segunda-feira, 30 de novembro de 2015

No Maranhão há 0,58 médicos por mil pessoas! Uma vergonha!

Segundo o último levantamento do Ministério da Saúde, existem 1,8 médicos por mil brasileiros. O número é inferior ao de países europeus e vizinhos latino-americanos. Na Argentina, por exemplo, a proporção de médicos por habitantes é de 3,2; em Portugal e Espanha, 4; e em Cuba, 6,8. Uma avaliação mais profunda, contudo, mostra que este número é ainda menor em aéreas da região Norte, revelando a desigualdade na distribuição de médicos entre as regiões brasileiras. Estados como São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, possuem média próxima à de países desenvolvidos: 2,49 e 3,4 médicos por mil habitantes, respectivamente. Enquanto estados como Pará e Maranhão apresentam taxas preocupantes, de 0,77 e 0,58, respectivamente."Há uma má distribuição entre os estados ricos e pobres do País, mas também notamos uma grande desigualdade dentro dos estados", afirma o secretário. "A região oeste do estado de São Paulo, por exemplo, tem taxas semelhantes às de estados do Norte", completa.Para Hêider Aurélio Pinto, nos últimos anos, o País conseguiu avanços importantes na oferta de saúde em regiões pobres e de difícil acesso graças ao Programa Mais Médicos. Ainda assim, a carência de profissionais de saúde apenas será suprida com uma maior oferta de vagas em cursos de Medicina. "Em dez anos, foram abertos 146 mil postos de trabalho para médicos, mas, neste período, as universidades brasileiras formaram apenas 64% dessa demanda", afirma. (Fonte: Carta Capital)

Incêndio na pré-Amazônia - Agora é a mata dos Awá-Guajá que está em chamas!

Um incêndio de grandes proporções avança por áreas de floresta da Amazônia Oriental, no Maranhão, e desde essa quinta-feira (26/11) afeta a aldeia Juriti, onde residem índios da etnia Awá-Guajá. Suspeita-se que o fogo tenha sido causado por grupos de madeireiros que agem ilegalmente próximo à terra indígena (TI). Até o momento, nenhum órgão estadual ou instituição responsável pela proteção da TI chegou ao local para intervir na contenção das chamas, de acordo com informações da Agência Museu Goeldi. Os Awá são um dos últimos povos nômades de caçadores-coletores no Brasil. Considerados pela organização International Survival como a “tribo mais ameaçada do mundo”, os Awá vivem “o mais próximo do que pode se chamar de genocídio, no Brasil”, de acordo com o chefe da Coordenação Geral de Índios Isolados da Funai, Carlos Travassos. Os indígenas têm sido assediados constantemente por posseiros e comerciantes extrativistas da região. O único auxílio que os Awá receberam foi de um representante da Funai, que passou a quinta-feira na aldeia, no trabalho de abafamento do fogo.Outro funcionário da fundação no Maranhão, Edésio de Sena Martins, informou que o incêndio foi iniciado há alguns dias por um grupo de posseiros em um foco próximo à aldeia Juriti.Como o tempo está muito seco, o fogo rapidamente se espalhou. Segundo ele, a queimada é intensa e está longe de ser controlada. Reserva - O incêndio também ameaça a Reserva Biológica (Rebio) do Gurupi, em uma terra vizinha à Juriti. Na teoria, a reserva está sob a proteção integral do Ministério do Meio Ambiente (MMA), mas nas últimas décadas tem sofrido invasões de madeireiros, pecuaristas e agricultores, um perigo comum às terras indígenas no Estado, como a dos Awá. (Fonte: Museu Goeldi)

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Iº de Advento - Fique ligado, levanta a cabeça, e faça acontecer! (Lc. 21,25-28. 34-36)

Secas e vendavais destruindo casas, mares de lama contaminada matando a vida que pulsava nas águas do Rio Doce, e deixando milhares de pessoas sem casa e sem água potável. Fogo criminoso torrando milhares de hectares de floresta dos índios Guajajara e dispersando ou matando índios e animais.  Cloacas de corrupção e de violência institucional inundando consciências e arrastando pessoas de todas as esferas sociais para comportamentos aéticos e imorais. Recordes de criminalidade, de abusos de todo tipo, e desocupação crescente. É o caos, alguém diria. É o fim do mundo, outros acrescentariam. Jesus, ao contrário, nos diz que chegou a hora de ‘levantar’ e ‘reerguer a cabeça’. E vislumbrar nesse caos universal a proximidade da libertação integral. Todavia, o mestre nos deixa a entender que isso não vai acontecer mediante a ação poderosa de alguém, individualmente, mas através de nós mesmos se tivermos a coragem de contemplar e incorporar o testemunho do ‘filho do homem’, de Jesus, o mestre em humanidade. Se fosse somente o poder da ação de um ser divino que por si só restabelece a ordem no caos não haveria necessidade de nos levantar e reerguer a cabeça. Ele faria por nós, e nós seríamos só os beneficiados. Mas não é assim que Jesus age. Ele pede que nos levantemos, que deixemos de rastejar para quem quer que seja. Chega de se deixar pisar e oprimir. De viver como dominados e escravizados. É preciso recuperar confiança em nós mesmos e enfrentar os desafios da vida. Ter consciência que temos valor e potencialidades, e muita capacidade de superação. Quando isso acontecer teremos condições de olhar a nossa vida e o mundo com outros olhos. Ao levantar e ao nos reerguer não olharemos os acontecimentos como gente encurvadas sobre si, arrastada e manipulada. Teremos a capacidade de olhar para além das consequências do caos que nós mesmos produzimos, e descobrir dentro de nós o nosso lado recriador e transformador. Jesus mostrou isso ao agir de forma serena e firme com todos, e em todas as circunstâncias. Ele não andou desperdiçando tempo e energias em coisas fúteis que só tiram o foco dos verdadeiros objetivos da vida. Viver em estado de ‘Advento’ de um mundo novo e renovado, afinal, significa que quem sabe que chegou a hora de agir com coragem, não espera que as coisas ocorram por si só. Ele faz acontecer, do jeito que Deus quer, e não do jeito que o Diabo gosta!


quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Belo Monte - IBAMA autoriza enchimento da represa.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu licença de operação para a Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, e autorizou hoje (24) o enchimento do reservatório da usina, que está em construção há quatro anos e cinco meses no Rio Xingu. Segundo o Ibama, a licença de operação obtida pela empresa Norte Energia está relacionada ao cumprimento de 41 condicionantes. A licença é válida por seis anos. Em parecer técnico de 10 de setembro, o Ibama havia apontado 12 pendências que impediam a emissão da licença. Sem o documento, a Norte Energia ficava impedida de encher o reservatório e dar início à geração de energia no empreendimento. Os documentos do processo de licenciamento de Belo Monte, que tramita desde 2006, estão disponíveis para consulta no site do Ibama.
A presidenta do Ibama, Marilene Ramos, começou a dar entrevista à imprensa para explicar a concessão da licença, quando foi interrompida por indígenas que dançaram, cantaram e fizeram um ato no auditório do instituto contra o projeto da usina no Rio Xingu. Eles carregaram cartazes com os dizeres “Não a Belo Monte” e “Xingu vivo para sempre”. Os líderes indígenas reclamaram por não terem sido consultados previamente sobre a emissão da licença de operação. Eles disseram estar mobilizados contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215/2000, na Câmara dos Deputados, quando souberam da decisão do Ibama. Cerca de 50 indígenas foram à sede do instituto para protestar contra a licença que permite encher o reservatório e dar início à geração de energia no empreendimento. O cacique Tabata Kuikuro, do Alto Xingu, recebeu com tristeza a notícia. “Ficamos mais preocupados. A construção da usina já está secando o rio. É um dia triste para nós”. A construção de Belo Monte já dura quatro anos e cinco meses no Rio Xingu.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

A crise econômica chegou ao Maranhão II.

Dentre as regiões, Nordeste apresenta a maior taxa de desocupação (10,8%), chegando ao dobro entre jovens (22,7%). Dentre os Estados, a Bahia apresenta a maior taxa de desocupação (12,8%) e Santa Catarina a menor (4,4%).O Maranhão tem a 2a menor taxa de desocupação do Nordeste (8,4%), abaixo da média nacional de 8,9%.Em comparação ao trimestre anterior, a taxa de desocupação do MA teve pequena oscilação negativa, caindo de 8,8% para 8,4%.Contudo se comparado ao 3o trimestre de 2014, a taxa de desocupação aumentou de 6,7% para 8,4%, segundo a PNAD Continua do IBGE.Dentre as 21 regiões metropolitanas, a Grande São Luís apresenta a 2a maior taxa de desocupação do país, com 14%.
Em um ano, a taxa de desocupação na Grande São Luís pulou de 9,5% para 14%. Assim, a RM Grande São Luís apresenta a 2a maior taxa de desocupação (14%), abaixo apenas da Região Metropolitana de Salvador (17%).Se considerarmos que a taxa de desocupação entre os jovens (18-24 anos) é usualmente o dobro da população em geral, na Grande São Luís teríamos entre 28-30% de desocupação na juventude.Dessa forma, o cenário é bastante negativo para o Maranhão em 2015: com perspectiva de queda de 2% do PIB (IMESC). Perspectiva ainda de saldo negativo na geração de empregos em 2015, aprofundando a crise na economia do Maranhão.Em São Luís, o saldo negativo é de 4.935 demissões em 2015, chegando a 5.269 demissões na Região Metropolitana SLZ. Diante desses números, é, no mínimo, risível a propaganda oficial quando trata da questão da crise do emprego no Maranhão. (Fonte: IBGE)

sábado, 21 de novembro de 2015

Jesus rei do universo – Um modo de governar que não segue a lógica dos reinos desse mundo! (Jo. 18, 33-37)

Um padre italiano, padre Milani, educador e pastor num povoado do interior de Florença, nos anos 50, dizia aos seus alunos, filhos de camponeses, que se um dia algum deles se tornasse prefeito ou deputado, ele estaria do outro lado, do lado do povo. Padre Milani entendia que quando alguém ocupa um lugar de chefia, mesmo que tenha origens humildes, já começa a querer dominar, e deixa de servir e proteger os mais frágeis. Mesmo tendo boas intenções, necessariamente acabará assumindo a lógica do ‘governante’ e fará os joguinhos típicos dos poderosos. Desde o primeiro rei de Israel, Saul, – que sofreu impeachment depois de poucos anos, - passando por Davi, Salomão, entre outros, todos eles agiram de forma cruel e dominadora. Nós mesmos podemos constatar isso com pessoas, instituições e partidos que conhecemos: é só dar um cargo ou uma chefia a alguém, é só ele chegar ao governo, para ver como muda radicalmente o seu comportamento! Jesus sempre combateu essa lógica, e sempre se recusou a entrar nela. Quantas vezes o povão faminto de ‘líderes alternativos’, - por estarem insatisfeitos com aqueles que ele tinha, - pressionava Jesus para que assumisse a sua liderança, para que fosse rei no lugar dos que reinavam! Jesus diante dessa perspectiva fugia ou repreendia veementemente os seus admiradores do momento.

Jesus entendia que ‘os chefes das nações’ são todos iguais: tiranizam e dominam. Que os homens não precisam de chefes, e sim de servidores generosos, libertos de toda mesquinha ambição. E que se educassem a pensar como Deus. Como um Deus Pai, não como um rei tirano. Um Deus compassivo, não como um rei cruel e dominador. Um Deus protetor, não como um rei violento e agressivo. Um Deus humilde e sóbrio, não como um rei orgulhoso e esbanjador. Esse, afinal, é o modo de ‘governar’ do Deus de Jesus. Um Reino que não age como os reinos deste mundo, que vai na contra-mão da prática de quem ocupa tronos e cadeiras de chefia. Isto não significa que não temos que assumir responsabilidades e coordenações na nossa vida, e nem deixar de que outros nos dominem. Ao contrário, significa que não podemos assumir responsabilidades e coordenações para acumular poder, influências, formas de controle e de dominação sobre os outros. Que a nossa prática de ‘administrar’ não seja uma mera reprodução da prática utilizada por Pilatos, César, Herodes e pelos reis de Israel, em geral, mas a que o ‘filho do homem’ adotou. Um jeito humano de estar com todos, de acolher e conviver,  na disponibilidade e na gratuidade.

A crise econômica chegou ao Maranhão. Vejam os números!

Brasil fecha o mês de outubro com 169.131 demissões, com a maior queda ocorrendo no setor da construção civil (49.830 demissões) - CAGED.Segundo o Ministério do Trabalho e (des)Emprego, no acumulado de 2015, o Brasil apresenta um saldo negativo de 818.918 empregos perdidos.
Em apenas 4 Estados houve saldo positivo de empregos no mês de outubro: Alagoas (+6.456), Sergipe (+1.063), Tocantins (+47), MS (+41).
No Maranhão, o mês de outubro terminou com 2.311 demissões, especialmente na indústria: com destaque para o setor açucareiro de Coelho Neto (1.052 demissões). As 2.311 demissões se concentraram na indústria (-1.879), afetando os demais setores com exceção do comércio (+322).Crise do emprego no Maranhão: o estado teve o 2o pior mês de outubro da série histórica do CAGED.
No acumulado de 2015, o MA apresenta um saldo negativo de 5.870 demissões, como a tendência é de continuidade das demissões em novembro e dezembro, provavelmente 2015 feche como o pior ano da história.No contexto da crise, as duas maiores cidades foram particularmente afetadas: São Luís e Imperatriz, somam juntas 7.897 demissões. São Luís: a) saldo negativo de 1.753 demissões em outubro, b) com um acumulado de 4.935 empregos perdidos em 2015.Imperatriz: a) saldo positivo de 368 contratações em outubro, b) com um acumulado de 2.962 demissões em 2015. (Fonte: Wagner Cabral)

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Cunha quer votar logo o Código de mineração com medo que a pressão e indignação social permita a sua alteração. O presidente da comissão é o maior beneficiado com as doações das mineradoras.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pretende submeter aos deputados nos próximos dias um pedido de urgência para a votação do texto do novo Código de Mineração no plenário. Com isso, o relatório do deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG) poderá ser apreciado sem passar por uma nova comissão especial. A proposta de nova redação para as regras estabelecidas em 1967 está em discussão desde 2013, mas não foi votada até hoje. Com o fracasso da comissão, Cunha deu sinal verde a um novo colegiado – a terceira tentativa desde 2013. Mas a comissão ainda não começou a funcionar porque apenas 20 dos 27 deputados titulares foram indicados pelos líderes partidários. Organizações de defesa do ambiente apontam que o relatório de Quintão favorece as mineradoras, o que ele nega. Para o deputado, ambientalistas e parlamentares pressionados pelo lobby das mineradoras são os principais responsáveis por protelar a votação. “O setor ambientalista que não quer (votar), é contra a mineração no Brasil. Mas o meu Estado (Minas) depende do setor, a vida humana depende disso (da mineração)”, diz Quintão.O líder de doações é justamente o relator do texto que propõe novas regras para o setor, deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG). Ele recebeu R$ 1,4 milhão em doações diretas e indiretas

Mineradoras doaram cerca de 6 milhões para os deputados que tratam do novo Código de mineração. Lógico, não é?

Empresas mineradoras doaram ao menos R$ 6,6 milhões às campanhas de deputados federais que tratam diretamente do novo Código de Mineração e aos parlamentares da comissão externa da Câmara criada para monitorar os efeitos do rompimento das barragens da Samarco no município de Mariana, em Minas. As doações declaradas à Justiça Eleitoral foram feitas aos comitês dos candidatos ou aos diretórios dos partidos. Levantamento do Estado no banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que 28 dos 36 deputados de três comissões sobre mineração receberam doações do setor no ano passado. A Vale, controladora da Samarco com a BHP, doou R$ 4,2 milhões a deputados, segundo o Estadão Dados. A reportagem só contabilizou empresas que trabalham com mineração em seus grupos.

Danos em Minas são irreversíveis. Não há como recuperar!

A avalanche de rejeitos gerada em Minas Gerais pelo rompimento de duas barragens da mineradora Samarco, controlada pela Vale e a australiana BPH, causou danos ambientais imensuráveis e irreversíveis. Apesar da lama não ter um teor tóxico, ela pavimentou os mais de 500 km por onde passou devastando, com impacto ainda difícil de calcular completamente para grande parte do ecossistema da região. “Podemos dizer que 80% do que foi danificado lá é perda, não há como pensar em um plano de recuperação ambiental”, explica Marcus Vinícius Polignano.

sábado, 14 de novembro de 2015

10 reflexões sobre como a imprensa trata as tragédias no País.

Dez breves considerações para uma autocrítica necessária sobre a cobertura do rompimento das barragens de rejeitos de mineração, em Mariana (MG), ocorrido na última quinta (5). Ressalto que há coberturas muito justas sendo realizadas pelas imprensas tradicional e alternativa. Ou seja, o objetivo não é generalizar, mas convidar à reflexão:
1) Onde você escreve apenas “Samarco'', como responsável pela catástrofe da barragem de Mariana, acrescente “Vale'' e “BHP''.
2) Essa foi uma das maiores catástrofes ambientais do país e vai alterar a vida de milhões de pessoas e animais. Trate isso como tal e não como curiosidade mórbida.
 3) Acidente, Papai Noel e Coelho da Páscoa… Investigações estão em curso, mas o uso irresponsável da palavra “acidente'' faz crer que tudo isso seria inevitável, concedendo ao acaso uma culpa que pode ser de empresas e governos,
4) Se todo pequeno tremor de terra derrubasse barragem, não sobrava uma hidrelétrica de pé no Brasil, como me disse ontem um velho engenheiro barrageiro.
5) Publicar release da empresa sobre o ocorrido em formato de notícia sem checar uma informação é passaporte para o inferno sem escalas.
6) Reportagens sobre a tragédia humana são importantes para que o país tenha a dimensão do caos que se estabeleceu. Mas o estrago trazido ao não tratar das responsabilidades dos atores econômicos e políticos nunca será compensado pela cobertura “humanizada'' que você teve orgulho de fazer.
7) Importante a solidariedade de pessoas que seguem para ajudar e mandam doações. Do ponto de vista da empatia social, não da necessidade material. Porque deveria ser a Vale a estar pagando agora até pelo banho e tosa do cachorro atingido pela massa de dejetos e não a sociedade brasileira.
8) O governo mineiro tratar a empresa ora como “vítima'' ora como “responsável'' mostra que a Síndrome de Estocolmo, quando um agredido passa a ter simpatia pelo agressor, atinge sempre a administração pública de forma patética.
9) Se o governo federal existisse e fosse autônomo, Dilma teria pego um avião imediatamente para sobrevoar o local, colocaria a Vale contra a parede e aproveitaria a comoção pública para reabrir a discussão sobre a regulamentação da mineração no Brasil,  com efetiva participação das comunidades atingidas e foco na responsabilidade empresarial e no direito ao território e à dignidade humana.
10) Pouco depois do mar de lama chegar à praia, o assunto será substituído por outro. Mas a tragédia acontecerá de novo em Minas Gerais, como tem acontecido periodicamente. (Fonte: Leonardo Sakamoto)

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

33º Domingo Comum – É no conflito e nas provações que podemos descobrir o novo que Deus constrói com seus eleitos! (Mc.13, 24-32)

Não há como negar que vivemos numa época de crise aguda. Crise econômica, política, ambiental, social, espiritual e humana. Em muitas ocasiões nos sentimos sufocados e impotentes diante da brutalidade de certas realidades que nos deixam perturbados. Nessas horas invocamos a intervenção poderosa divina pensando que Deus como um hábil mágico transforma o mal em bem.  Vencidos, às vezes, pelo desânimo e o desespero deixamos o barco da vida flutuar à mercê das correntezas, perdendo a capacidade de conduzi-lo para águas mais tranquilas. Não é a primeira crise global pela qual passamos, e não vai ser a última. Isso pode nos assustar, de um lado, mas, do outro,  pode nos ajudar a compreender que na crise podemos encontrar sempre novas e criativas saídas. Que dela podemos sair mais fortalecidos, desde que a enfrentemos de forma aberta, com coragem e firmeza.

As comunidades de Marcos viviam essa mesma realidade: guerras, perseguições, conflitos, intrigas e desconfianças, inclusive internamente, dentro da família e da comunidade eclesial. O evangelista resgata as palavras de Jesus para aqueles que vivem essa realidade cruel: aquelas forças e pessoas que se consideram todo-poderosas, que dominam e que hoje ‘brilham como o sol e as estrelas’, irão perder o seu brilho, e cairão. Elas não são eternas, serão derrotadas. É desses astros que Jesus está falando, e não de astrofísica ou fim do mundo! É nessa hora, na hora do conflito e da perseguição, que o Filho do homem reúne ‘os eleitos’. Ou seja, os que se mantêm fiéis aos seus princípios e valores, que não vendem sua alma e consciência às forças do mal experimentarão um momento novo. Sentirão a presença do Filho do homem bem próxima deles. E nós podemos perceber isso na nossa vida da mesma forma que o agricultor percebe quando está se aproximando a primavera, observando o brotar das novas folhas, após um inverno frio e rigoroso. É na crise que aparecem os sinais da sua superação. Os sinais de esperança e de vida nova. Da mesma forma, é em situações de violência que podemos descobrimos o valor da paz; na doença a importância do bem viver com saúde; nos conflitos e intrigas a beleza da união e da colaboração. O mundo novo do jeito que nós sonhamos não acontece de uma hora para outra. Ninguém sabe quando acontecerá, só o Pai. Nós só sabemos que ele já vem sendo construído, e nós podemos ser aqueles que o tornam possível com a nossa fidelidade e a nossa perseverança. 

Povos indígenas do Brasil não se conformam com a PEC da MORTE e ocupam rodovias e assembleias legislativas em pelo menos 10 estados. Mais chumbo vai chegar!

Cerca de quatro mil indígenas de povos de todas as regiões do Brasil realizaram nesta quarta-feira (11) diversos atos em protesto contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215 e em defesa da demarcação das suas terras tradicionais. Pelo menos 14 rodovias foram interditadas durante as manifestações. Além de algumas passeatas, foram feitas as ocupações da prefeitura de Irauçu (SC) e da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. E, de Norte a Sul, embaixo de sol forte ou de temporal intenso, muitos rituais foram realizados contra a PEC 215. Em Brasília, além de uma caminhada pela Esplanada dos Ministérios, 250 indígenas dividiram-se em quatro grupos para participarem de atividades na Câmara dos Deputados, no Supremo Tribunal Federal (STF) e de reuniões com três ministros - das relações Institucionais, da Advocacia Geral da União (AGU) e da Saúde. Ou seja, estiveram presentes nos Três Poderes da União. Importante ressaltar que em vários estados os protestos contaram com o apoio de quilombolas, catadores, comunidades tradicionais, movimentos sociais, ambientalistas e artistas. 
Aprovada por uma Comissão Especial na Câmara dos Deputados no último dia 27 de outubro, a PEC 215 pode ser colocada em votação no plenário a qualquer momento - mesmo depois de quase cinco anos de resistências do movimento indígena e de juristas reconhecidos afirmarem que ela é inconstitucional. Chamada pelos povos de PEC da Morte ou PEC do Genocídio, se aprovada, ela transferirá do Executivo para o Legislativo a prerrogativa de demarcar terra indígena e titular território quilombola. Os indígenas avaliam que se ela for aprovada nunca mais haverá o reconhecimento e a demarcação de suas terras tradicionais. Além disso essa PEC ainda determina que somente os povos que estavam na posse das terras reivindicadas como indígenas no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal (CF) – o que tem sido definido como marco temporal – teriam direito a elas. Esta determinação penalizaria duplamente todos os povos que foram esbulhados de suas terras e, por isso, não estavam vivendo nelas no dia da promulgação da CF.“Essa PEC deixa a gente muito preocupado porque ruralista não quer demarcação das nossas terras. E hoje a gente vive confinado em reservas, na beira de estrada. Pra gente será mais morte, suicídio e miséria. Ninguém vive assim. Então seguiremos tentando voltar pra nossos tekoha – lugar onde se é – e a violência só vai aumentar mais”, diz Anastácio Peralta Guarani e Kaiowá.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Vila Embratel: quando a polícia ignora o estado de direito!

As pessoas têm medo de falar a respeito dos abusos que a polícia militar, ‘o velado’ e outros paramilitares cometem. Imaginem denunciá-los!  Elas sabem muito bem como age, em geral, muitos maus policiais da instituição aqui no Maranhão. Independentemente do governo de turno! Arrombam portas, invadem espaços familiares e privados, sem mandato, naturalmente, ameaçam e traumatizam pessoas. Idosos e crianças, principalmente, que são obrigados a assistir inermes essas incursões selvagens. Tudo em nome da ‘limpeza social’ e da suposta caça ao bandido. Hoje em dia fica difícil distinguir que o é de fato. Nesses dias ouvi casos horripilantes a esse respeito. Mães de família que admitem que seus filhos usam drogas leves, mas de uso pessoal, que não são assaltantes, mas que são vítimas de extorsão escancarada por parte de policiais corruptos. Às vezes eles mesmos ‘plantam’ um pacote de maconha na casa do suspeito, após ter invadido, sem mandato, a sua residência, arrastando seus filhos para o xilindró. Os jovens se tornam ‘fichas sujas’ para sempre. Mesmo soltos eles passam a sofrer ‘visitas constantes’ de policiais que entram em suas casas nas horas mais impensáveis, assustam as crianças e os idosos, geram pânicos nos vizinhos, e levam para um passeio os jovens usuários. No passeio os policiais negociam a ‘caução’ a ser paga para ‘os suspeitos’ não voltarem à cadeia, ou sofrer outras formas de perseguição. Ninguém se atreve a denunciar a atuação desses policiais, pois temem represálias, como ocorrem nos poucos casos em que é feita a denúncia. Os traficantes que têm as costas quentes e poder, em geral, são deixados de fora. É o pequeno usuário que por não ter nem poder e nem influência, mas, ao contrário, é vítima da sua dependência e das chantagens e extorsões de policiais, vive com sua família em permanente estado de pânico. A ouvidoria da polícia estará depois de amanhã na Vila Embratel. Veremos quem terá a coragem de abrir o verbo e pôr fim a tantas e tamanhas atrocidades! 

Récorde de porcaria na atmosfera e temperatura do planeta em aumento. Eis o resultado das cúpulas sobre o ambiente! Vergonha!

Apesar de todo o discurso de líderes internacionais sobre as ações que estão adotando para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, dados apontam que, pela primeira vez, o mundo pode registrar em 2015 uma elevação média de 1°C em comparação à Era Pré-Industrial. Dados também revelam que, em 2014, a concentração de CO2 e outros gases de efeito estufa bateu um novo recorde e "continua em seu aumento sem freio, alimentando as mudanças climáticas". Para a ONU, essa tendência vai deixar o mundo "mais perigoso e mais inóspito para as futuras gerações". Os dados foram publicados poucas semanas antes da Conferência do Clima da ONU, em Paris, e trazem o alerta de que o que acontece no planeta obedece a regras da natureza e não podem ser renegociadas. "O CO2 permanece na atmosfera por centenas de anos e, nos oceanos, por um período ainda maior", aponta a ONU. "Emissões do passado, presente e futuro terão um impacto cumulativo tanto no aquecimento global como nos oceanos. As leis da física não são negociáveis", alertou a entidade

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

32º domingo Comum - Ser generosos e autênticos como ‘a viúva’ que dá tudo de si (Mc 12,38-44)

Quem de nós nunca presenciou manifestações de vaidade, de exibicionismo, de corrida para ocupar lugares e cargos dentro da nossa igreja? Quem nunca viu imagens de bispos, pastores ou padres vestidos como príncipes da idade média, com anéis e cruzes douradas, desfilando em carros luxuosos, e morando em verdadeiras mansões e palácios? Incapazes de ter um mínimo de compaixão e caridade quando alguma pessoa necessitada bate à sua porta. Quem nunca ouviu comentários indignados a esse respeito por parte de quem frequenta e de quem vive à margem da igreja? Frequentemente, contudo, justificamos tais atitudes. Apelamos para a fragilidade humana, falamos que não são todos assim, e que não podemos generalizar. Mas o escândalo que pisoteia e nega a ‘Boa Nova’ permanece, e é extremamente danoso. Jesus no evangelho de hoje opõe os escribas, falsos religiosos, à viúva.
Os escribas que se exibem e se passam por ‘pessoas de bem’ e conhecedores da palavra de Deus a utilizam para explorar viúvas e órfãos. Em lugar de os protegerem e servir, - como Javé manda, - eles exibem uma falsa religiosidade para mascarar suas ambições e sede de saque. E justamente contra os mais frágeis da sociedade. Uma ignomínia! A viúva, ao contrário, sem se exibir, na sua simplicidade e pobreza, deposita tudo o que possui nos cofres do templo cumprindo o seu dever religioso. Ela que desconhecia a ‘palavra revelada’ a vivencia concretamente. Ela que não faz nada para ser vista e observada por ninguém, - exceto por Jesus, - pratica, no segredo do coração, a ‘verdadeira religião’. Jesus nos diz que explorar os pobres, - que eram os ‘preferidos’ de Deus, - é um crime, mas explorá-los se fingindo íntimos de Deus é um duplo e imperdoável crime. Quantos presidentes, governadores, deputados, bispos, padres, ministros e ministras, também, têm utilizado o nome de Deus e a Sua suposta vontade para se enriquecer e crescer em prestígio, em detrimento de uma multidão de pessoas simples e necessitadas? Para Jesus não há espaço para eles no Reino de Deus. Eles, de fato, já têm a sua recompensa!

FHC sabia tudo sobre os escândalos na Petrobrás! Ele mesmo o afirma! Hipócrita!

Em seu livro de memórias, o ex-presidente revela ter sido alertado em 1996 sobre um escândalo na Petrobras em um almoço com Benjamin Steinbruch, dono da Companhia Siderúrgica Nacional e indicado pelo tucano para o Conselho da estatal.“Eu queria ouvi-lo sobre a Petrobras. Ele me disse que a Petrobras é um escândalo. Quem manobra tudo e manda mesmo é Orlando Galvão Filho, embora Joel Rennó tenha autoridade sobre Orlando Galvão.”Em 1996, Rennó era presidente da estatal e Galvão Filho o presidente da BR Distribuidora. O tucano registrou ainda “que todos os diretores da Petrobras são os mesmos do conselho de administração” e sugeriu a existência de um jogo de cartas marcadas nas decisões da empresa. “São sete diretores e sete membros do conselho. Uma coisa completamente descabida.”Embora tenha afirmado que havia necessidade de “intervenção” na Petrobras, FHC preferiu não interferir. “O problema é que eu não quero mexer antes da aprovação da lei de regulamentação do petróleo pelo Congresso.”Esta, sim, é uma informação que mereceria dos jornalões da mídia nativa uma manchete, espaço sempre reservado apenas a acusações contra Dilma e Lula. Os petistas só foram acusados em delações premiadas e não há provas materiais contra eles. Por outro lado, o diário de FHC deixa claro: ele sabia de tudo. (Fonte: Carta Capital)