quinta-feira, 5 de novembro de 2015

32º domingo Comum - Ser generosos e autênticos como ‘a viúva’ que dá tudo de si (Mc 12,38-44)

Quem de nós nunca presenciou manifestações de vaidade, de exibicionismo, de corrida para ocupar lugares e cargos dentro da nossa igreja? Quem nunca viu imagens de bispos, pastores ou padres vestidos como príncipes da idade média, com anéis e cruzes douradas, desfilando em carros luxuosos, e morando em verdadeiras mansões e palácios? Incapazes de ter um mínimo de compaixão e caridade quando alguma pessoa necessitada bate à sua porta. Quem nunca ouviu comentários indignados a esse respeito por parte de quem frequenta e de quem vive à margem da igreja? Frequentemente, contudo, justificamos tais atitudes. Apelamos para a fragilidade humana, falamos que não são todos assim, e que não podemos generalizar. Mas o escândalo que pisoteia e nega a ‘Boa Nova’ permanece, e é extremamente danoso. Jesus no evangelho de hoje opõe os escribas, falsos religiosos, à viúva.
Os escribas que se exibem e se passam por ‘pessoas de bem’ e conhecedores da palavra de Deus a utilizam para explorar viúvas e órfãos. Em lugar de os protegerem e servir, - como Javé manda, - eles exibem uma falsa religiosidade para mascarar suas ambições e sede de saque. E justamente contra os mais frágeis da sociedade. Uma ignomínia! A viúva, ao contrário, sem se exibir, na sua simplicidade e pobreza, deposita tudo o que possui nos cofres do templo cumprindo o seu dever religioso. Ela que desconhecia a ‘palavra revelada’ a vivencia concretamente. Ela que não faz nada para ser vista e observada por ninguém, - exceto por Jesus, - pratica, no segredo do coração, a ‘verdadeira religião’. Jesus nos diz que explorar os pobres, - que eram os ‘preferidos’ de Deus, - é um crime, mas explorá-los se fingindo íntimos de Deus é um duplo e imperdoável crime. Quantos presidentes, governadores, deputados, bispos, padres, ministros e ministras, também, têm utilizado o nome de Deus e a Sua suposta vontade para se enriquecer e crescer em prestígio, em detrimento de uma multidão de pessoas simples e necessitadas? Para Jesus não há espaço para eles no Reino de Deus. Eles, de fato, já têm a sua recompensa!

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