segunda-feira, 11 de abril de 2016

JANOT tem que explicar para o Brasil por que ainda não abriu inquérito contra Aécio Neves - por Conceição Lemes

Aécio e a irmã Andréa, acusada de ameaçar prender jornalista caso ele publicasse a denúncia; Vaduz, em Liechtenstein, também era sede da Sanud, empresa de fachada de Ricardo Teixeira; Aécio de mãos dadas com a mãe e ao lado da bilionária Angela Gutierrez, uma das herdeiras da empreiteira Andrade Gutierrez

Neste momento, certamente, milhares de brasileiros gostariam de perguntar ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot:
1) Por que apesar de o senador Aécio Neves, presidente Nacional do PSDB, ter sido citado por vários delatores na Operação Lava Jato, o senhor até hoje não abriu nenhum inquérito para investigá-lo?
2) Por que tamanha inação da PGR em relação ao seu conterrâneo tucano, considerando o enorme passivo judicial dele, guardado nas gavetas do Ministério Público e do Tribunal de Justiça de Minas Gerais?
Entre esses brasileiros, está o jornalista mineiro Marco Aurélio Flores Carone, que editava o site NovoJornal, onde publicava denúncias sobre os tucanos mineiros, especialmente Aécio, que governou Minas de 2003 a 2010.Em 20 de janeiro de 2014, Carone foi preso. Seu jornal literalmente saqueado pela polícia de Minas: computadores, pen-drives, impressoras e documentos apreendidos sequer foram relacionados.Ficou encarcerado até 4 de novembro de 2014, no complexo penitenciário segurança máxima Nélson Hungria, em Contagem, região metropolitana de BH.Detalhe: nos três últimos meses, permaneceu incomunicável.Na época da prisão de Carone, o bloco parlamentar Minas Sem Censura (MSC) denunciou: foi armação e teve a ver com o mensalão tucano e a Lista de Furnas no contexto das eleições de 2014.Mas não foi apenas por causa desses dois escândalos.“Minha prisão teve a ver não só com denúncias anteriores, mas principalmente com as que eu iria fazer na sequência; uma delas era justamente sobre a Operação Norbert e a conta da família de Aécio no paraíso fiscal de Liechtenstein”, denuncia Carone ao Viomundo.
“Aécio, a mãe, dona Inês Maria, a irmã, Andréa, tinham conhecimento da matéria, pois haviam sido consultados peloNovojornal, para dar as suas versões das denúncias que iríamos publicar”, prossegue.“O procurador-geral da República, doutor Rodrigo Janot, sabe disso há mais de um ano”, frisa o jornalista. “Em notificação (na íntegra, ao final) que lhe enviei em 23 de março de 2015, dou os detalhes
.”

DELAÇÃO DE DELCÍDIO: FURNAS E BENEFICIÁRIO DE CONTA EM PARAÍSO FISCAL
Em delação premiada homologada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF) e divulgada em 15 de março de 2016, Delcídio do Amaral, ex-líder do governo Dilma no Senado, trouxe o senador Aécio Neves (PSDB-MG) para o centro da Lava Jato.Delcídio fez duas acusações.Uma, bastante antiga e conhecida: a de que Aécio recebia propina de Furnas, confirmando o que o doleiro Alberto Yousseff delatou.O Viomundo denunciou esse esquema, bem como a Lista de Furnas, que sustentou a campanha eleitoral dos tucanos de 2002. Por exemplo, aqui, aqui, aqui e aqui.
“Em 2002, Aécio amealhou R$ 5,5 milhões [em valores atuais, cerca de R$12,3 milhões] apenas para ele”, observa o deputado estadual Rogério Correia (PT-MG). “Nas provas, também tem o dinheiro que foi para José Serra e para Alckmin.”Janot e o seu antecessor na PGR, Roberto Gurgel, receberam diversas representações de parlamentares de Minas Gerais, pedindo-lhes que investigasse as denúncias.Janot faz como Gurgel fez: mantém a Lista de Furnas e outras denúncias contra Aécio na gaveta.A novidade na delação de Delcídio – embora não inédita – é a de que Aécio seria beneficiário de uma fundação sediada em Liechtenstein, paraíso fiscal na Europa, chamada Bogart & Taylor. Menos de 24 horas depois, a revista Época publicou reportagem de Diego Escosteguy a respeito: Documentos revelam que doleiro abriu conta secreta da família de Aécio Neves em Liechtenstein

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