sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

VALE reservou apenas 0,1% do orçamento para o meio ambiente. Para quem responde a dezenas de processos por crimes ambientais...nada mal!

Indiciada este mês pela Polícia Federal em decorrência do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), a Vale reservou apenas 0,1% do seu último orçamento de meio ambiente divulgado, referente ao ano de 2014, para a "preparação de resposta a emergências ambientais". O relatório de sustentabilidade da companhia mostra que apenas US$ 1,2 milhão, de um total de US$ 864,8 milhões, foi destinado a essa rubrica. A empresa alega que o valor refere-se apenas a custos de gestão e que o gasto com ações efetivas foi diluído em outras rubricas mais genéricas como "recursos hídricos", "gestão de emissões atmosféricas" e "resíduos". O total voltado para a resposta a desastres ecológicos, porém, não foi especificado. Outro ponto que chama a atenção no relatório de sustentabilidade da Vale, divulgado no primeiro semestre do ano passado, é que a empresa colocou como o seu principal gasto na área ambiental a rubrica "barragens, diques e pilhas de estéril". Foram US$ 314,8 milhões ou 36,4% do total. A própria empresa já admite que no próximo documento, relativo ao ano de 2015, a ser divulgado no próximo mês de abril, esse custo passará a ser considerado "operacional", por ser relativo a "alteamento de barragens, operação, manutenção e monitoramento das estruturas geotécnicas". O promotor de Justiça do Meio Ambiente do Ministério Público de Minas Gerais Carlos Eduardo Ferreira Pinto, que atua nas investigações da tragédia de Mariana, afirma que, por sua especificidade, o custo com a preparação de respostas a emergências ambientais não poderia estar diluído em outras rubricas genéricas, como alega a Vale.— As empresas não gostam desse tipo de investimento em prevenção porque existe uma visão de que a probabilidade de acontecer um acidente é muito pequena. Espero que, ao menos após um desastre como o que vimos da barragem de Fundão, haja uma mudança nessa mentalidade e os planos de emergência sejam efetivamente levados a sério. (Fonte: G1)

Nenhum comentário: