sábado, 10 de dezembro de 2016

III Domingo de advento – Feliz aquele que não se escandaliza de Jesus por Ele ser misericordioso

Muitas vezes alimentamos expectativas irrealizáveis com as pessoas próximas que admiramos. Imaginamos que elas, bem ou mal, deveriam atender às nossas aspirações e desejos, e nunca errar. Quando isto não ocorre nos decepcionamos. Foi o que aconteceu entre João Batista e Jesus. João imaginava que Jesus seria o enviado por Deus que com o machado na mão iria cortar as árvores que não produzem fruto. Entretanto, descobre que Jesus não cortava ninguém. Ao contrário, dava novas e sistemáticas chances a todos, principalmente aos que eram considerados ‘casos perdidos’. João, então, inconformado, chega a intimar Jesus para que Ele diga uma vez por todas se vai ou não cumprir com a missão de ‘fazer limpeza’ e cortar quem não se converte. A resposta e a reação de Jesus são espantosas. Jesus não afirma e nem nega. Ele pede aos discípulos de João que lhe transmitam, simplesmente, o que Jesus vinha realizando. Jesus enumera ‘seis obras de misericórdia’. Seis porque Deus criou o universo em seis dias, descansando no sétimo. Ou seja, Jesus se colocava como Aquele que continuava a recriar e a renovar os seres humanos, a dar continuidade à criação iniciada por Deus. E acrescentava: ‘feliz aquele que não se escandaliza de mim, do meu jeito de ser’. Qual jeito? Qual escândalo? O fato de Jesus ser ‘misericordioso’, e de não excluir ninguém, como João desejava. Isto deu origem à separação entre João e Jesus. Jesus não podia aceitar a lógica e o modo duro e justiceiro de João. Jesus havia aprendido que o Pai sé queria misericórdia e não punição e castigo. Queria acolhida e não discriminação e exclusão. 

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