior. Se deu mal. E está se dando mal, agora, com uma sua funcionária de destaque. As acusações e supostas provas de propina chegam de um personagem altamente suspeito. É preciso verificar, checar e investigar para não fazer pre-julgamentos e cometer injustiças que podem ferir gravemente a honra da pessoa. Isso vale para todos. Vale principalmente para o governo do Estado!

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Assessora de Flávio Dino, Simone Limeira de Grajaú, pode estar envolvida em esquema de cobrança de propina para liberação de dinheiro no transporte indígena

Uma assessora especial do governador Flávio Dino (PCdoB), pode estar envolvida em um esquema de cobrança de propina para liberação de pagamentos para o transporte indígena no Maranhão. Este jornalista, obteve com exclusividade comprovantes de depósito de dinheiro por parte de indígenas na conta de Simone Limeira (PCdoB). De acordo com o que foi apurado, Uirauchene Alves Soares e Fabiola S. Carvalho, depositaram o valor de R$ 4 mil por duas vezes na conta de Simone Limeira. O primeiro depósito teria ocorrido no início do ano e o segundo no dia 19 de julho. Uirauchene contou que os depósitos foram feitos, após Simone ter cobrado os valores para que o Governo do Estado liberasse o pagamento do transporte escolar contratado junto a empresa da mulher do líder indígena. O blog procurou Simone Limeira para se posicionar sobre o assunto, mas ela não respondeu ao contato.Simone foi candidata a deputada estadual e é virtual candidata a prefeita de Grajaú com apoio de Flávio Dino. (fonte- Diego Emir)

Comentário do blogueiro - Temos que ir com cautela com esse tipo de informação até para não cometer injustiças. É preciso verificar e indagar, mas sem deixar dúvidas pairando no ar, principalmente agora! Que o governo do Estado mostre logo a cara e prove a inocência da funcionária. 

Francesco - 'Escutemos o grito das vítimas da mineração'!

"Todo o setor da mineração, indubitavelmente, é chamado a fazer uma mudança radical de paradigma para melhorar a situação em muitos países." Esse é o alerta lançado pelo Papa Francisco na mensagem enviada nessa sexta-feira, 17, ao Pontifício Conselho Justiça e Paz, por ocasião da abertura do dia de reflexão sobre o tema "Unidos em Deus, ouvimos um grito", promovido e organizado pelo dicastério com os representantes de comunidades afetadas por atividades de extração provenientes de países da África, da Ásia e da América, e em particular com a rede latino-americana Iglesias y Minería. A essa "mudança de paradigma", acrescentou o pontífice, "podem fazer a sua contribuição os governos nos países de origem das sociedades multinacionais e daqueles em que estas operam, os empresários e os investidores, as autoridades locais que supervisionam o desenvolvimento das operações de mineração, os operários e os seus representantes, as cadeias de fornecimento internacionais com os vários intermediários e aqueles que atuam nos mercados dessas matérias, os consumidores de mercadorias para a realização das quais nos servimos de minerais". Todas essas pessoas, destaca o papa, "são chamadas a adotar um comportamento inspirado pelo fato de que constituímos uma única família humana", que, como indicada a encíclica Laudato si', "tudo está inter-relacionado, e o cuidado autêntico da nossa própria vida e das nossas relações com a natureza é inseparável da fraternidade, da justiça e da fidelidade aos outros" (n. 70). 
Um grito "pelos terrenos perdidos". Um grito "pela extração de riquezas do solo que, paradoxalmente, não produziu riqueza para as populações locais que empobreceram". Um "grito de dor" em reação "às violências, às ameaças e à corrupção". Um "grito de indignação e de ajuda" pelas "violações dos direitos humanos, clamorosa ou discretamente pisoteados no que diz respeito à saúde das populações, as condições de trabalho, às vezes a escravidão e o tráfico de pessoas que alimenta o trágico fenômeno da prostituição". Um "grito de tristeza e de impotência" pela "poluição das águas, do ar e dos solos". Um "grito de incompreensão" pela "ausência de processos inclusivos e de apoio por parte daquelas autoridades civis, locais e nacionais que têm o fundamental dever de promover o bem comum". Particularmente comoventes foram os testemunhos de alguns delegados de várias comunidades, como as de Héritier Wembo Nyama, da República Democrática do Congo (que mostrou as queimaduras no braço e nas costas provocadas por alguns policiais que o jogaram no fogo durante uma marcha de protesto contra a empresa de mineração), do indiano Prassant Kumar Paikray, do chileno Juan Guillermo Peñaloza Sierra, e da brasileira Patrícia Generoso Thomas. (Fonte - IHU)

Uma crise sem precedentes: humanidade e planeta em situação de risco!

'Raramente na história houve tanta acumulação de situações de crise como no atual momento. Algumas são conjunturais e superáveis. Outras são estruturais e exigem mudanças profundas, como por exemplo, a reforma política e tributária brasileira. Mas há uma crise que se apresenta sistêmica e que recobre toda a Terra e a humanidade. Ela é ecológico-social. A percepção geral é que assim como a Terra viva se encontra não pode continuar, pois pode nos levar a um quadro de tragédia com a dizimação de milhões de vidas humanas e de porções significativas da biodiversidade. Em sua encíclica sobre “o cuidado da Casa Comum” o Papa Francisco diz sem torneios: ”o certo é que o atual sistema mundial é insustentável a partir de vários pontos de vista”(n.61). Em sua peregrinação pelos países mais pobres da América Latina, Equador, Bolívia e Paraguai, o discurso de mudança estrutural e da exigência de um novo estilo de produzir, de consumir e de habitar a Casa Comum foi repetidamente afirmado como algo impostergável. A crise sistêmica é grave porque ela carrega dentro de seu bojo a possibilidade da destruição da vida sobre o planeta e eventualmente o desaparecimento da espécie humana. Os instrumentos já foram montados. Basta que surja um conflito de maior intensidade ou um louco fundamentalista tipo o ex-presidente Bush para abrir as portas do inferno nuclear, químico ou biológico a ponto de não termos nenhum sobrante para contar a história. Não podemos subestimar a gravidade desta última crise sistêmica e global. A atual crise brasileira é um pálido reflexo da crise maior planetária. Mas mesmo assim é desastrosa para todos, afetando especialmente aqueles sobre cujos ombros se colocaram o maior ônus dos ajustes fiscais para sair ou aliviar a crise: os trabalhadores e os aposentados.Comungamos com a esperança do Papa Francisco: há no ser humano um capital de inteligência e de meios que nos “ajudam a sair da espiral de autodestruição em que estamos afundando” (n.163). E finalmente há Alguém maior, senhor dos destinos de sua criação que é “o amante da vida” (Sb 11,26). Ele não permitirá que nos exterminemos miseravelmente'. (Fonte: Leonardo Boff - reprodução parcial do artigo)

Educar-se à verdadeira compaixão (Mc. 6,30-34)


Certamente certas formas de ativismo excessivo manifestam a incapacidade ou a não vontade da pessoa em parar para pensar. Muitas pessoas parecem sentir internamente a necessidade de correr o tempo todo. De ter sempre algo a fazer, pois se pararem podem descobrir o vazio que existe dentro delas. Em algum caso, dão fé até do desespero que as domina. A incessante ação pode ser uma forma para esconder justamente o medo pessoal de ter que se confrontar com a falta de sentido de sua própria vida. O ritmo que nos imposto hoje em dia nos deixa estonteados. Parece não haver mais espaço para refletir sobre a nossa vida, sobre o sentido do nosso correr e trabalhar. E quando paramos, se paramos, temos a impressão de estar perdendo tempo. Isto vale para um cidadão comum e vale mais ainda para os discípulos de Jesus. Jesus, na parte inicial da narração evangélica de hoje (vv. 30-32) deixa claro que se de um lado é importante sair para a missão, de forma sistemática e despojada, do outro lado é fundamental saber parar para avaliar a missão. Reorganizar as idéias, reprogramar e recobrar novas motivações, para continuar na missão de forma mais consciente. Sem isso se corre o perigo de virar meros executores de ações, e se esgotar rapidamente. E de não ter mais nada a oferecer às pessoas que esperam sempre algo mais criativo e adequado ao seu modo de sentir.

É o nosso perigo, hoje, como missionários e missionárias, e como comunidades. O nosso correr constante e a repetição de ações, sempre as mesmas, acabam desgastando a todos. É preciso se reinventar, se re-motivar, se formar à luz da missão e do Mestre, sob pena de falarmos sempre as mesmas abobrinhas que ninguém mais atura! Na segunda parte da leitura Jesus percebe a insistência das pessoas em procurá-lo, mas mesmo cansado, não as afasta. Ao contrário, vê que é um povo sedento de afeto e de proteção, pois ‘pareciam como ovelhas sem pastor’. Só quem foi educado como Jesus à compaixão, e a sentir a indignação de Deus dentro de si quando um seu filho ou filha é abandonado, consegue perceber o drama daquelas pessoas. Só quem está atento às necessidades e às aspirações das pessoas coloca o serviço gratuito e a caridade em primeiro lugar. Sem moralismos, e sem exigir a obediência a normas cultuais e disciplinares que só afastam as pessoas do verdadeiro encontro com o Deus da misericórdia.

terça-feira, 14 de julho de 2015

Frases do dia.....

A PF sabe distinguir doação de propina: doação é para a oposição e propina é para o PT” (Totonho)

'Como se sabe, o Aecím também foi “citado” na Lava Jato. Mas, como é tucano, não vem ao caso.Jamais será importunado às 6 da manhã com uma visitinha da PF, a dos delegados aecistas. Imagine! Um aecista despertando o ídolo, tão cedo!' (P.H. Amorin)

O infantilismo religioso dos governantes, e as tentativas de 'idiotização' do interlocutor religioso!

Sempre me tem chamado a atenção o infantilismo religioso da maioria dos governantes, sejam eles presidentes da República e/ou governadores, principalmente. A preocupação em dispor adequadamente e ostentar símbolos religiosos em época de campanha ou quando ocorre uma audiência formal com setores da igreja católica é algo ridículo. Não me refiro tanto ao ‘discurso eleitoreiro’ imbuído de sacralidade da mais vasta pluralidade em épocas de arrecadar votos, - algo obrigatório, - mas do ‘artificialismo cênico’ que é meticulosamente preparado quando um presidente ou um governador recebe bispos e outros altos prelados. Vejo duas mastodônticas contradições. A primeira é que a maioria dos governantes sustenta a autonomia do estado em relação à igreja, ou religião, o que é mais que correto. Entretanto, a segunda do visitante religioso, os governantes fazem questão de dispor de forma bem visível uma bíblia, um crucifixo, uma imagem de um santo, uma foto com um papa, ou dele/a rezando ou recebendo a comunhão de olhos fechados. Sem falar das narrações de quando era coroinha ou quando fez a primeira comunhão. Algo tão artificial que se percebe ter sido predisposto exclusivamente por algum marketeiro, para a circunstância (a visita da autoridade religiosa). No intuito de agradar o ilustre visitante esquece o nosso governante que teria que manter a autonomia e a separação necessária também na esfera simbólica, e evitar expor e banalizar símbolos que para ele, afinal, nada dizem! Uma segunda questão relacionada à primeira é que esse exibicionismo religioso nada mais é do que uma clara expressão da ingenuidade política do governante. Ele acha que os seus interlocutores, autoridades religiosas, seriam tão incautos e ingênuos em acreditarem no profundo espírito religioso que estaria presente na sua alma. Ao exibir na prateleira do gabinete objetos religiosos o governante estaria insinuando aos seus interlocutores religiosos que, afinal, estariam ‘jogando no mesmo time’. Não percebe o governante que, ao contrário, ao agir de tal maneira, está revelando o seu lado cínico e dissimulado, claramente perceptível. Perde assim a moral, e a possibilidade de dialogar de igual para igual, justamente graças às legítimas diferenças de credo existentes entre si. Estaria o governante praticando, de forma ridícula, a idiotização do interlocutor oferecendo-lhe o que ele acha que é do seu (interlocutor) gosto. Governantes, sejam vocês mesmos, pois dessa forma poderemos conversar como adultos sérios!   

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Planeta em risco: não digam que não avisei! Aqui nem oração salva!

Algum tempo atrás, um cientista saiu em sua expedição anual ao oceano ártico na Rússia para conferir os níveis de plumas nocivas de gás metano vindas do oceano. Ele já tinha visto centenas dessas plumas, com cerca de um metro de diâmetro cada, que emitiam gases 50 vezes mais poluentes para nosso clima do que o dióxido de carbono. Desta vez, no entanto, ao analisar a primeira pluma, ele não acreditou no que estava vendo. Era uma pluma com UM QUILÔMETRO de extensão. Uma vasta coluna de gás perfurando nossa atmosfera. Ele continuou sua avaliação e encontrou outra pluma gigante, e outra, e outra. Centenas delas. 
É sobre isso que os cientistas têm nos alertado. À medida que o planeta aquece, surgem "pontos críticos" que aceleram o aquecimento descontroladamente. O aquecimento derrete o gelo do mar do Ártico e destrói um grande "espelho" branco, que antes refletia o calor de volta para o espaço. Mas com o derretimento, os oceanos ficam mais quentes, contribuindo para derreter mais gelo, em um efeito dominó. Tudo fica fora do controle. Em 2014, tudo – tempestades, temperaturas – chegou a níveis jamais vistos. Foi o ano mais quente da história. Podemos impedir isso, se agirmos rápido e em conjunto. Diante dessa ameaça de extinção, poderemos criar um futuro inspirador para nossos filhos e netos. Um futuro verde, limpo e em equilíbrio com o planeta que permite a nossa vida. Temos 5 meses até a Cúpula de Paris, o encontro que definirá os esforços coletivos para lutar contra as mudanças climáticas. Parece muito distante, mas não é. Serão 5 meses para colocar nossos líderes nessa Cúpula, apresentar-lhes um projeto, e fazê-los levar o plano adiante. Somos nós contra as empresas de petróleo e o fatalismo. (Equipe Avaaz)

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Francesco - Fé revolucionária!

O papa Francisco aproveitou a celebração de sua segunda missa no Equador no parque do Bicentenário – construído sobre o antigo aeroporto de Quito – para unir o velho grito de independência com o da evangelização, que, “com a mesma urgência” a Igreja precisa empreender. Segundo Jorge Mario Bergoglio, os cristãos não podem se fazer de “distraídos” em meio a “um mundo dilacerado pelas guerras e a violência”. Diante de mais de um milhão de pessoas, o papa clamou: “Evangelizar é nossa revolução. Nossa fé sempre é revolucionária. Esse é o nosso mais profundo e constante grito”. 

Em palavras que muitos esperavam durante os três dias da visita do pontífice a um país que faz fronteira com a Floresta Amazônica, Francisco disse aos membros da Pontifícia Universidade Católica do Equador que "uma coisa é clara": "Não podemos continuar virando as costas para a nossa realidade, para os nossos irmãos, para a nossa Mãe Terra. Não nos é lícito ignorar o que está acontecendo ao nosso redor, como se determinadas situações não existissem ou não tivessem nada a ver com a nossa realidade"."Cada vez mais, segue com força esta pergunta de Deus a Caim: 'Onde está o teu irmão?'", disse. "Eu pergunto se a nossa resposta continuará sendo: 'Acaso sou o guardião do meu irmão?'" Com essa forte referência à história do Antigo Testamento que relata o assassinato, por parte de Caim, do seu irmão Abel, Francisco parecia estar dizendo com força, nessa terça-feira, que a humanidade está destruindo a Terra, mas não está assumindo a responsabilidade pela destruição.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Índios em São Luís - Nem demônios...nem santos!

Mais um grupo de indígenas em São Luís. Reivindicando. Não há como ser diferente. O evidente estado de displicência em que vivem as comunidades indígenas exige mobilização, por certo. Não há dúvida, contudo, de que o direito de exigir o cumprimento de acordos, direitos e termos de ajuste de condutas valha de ambas as partes. Estado e ‘comunidades indígenas’. Os indígenas que aqui estão se sentem representantes das comunidades indígenas, embora nem sempre elas os vejam como seus representantes. A estratificação social e a complexidade das relações que se dão numa terra indígena não permitem que se tome como homogênea uma realidade que não o é. Pior, acreditar que aldeias que têm lideres próprios deem mandato de representação a outros, de outras aldeias. As indígenas são sociedades ‘poli-cêntricas’, com vários centros de ‘poder e de decisão’! Para quem conhece de dentro e acompanha a questão indígena no estado sabe da complexidade e da delicadeza que o tema educacional exige. Hoje, para algumas supostas lideranças indígenas, em conluio com personagens do governo estadual, descobriram na educação escolar indígenas, - via contratos para transporte escolar, - a mina de ouro para conseguir dinheiro fácil para si e sua família. Anos atrás eram os contratos relacionados à saúde a mina de ouro, mas após as decisões legais tomadas de forma clara, de alguns anos para cá se tornou o transporte escolar, graças às brechas deixadas pelo sistema. Virou uma espécie de obsessão, pois dele depende a possibilidade de acumular mais grana e prestígio por parte de alguns personagens indígenas de algumas regiões do Estado. 
O conselho de educação escolar indígena criado no governo José Reinaldo, aos trancos e barrancos, nunca funcionou de forma decente. Já fazem mais de três anos que ninguém se encontra pela única e exclusiva motivação de que o único ponto da pauta de debate era o repasse da grana do transporte escolar. Não existiam outros desafios, nem formação de professores, nem metodologia de ensino e outros. Várias auditorias foram feitas. Vários abusos de ambas as partes foram detectados. Poucas pessoas demitidas, transferidas ou punidas. Tornou-se uma bola de neve. Uma coisa é certa: escola diferenciada, intercultural, bilíngue (e blá, blá, blá....) inexiste, tirando alguns raros e gloriosos casos como as escolas dos Guajajara do Pindaré, de algumas outras da região da Guajajara-Canabrava, e dos Krikati. O estado nesses anos todos tem falhado, e feio, perdeu a moral. Alguns setores indígenas pelo caos instalado viram perder não somente suas fontes de renda, mas também assistem ao desmantelo generalizado e, agora, reclamam. Certamente existem outros setores indígenas que lutam com autenticidade e garra para reerguer a educação escolar, contemplando outras dimensões, mas não são estes que têm vez e voz. Seria preciso investigar ‘as duas partes’. Abrir auditorias para identificar quem tem se locupletado com a grana do transporte, quem recebia ‘mensalinho’, sejam eles indígenas sejam eles personagens de altos escalões do governo. Infelizmente, não temos nem pessoas e nem instituições que tenham força moral para convocar as partes, abrir o jogo e dar o nome a ‘tantos bois’ de engorda. Pague que tem que pagar! Feito isso que sejam isolados definitivamente os aproveitadores e que se comece a dar aula. De honestidade e responsabilidade, em primeiro lugar!’  

EDITORIAL de Vias de Fato - República da calúnia: a “mudança” precisa mudar

A questão central aqui é tratar da incapacidade evidente do governo Flávio Dino de ouvir críticas e das ações tomadas por este mesmo governo no sentido de tentar desqualificar, intimidar e agredir os que lhe apontam os erros. Nós estamos, desde sempre, ao lado dos que cobram do poder público e fazem a crítica necessária, pois sem cobrança e sem crítica, quem perde é a sociedade e a democracia; é o conjunto da população que sustenta o Estado. Flávio Dino está se comportando igual a José Sarney e Vitorino Freire no que se refere à desonesta política da calúnia, vivenciada no Maranhão ao longo de décadas. Dos pasquins à internet, seguimos no mesmo padrão. Ao tentar achincalhar, deslegitimar e ofender a reputação dos que lhe criticam, o atual governador revela-se ainda arrogante e autoritário, tal e qual os antigos oligarcas do estado, que viam no Maranhão algo a ser subjugado.O caso ocorrido no final de junho, envolvendo o padre Roberto Perez Cordova e a Pastoral Carcerária é apenas mais um. Em reunião com o governador, no dia 26, onde participaram vários integrantes do governo e da sociedade civil, para tratar da criação do Comitê Estadual de Combate a Tortura, o padre reclamou da situação dos presídios maranhenses. Disse que os agentes do estado estariam agindo de maneira violenta com os apenados, “com uso de spray de pimenta e bala de borracha”.

Cordova tratou de questões que, também em junho, foram relatadas por um grupo de entidades que esteve em Pedrinhas, nos dias 9 e 10. São as mesmas organizações sociais que, em 2014, levaram a situação desta penitenciária maranhense até a Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA; a Sociedade Maranhense dos Direitos Humanos (SMDH), OAB, Justiça Global e Conectas Direitos Humanos. Após a visita ao presídio, membros das quatro entidades fizeram uma reportagem em conjunto, de três páginas, para a revista Carta Capital (01/07/15), intitulada “Quem se importa com Pedrinhas?”, onde eles disseram que “a Constituição e as normas internacionais de direitos humanos continuam peças de ficção por lá”. O relato das entidades revela que a situação continua caótica, dantesca, violenta, com denúncias de tortura e uma falta de assistência generalizada. Pois Flávio Dino não gostou do que disse o padre. A Pastoral Carcerária criticou publicamente a reação do governador e, logo em seguida, começaram, via internet, os violentos ataques a Cordova.  Desta vez a repercussão do incidente foi maior por conta da reação de setores da Igreja Católica e porque a tentativa estúpida de desmoralizar o crítico foi iniciada pelo próprio Flávio Dino e não por um assessor.  No dia 27 de junho, o governador usou as redes sociais (twitter e facebook) para acusar Cordova de ter “privilégios”, receber “mensalinho” e “benesses” no governo de Roseana. Falou em “chantagem”, disse que o governo atual “não distribui dinheiro público” “para comprar silêncios” e fez a pergunta: “qual a legitimidade da crítica de alguém que recebia dinheiro do Governo anterior e está irritado por que perdeu a benesse?”. No mesmo dia 27, o Governo do Estado divulgou uma nota oficial dizendo que o padre “recebia remuneração indevida”.

A reação veio logo.  No dia 28 de junho, o arcebispo metropolitano de São Luís, Dom José Belisário da Silva (junto com a Comissão Arquidiocesana de Justiça e Paz), foi em defesa do padre, desmentindo Flávio Dino. Segundo Belisário, Roberto Perez Cordova realmente prestou serviço no último governo de Roseana. Porém, em nota assinada, o arcebispo disse que tudo foi feito dentro da lei e com o conhecimento da Igreja.  Belisário colocou as coisas em outros termos, lamentou pelo “achincalhe”, esclarecendo que a função exercida por Cordova existia, que segue existindo e no atual governo está sendo ocupada por “um representante de outra igreja”. No dia seguinte, a Sociedade Maranhense de Direitos Humanos lançou outra nota dizendo que o padre “foi injustamente atacado em sua honra e dignidade”, repudiando “a prática do achincalhe e desmoralização”, contra aqueles que “divergem da opinião oficial”. No atual governo maranhense, o sucessor do padre Roberto Perez Cordova é o pastor Erasmo Antônio Alves de Sousa, nomeado por Flávio Dino para o cargo de Supervisor de Assistência Religiosa. No governo de Roseana, este pastor também ocupou funções na administração pública. Portanto, soa estranho ver Flávio Dino questionar a legitimidade política de alguém por ter exercido cargo em um governo de Roseana. Ele deveria respeitar um pouco mais seus auxiliares, seus aliados, além do próprio PCdoB, que fez parte de dois sucessivos governos de Roseana, entre os anos de 1995 e 2002.

Na república de José Reinaldo Tavares, Humberto Coutinho, Edivaldo Holanda, Dedé Macedo, Weverton Rocha, Camilo Figueiredo, Rogério Cafeteira, Rubens Pereira, Carlos Brandão, Raimundo Cutrim, Ted Lago, Waldir Maranhão, Othelino Neto, Telma Pinheiro, Neto Evangelista, AB Propaganda, BR Construções, Clara Comunicações, Suzano Papel e Celulose, do bem “nutrido” Conselho de Gestão Estratégica das Políticas Públicas, da soja, do eucalipto, dos madeireiros, da siderurgia, do carnaval da base aliada, do São João dos parlamentares submissos, da violência policial e dos contratos terceirizados, determinadas críticas ao novo governo do Estado são vistas como uma “declaração de guerra”, coisa de inimigo, que deve ser aniquilado junto à opinião pública. Uma situação inaceitável.Vivemos, no Maranhão, submetidos a uma cultura autoritária, onde muitos têm medo do poder. Apesar deste antigo ambiente de intimidação, houve aqueles que, ao longo da história, não silenciaram diante da violência e dos inúmeros abusos de Sarney e Vitorino. Com Flávio Dino não está sendo diferente. A “república da calúnia”, até o momento, não silenciou o Maranhão.

A “mudança” precisa rever os seus conceitos.  Diante da política do achincalhe – prorrogada no primeiro semestre de 2015 – está claro que a “mudança” precisa mudar. - *Editorial e capa da edição nº 59 do Jornal Vias de Fato (julho de 215)

sábado, 4 de julho de 2015

14º Domingo Comum - Acreditar nos humildes servidores de casa, e não nos prepotentes messias (Mc. 6, 1-6)

Os sentimentos humanos, frequentemente, são algo indecifrável. Incompreensíveis. Eles não obedecem à razão. Aparecem sem que os desejamos e os programamos. É o puro sentir! Muitas vezes resistimos, pois não gostaríamos de sentir o que brota do nosso interior. Mesmo assim eles afloram, e irrompem no nosso ser de forma descontrolada. São sentimentos de afeto e de ternura, mas também de ódio e de raiva. De compaixão e amor, mas também de indiferença e de desamor. São sentimentos de perdão e compreensão, mas também de rancor e de inveja. Não é fácil controlá-los e canalizá-los para algo positivo. Todo humano faz a experiência disso, embora nem todo humano se deixe dominar pela tempestade de sentimentos que emergem dentro dele. Os moradores de Nazaré são um exemplo paradigmático. Marcos descreve o fato de forma enxuta, sem embelezar e decorar o texto. Deixa claro que Jesus ao voltar a Nazaré, após a sua experiência luminosa do rio Jordão, encontra por parte de seus patrícios, uma forte desconfiança que se transforma logo em rejeição. Jesus parece ter voltado mais consciente, mais brilhante, mais ousado. Quase irreconhecível aos olhos deles. Provavelmente, Jesus para eles, antes do batismo no Jordão, era um mero participante do culto, como qualquer um. Um freguês tranqüilo, mas longe de ser um pregador e profeta cheio de luz que ocupa o lugar dos ‘mestres’.

No coração da população local aparecem os mais turvos sentimentos que cegam a razão e tornam as pessoas agressivas com desejo de anular o outro. Eles se perguntam se Jesus, afinal, é igual a eles, e por eles conhecido, por que ele fala, agora, com tanta propriedade? No fundo se perguntam por que eles não conseguem fazer o mesmo. A inveja se transforma em intolerância. Em lugar de se alegrarem porque uma pessoa conhecida voltou mais sábia, mais firme e mais consciente em sua fé, eles o vêem como um usurpador. Como se estivesse que ocupar sempre o seu lugar e nunca mudar. Começam a debochar dele e a desafiá-lo. Afinal, ‘tem que se catar’ e ocupar o lugar de sempre. A situação de sempre. Eles não aceitam que Jesus se sobressaia, que mude de vida e perspectiva! Assim agimos nós no nosso cotidiano, inclusive na nossa casa e na nossa comunidade. Aceitamos como verdade absoluta a versão fajuta que vem dos de fora, e acusamos de impostor o que celebra e reza conosco. Preferimos celebrar o sucesso de alguém desconhecido a nos alegrar porque um nosso irmão ou irmã conseguiu vencer na vida, e hoje é uma pessoa nova, segura de si, e livre. Convertida. Preferimos os messias prepotentes e arrogantes que não conhecemos aos messias humildes e anônimos que temos dentro de casa. Preferimos a mentira que divide e machuca dos de fora a ter que acolher a verdade que constrói dos de casa. É mesmo verdade: ninguém é profeta em sua casa, principalmente entre os seus, mas a mudança de coração é possível. Nós queremos acreditar nisso!

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Pedrinhas - Ontem o spray de pimenta correu solto....e abundante!

Variações sobre o mesmo tema! Ontem, dia 30, o spray de pimenta correu solto e abundante em Pedrinhas. Ao conferir os presos, - ver se todos estão presentes, - no pátio, a polícia usou seus próprios métodos. Os presos recalcitrantes, os que não queriam sair das celas, ou se atrasavam fazendo corpo mole, foram todos ‘temperados’ imediata e abundantemente com spray de pimenta. Coincidentemente, nessa hora (11,30 da manhã) 4 representantes da Pastoral Carcerária estavam presentes para fazer a suas sistemáticas visitas aos presos e flagraram o arcaico método. Presenciaram a macabra cena e saborearam contra vontade o quanto queima a pimenta nos próprios olhos e na garganta. Interpelado, o diretor lamentou o ocorrido, pois segundo ele aquela não seria a sua metodologia. Tem tudo para ser verdade. Se assim for, pergunta-se, então, qual é poder que um diretor tem sobre os detentos e a metodologia a ser adotada? Ou, por acaso, existem setores da segurança interna que têm plena autonomia para soltar spray de pimenta toda vez que achar conveniente? Com ou sem o consentimento do diretor?