sexta-feira, 30 de junho de 2017

GREVE GERAL - Hora de caminhar, hora de parar por Marcelo Barros

"Debaixo do céu, há momento para tudo e tempo certo para cada coisa. Tempo para nascer, tempo para morrer. Tempo para plantar, tempo para colher. tempo para construir e tempo para destruir... Que proveito o trabalhador tira de todo o seu cansaço?" (Ecle 3, 1- 9). Enquanto, na Bíblia, o Eclesiastes, um dos livros sapienciais, relativiza cada tempo, Jesus propõe que busquemos sempre discernir o que ele chama de "sinais do tempo presente" e agir de acordo com os desafios do momento. Nesses dias, o Catolicismo popular faz milhares de pessoas viajarem de suas casas até santuários como o de Trindade ou do Bom Jesus da Lapa. A fé faz os fieis superarem todas as dificuldades e deixarem tudo para, através do gesto de caminhar até o santuário e cumprir sua devoção. 

Do mesmo modo que a peregrinação é um dos mais antigos atos religiosos nas mais diferentes tradições, também o ato de parar as atividades e fazer greve tem uma dimensão espiritual. As antigas religiões orientais propõem a quietude e até a imobilidade, como atos proféticos, diante da agitação e quando não se sabe como reagir às provocações do mundo opressor. Na cultura judaica, o termo shabbat designa o sábado, dia sagrado do descanso. Mas, mesmo no hebraico moderno, esse termo também significa "greve" como direito sagrado dos trabalhadores.  Os profetas bíblicos sempre se insurgiram contra os que impedem os trabalhadores de parar quando isso é o direito deles. Se o dia consagrado e os cultos religiosos não têm como fundamento o cuidado com a justiça e a preocupação com os direitos dos pobres, eles são idolátricos e fazem Deus afirmar: "O país de vocês está devastado, as terras são devoradas por estrangeiros. A realidade é de desolação. O que me interessa a quantidade dos seus sacrifícios religiosos? (...) Quando vocês vêm à minha presença e pisam no santuário, quem exige isso de vocês? Parem de fazer cultos inúteis. Para mim, o incenso é algo nojento. .. Não suporto injustiça junto com festa religiosa... Quando vocês erguem as mãos para mim, eu desvio o olhar. Ainda que multipliquem suas orações, eu não escutarei" (Isaías 1, 7 e 12- 15). 

Nesses dias, em todo o Brasil, de uma forma suprapartidária, os movimentos de trabalhadores do campo e da cidade, centrais sindicais, pastorais sociais e toda a sociedade civil organizada, concordam que a realidade que o nosso país enfrenta exige uma reação de todo o povo. Por isso, planejam mais uma greve geral. É a continuação da paralisação ocorrida no dia 28 de abril, que contou com o apoio de mais de cem bispos católicos, de várias Igrejas evangélicas e do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs. Nessa sexta feira, 30, a greve vai parar o país. Milhões de pessoas irão às ruas para gritar contra as medidas tomadas pelo governo que rouba direitos conquistados dos trabalhadores e entrega as riquezas nacionais a corporações estrangeiras.No contexto atual brasileiro, essa convocação para a greve geral é um apelo para a responsabilidade de todos no destino do país. Ao parar os trabalhos e mesmo sair às ruas para exigir mudanças na realidade social e política do país, as pessoas estarão afirmando que, mesmo com toda a anestesia social provocada pelos grandes meios de comunicação, a preocupação com o bem comum, o exercício da cidadania e a fraternidade humana continuam vivas. 

Conforme o evangelho, quando Jesus entrou em Jerusalém para celebrar a Páscoa, a multidão de peregrinos o aclamou como o enviado de Deus para libertar o povo dos seus opressores. A expressão Hosanah que era a aclamação litúrgica de um salmo podia ser compreendida como o grito: Liberta-nos! Lucas conta que, ao verem que aquela peregrinação tomava o caráter de  manifestação política nas ruas, alguns mestres da religião disseram a Jesus para mandar os discípulos e o povo se calarem. Jesus lhes respondeu: "Se eles se calarem, até as pedras gritarão"(Lc 19, 40). Certamente, essas palavras de Jesus servem para descrever a realidade atual brasileira e a responsabilidade de todo o povo gritar por mudanças. Quem tem fé pode acreditar que o Espírito de Deus que conduziu o povo bíblico da escravidão a uma terra livre, agora, impulsiona os grupos sociais e as pessoas que têm fome e sede de justiça para a felicidade de realizar o projeto divino nesse mundo.


quarta-feira, 21 de junho de 2017

LULA, o 'criminoso' sem crime

"Para os diligentes investigadores da Lava Jato, título de propriedade não tem nenhum valor legal. Para eles, o fato de o documento de propriedade do imóvel do Guarujá não estar em nome de Lula, mas da OAS – pasmem! – configura crime do ex-presidente. Ou seja, para Dallagnol, ele é criminoso de qualquer maneira, com ou sem documento", afirma o jornalista Ribamar Fonseca; o colunista do 247 questiona: "Será que os diligentes procuradores da Lava Jato imaginam que os brasileiros são imbecis, para aceitarem semelhante argumentação? Será que o juiz Sergio Moro, que não viu dolo nas contas na Suíça da mulher do ex-deputado Eduardo Cunha, vai aceitar semelhante peça, desprovida de qualquer prova, para condenar Lula?"
"Enquanto se aguarda, a qualquer momento, pela sentença de Sérgio Moro sobre a denúncia do triplex, defesa mostra documento que prova que o apartamento não pertence a Lula", escreve Paulo Moreira Leite, articulista do 247. "Um 'contrato de 'cessão fiduciária de direitos creditórios', negociado entre a OAS e a Caixa, mostra que o apartamento 164-A é propriedade da empreiteira, que deverá depositar os recursos obtidos com sua venda numa conta da estatal." Descoberto pelos advogados de Lula num cartório de Salvador, o contrato mostra o caráter insólito da investigação, onde a defesa é obrigada a encontrar provas da inocência de seu cliente – quando o Direito ensina que cabe à acusação provar o que diz

terça-feira, 20 de junho de 2017

Guajajara do Pindaré paralisam a BR 316 e exigem dignidade por uma Educação de Qualidade


MANIFESTO DOS PAIS, PROFESSORES E ALUNOS GUAJAJARA DO PINDARÉ E CARU

Porque estamos nos mobilizando mais uma vez? Para que a EDUCAÇÃO INDÍGENA no Maranhão seja implantada e implementada com responsabilidade e em pleno atendimento aos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Maranhenses, pois temos sofrido ano após ano, governo após governo, um descaso generalizado com a gestão pública e com os direitos educacionais dos Povos Indígenas no Estado do Maranhão. Atualmente, os descasos só aumentam e causam a cada dia, mais violações de Direitos Humanos a todos nós Indígenas. A precariedade da educação indígena vai desde a efetivação do PNAE (que não acontece em concordância com o calendário das escolas indígenas), de material escolar, de transporte escolar, de cadeiras e mesas nas escolas, da falta de construção e reformas de escolas, de assistência técnica qualificada e humana da Secretaria de Estado da Educação, da falta de diálogo republicano, técnico de alto nível da SEDUC, da falta de respeito para com os direitos básicos e fundamentais dá educação indígena, do não funcionamento do Conselho Estadual de Educação Indígena, das discriminações contra os povos Indígenas, do não cumprimento e Implementação do TAC DA EDUCAÇÃO INDÍGENA, do Estado violador de direitos humanos. É nessa situação muito preocupante que estamos vivenciando no Maranhão e a falta de professores suficientes e qualificados em nossas escolas, principal motivo deste requerimento, situação a qual tem nos trazido nos últimos anos e dias, prejuízos irreparáveis às nossas comunidades indígenas, o que passamos a detalhar a seguir. 
Acontece, que desde a responsabilização do Estado do Maranhão com a Educação Escolar Indígena, através do Decreto Presidencial nº 26/91, o quadro docente das escolas indígenas é “mantido” por meio de Contratação Temporária, processo o qual, a SEDUC vem mantendo até hoje, somente adaptando-o através de processo seletivo, acontecendo prorrogações, tudo isso questionado por muitas comunidades indígenas. O fato é que, todos os anos as escolas paralisam suas atividades pelo simples fato de a SEDUC nunca conseguir realizar o processo seletivo e/ou prorrogação em tempo hábil, de forma a não deixar as atividades letivas paralisadas, prejudicando, assim, a vida escolar de centenas de alunos, onde, podemos dar como exemplo, a triste situação que estamos vivenciando desde o dia 10/04/2017, na qual, algumas escolas estão funcionando de forma parcial, como é o caso das da Terras Indígenas Pindaré e Carú, por falta de professores, porque no dia 08/04/2017 o contrato da maioria dos professores venceu e até agora continuamos sem resolução do problema. Para piorar, a SEDUC só tem apresentado prazos e mais prazos e não cumpriu nenhum até agora. Tendo como último prazo publicado ou divulgado, ( EDITAL Nº 34/2017-SEDUC), prevendo a solução da situação após o dia 17/07/2017, já que republicaram o edital e reabriram as inscrições por mais uma semana (sendo que esta já é a 2ª (segunda prorrogação) das inscrições do edital em tramitação), somando-se mais de 3 meses de paralisação das atividades e dificultando a cada dia a possibilidade de reposição dos dias letivos, sem prejudicar o ano letivo seguinte. E o problema pode se agravar ainda mais, quando em Novembro/2017 vencerá o contrato dos docentes que estão em atividade, visto que, ao invés de a SEDUC ter realizado um só seletivo em abril de 2016, optou por renovar alguns contratos e realizar seletivo com um grupo de professores não seletivados para supostamente atender às demandas das escolas indígenas, porém nem com a realização de tal seletivo em 2016, resolveu-se tais demandas e necessidades. 
Em números, apresentamos o seguinte diagnóstico das escolas indígenas da Terra Indígena Pindaré e Carú: de uma demanda existente de 78 (setenta e oito) professores, somente 27 (vinte e sete) docentes foram contratados até o momento. Reivindicamos providências urgentes, pois é inadmissível que continuemos sendo enganados e violados pelos governos do Maranhão, que vêm demonstrando total descaso com a pauta e os direitos dos Povos Indígenas.



domingo, 18 de junho de 2017

Dono da FRIBOI 'O Temer é o chefe da Orcrim da Câmara. Temer, Eduardo, Geddel, Henrique, Padilha e Moreira. É o grupo deles. Quem não está preso está hoje no Planalto. Essa turma é muita perigosa

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ÉPOCA – O senhor não pagou?
Joesley – Nesse tipo de coisa, não. Tinha alguns limites. Tinha que tomar cuidado. Essa é a maior e mais perigosa organização criminosa deste país. Liderada pelo presidente.

ÉPOCA – O chefe é o presidente Temer?
Joesley – O Temer é o chefe da Orcrim da Câmara. Temer, Eduardo, Geddel, Henrique, Padilha e Moreira. É o grupo deles. Quem não está preso está hoje no Planalto. Essa turma é muita perigosa. Não pode brigar com eles. Nunca tive coragem de brigar com eles. Por outro lado, se você baixar a guarda, eles não têm limites. Então meu convívio com eles foi sempre mantendo à meia distância: nem deixando eles aproximarem demais nem deixando eles longe demais. Para não armar alguma coisa contra mim. A realidade é que esse grupo é o de mais difícil convívio que já tive na minha vida. Daquele sujeito que nunca tive coragem de romper, mas também morria de medo de me abraçar com ele.

ÉPOCA – No decorrer de 2016, o senhor, segundo admite e as provas corroboram, estava pagando pelo silêncio de Eduardo Cunha e Lúcio Funaro, ambos já presos na Lava Jato, com quem o senhor tivera acertos na Caixa e na Câmara. O custo de manter esse silêncio ficou alto demais? Muito arriscado?
Joesley – Virei refém de dois presidiários. Combinei quando já estava claro que eles seriam presos, no ano passado. O Eduardo me pediu R$ 5 milhões. Disse que eu devia a ele. Não devia, mas como ia brigar com ele? Dez dias depois ele foi preso. Eu tinha perguntado para ele: “Se você for preso, quem é a pessoa que posso considerar seu mensageiro?”. Ele disse: “O Altair procura vocês. Qualquer outra pessoa não atenda”.  Passou um mês, veio o Altair. Meu Deus, como vou dar esse dinheiro para o cara que está preso? Aí o Altair disse que a família do Eduardo precisava e que ele estaria solto logo, logo. E que o dinheiro duraria até março deste ano. Fui pagando, em dinheiro vivo, ao longo de 2016. E eu sabia que, quando ele não saísse da cadeia, ia mandar recados.

Orcrim = Organização criminosa

O imberbe Dallagnol cobra R$ 40.000 por palestra mas acha que era Lula que cobrava caro para lavar grana!

Lula chegou a ser apontado como o "grande general" da organização criminosa que teria governado o país durante a gestão do PT, segundo o procurador Deltan Dallagnol, da Lava Jato. Na noite de sexta-feira 16, o jornalista Xico Sá ao compartilhar a divulgação da capa da revista Época, em que, numa entrevista, o empresário Joesley Batista acusa Michel Temer de ser chefe da "maior e mais perigosa organização criminosa do Brasil" ele pergunta: "Mas o chefe não era o Lula?"
O imberbe procurador Dallagnol para arrendondar o seu parco salário federal ele vem cobrando R$ 40.000 por palestra. Alguém acha urgente que haja uma reforma trabalhista com esse cara que pago com dinheiro público usa material de representações e processos para enriquecer e especular sobre a vida de pessoas públicas sem oferecer uma única e irrefutável prova. Vergonha....entregue-se a Jesus, cara!

Dono da Froboi confirma que Lulinha nunca foi dono ou sócio. E agora seus trouxas....comam a língua!

A entrevista bombástica do empresário Joesley Batista, em que ele apontou Michel Temer como chefe da "maior e mais perigosa organização criminosa do Brasil", também serviu para desmontar uma lenda urbana: a de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus parentes seriam sócios da JBS, dona da marca Friboi; num determinado trecho, o jornalista de Época questiona por que Joesley nunca gravou Lula e a resposta veio direta: "porque eu nunca tive uma conversa não republicana com o Lula"; Joesley disse ainda que só esteve com Lula uma única vez enquanto ele foi presidente – o encontro ocorreu em 2006, quando assumiu o comando da empresa; em sua nota, Temer diz que Joesley protegeu o PT, alegando que a JBS que a empresa cresceu no governo Lula e não no dele; a realidade, no entanto, mostra que praticamente todas as empresas brasileiras cresceram com Lula e afundaram com o golpe

Em nota, o chefe da mais perigosa gangue,TEMER-ário, admite 'pequenos crimes'....e nada fez. Isso não é crime de responsabilidade?

Num dos trechos da nota oficial em que ataca o empresário Joesley Batista, que o acusou de ser o líder da "maior e mais perigosa organização criminosa" do Brasil, Michel Temer deu um tiro no pé e confirmou crimes de responsabilidade apontados em seus 14 pedidos de impeachment – um deles apresentado pela Ordem dos Advogados do Brasil; "Ao delatar o presidente, em gravação que confessa alguns de seus pequenos delitos, alcançou o perdão por todos seus crimes", diz a nota palaciana; Temer não só confirma os diálogos, como também admite nada ter feito e classifica como "pequenos delitos" saber que Joesley estava segurando juízes e procuradores, assim como comprando o silêncio de Eduardo Cunha; "Mesmo que o áudio tivesse alguma edição, as duas declarações públicas de Temer confirmam o teor do diálogo. E isso que é indiscutível. A decisão da OAB levou mais em consideração o fato de o presidente ter escutado tudo que escutou e não ter feito nada em relação a isso", diz Claudio Lamachia, presidente da OAB

Justiça acorda - Moro tem 15 dias para explicar o inexplicável, a liberação dos áudios ilegais da presidente Dilma

O juiz federal Sérgio Moro terá 15 dias para explicar à Corregedoria Nacional de Justiça porque deu autorização para divulgar conversa telefônica entre o ex-presidente Lula e a presidenta Dilma Rousseff em março de 2016.Moro não tinha autorização judicial para gravar qualquer conversa de Dilma. Por não haver a autorização da Justiça, a gravação de diálogos presidenciais configura crime contra a segurança nacional. Na ocasião, Moro divulgou as conversas na véspera de Lula tomar posse como Ministro da Casa Civil e a gravação foi vazada para o Jornal Nacional. O corregedor nacional da Justiça, João Otávio de Noronha, adiou o julgamento do processo para ouvir o juiz federal.  

sábado, 17 de junho de 2017

Quarta palavra que liberta – Cuide e respeite seus pais para que se prolonguem seus dias na terra da liberdade. (Ex.20, 12)

Na década de 70, o povo Ka’apor do Maranhão que ocupava as matas do Alto Rio Turiaçu, vivia encurralado. Milhares de famílias fugindo da seca do Nordeste, e atraídas pelos projetos de colonização, começavam a ocupar a região do Alto Turiaçu, berço do povo Ka’apor desde 1820.  Naqueles anos de tensão e conflitos os Ka’apor chegaram à drástica decisão de não ter filhos. Mais tarde explicaram não queriam procriar filhos que tivessem que viver fugindo o tempo todo, e serem submetidos a todo tipo de perseguição. O governo federal, na época, agiu bastante rapidamente e em 1982 demarcava definitivamente as terras dos Ka’apor. No ano seguinte, em 1983, ao visitar pela primeira vez a aldeia Ximborendá, bem próxima de Santa Luzia do Paruá, constatava que 80% das mulheres em idade fértil estavam grávidas. A garantia da terra, a paz restabelecida, e algumas melhorias na assistência médica proporcionaram aos Ka’apor aquela segurança que antes não tinham. Temos aqui um autêntico caso de ‘paternidade responsável’. Ser pais, para eles, não significava simplesmente ‘fazer filhos’, mas se comprometerem em oferecer às novas criaturas verdadeiros espaços de liberdade e de segurança. Pelo contexto bíblico da quarta palavra revelada a Moisés, entendemos que os pais eram, antes de tudo, aqueles líderes sociais que engendravam, biológica e moralmente, pessoas para a liberdade. Homens e mulheres que educavam especificamente as novas gerações a não se conformarem com a escravidão em que viviam, mas a sonharem, sistematicamente, com uma terra própria e livre. Pais e mães que, mesmo perseguidos e torturados, insistiam em moldar ‘filhos e filhas, cidadãos e cidadãs’ para a rebeldia e a resistência contra o ‘falso pai da nação’, o Faraó. Daí o convite divino a ‘honrar, reverenciar e imitar’ aqueles pais que desmascaram as pretensas paternidades de governantes inescrupulosos e escravagistas que ontem, como hoje, se apresentam como pais do povo, mas que são, na realidade, seus opressores e homicidas. Apoiar, e caminhar ao lado daqueles que formavam para a plena liberdade e a autonomia, significava para o povo de Moisés, ter garantia plena de ‘permanecer por longos dias na terra que o Senhor lhes estava dando (20,12). 
A quarta palavra nos diz que só teremos um futuro livre e duradouro ‘numa vida/terra espaçosa que o Senhor nos dá’ se soubermos agir como esses pais. Se soubermos cuidar deles e do patrimônio de valores que nos deixaram. Da mesma forma que vem ocorrendo, hoje em dia, com os filhos dos filhos dos Ka’apor, de lavradores, de líderes sociais, de pais trabalhadores que continuam resistindo aos manipuladores inescrupulosos da mesma forma que seus pais. Pai e mãe não são os que geram filhos numa aventura amorosa passageira. Nem aqueles que são obrigados a assumir a sua paternidade pelos resultados dos exames de DNA, e nem porque emprestam legalmente seus nomes nos registros de nascimento. Pais são aqueles que transferem para nós o DNA da sua capacidade de lutar e resistir aos escravocratas de todas épocas.  Pais de verdade são os ser lideres dedicados de comunidade, padrinhos amorosos, tias ou vizinhas que movidas pelo afeto e a compaixão lutam ao nosso lado. A esses pais, mestres em humanidade, devemos devoção e amor sem fim, pois eles não reproduzem a autoritária paternidade do Faraó! Na sociedade atual, entretanto, até as pessoas são consideradas mercadoria descartável. Quanto mais, pais idosos e doentes! Muitas vezes são considerados um estorvo, e não um patrimônio moral a ser transmitido e reproduzido. Aumenta, vergonhosamente, a cada dia, o número de casas de repouso e de abrigos insalubres em que os que engendraram vidas e valores são ‘vergonhosamente armazenados’. Com muita leviandade nós filhos nos esquecemos do que o autor do Eclesiastes já nos dizia 2.700 anos atrás: ‘Meu filho, ajuda a velhice de teu pai, não o desgostes durante a sua vida. Se seu espírito desfalecer, sê indulgente, não o desprezes porque te sentes forte, pois tua caridade para com teu pai não será esquecida’. (Ecl.3,14-15)

XI domingo comum – Sem compaixão não há missão! (Mt.9,36- 10,8)


A compaixão é o primeiro passo para ir ao encontro do outro. Compaixão é uma mistura de indignação e coração mole. É sentir em suas próprias ‘entranhas’ (assim é o verbo na língua original) o que o outro sente. Alegrar-se e esperar com quem se alegra, chorar e sofrer com quem sofre. Sem essa capacidade de viver em nós mesmos os sentimentos dos outros não conseguiremos sentir o apelo permanente de Jesus a sair de nós mesmos e fazer causa comum com as pessoas/ovelhas perdidas e desgarradas. Foi isso que Jesus sentiu ao ver o seu povo abandonado e desprotegido, entregue a mercenários e lobos famélicos. 

Jesus, entretanto, sabia que só sentir não é suficiente. Era preciso intervir, planejar e realizar ações de solidariedade e de mobilização. Entendia também que sozinho não teria dado conta do recado. Jesus motiva e convoca ‘doze pessoas’ pois o número 12 é símbolo de totalidade. Indica que estava chamando a todos, a nação toda! O nosso País, hoje, parece um rebanho sem pastor. As ovelhas servem para alimentar lobos e mercenários. Os ‘12’ hoje somos todos nós, 205 milhões de homens e mulheres, que sentem as entranhas se revoltando e devem se sentir chamados a ‘amparar os desempregados e desprotegidos, a limpar a lepra da corrupção e da indiferença, a dar vida nova a um rebanho de desesperançados’. 

terça-feira, 6 de junho de 2017

VOX POPULI /CUT - LULA ganharia no primeiro turno se a eleição fosse hoje!

Lula tem mais de 50% das intenções de votos. A solução para a maioria dos brasileiros é Lula. Se a eleição fosse hoje, Lula venceria o segundo turno do pleito com 52% das intenções de votos se o candidato tucano fosse Geraldo Alckmin (PSDB-SP), que ficaria em segundo lugar, com 11% dos votos. Se o PSDB resolver apostar no discurso do novo ou da gestão marqueteira, Lula teria 51% dos votos no segundo turno e o prefeito João Doria, 13%. Lula também ganharia de Marina Silva (Rede) por 50% a 15%. Se o candidato for o Aécio, Lula sobe para 53% e Aécio teria 5%.

Lula também é imbatível nas consultas espontâneas sobre intenções de voto, quando o entrevistador não mostra nenhum nome na cartela. O levantamento CUT/Vox Populi, aponta que 40% dos brasileiros votariam em Lula se a eleição fosse hoje - em abril o percentual era de 36%. Em segundo lugar, bem distante, vem Jair Bolsonaro (PSC) com 8% das intenções de voto – tinha 6% em abril. Já Marina Silva (Rede) e o juiz Sérgio Moro empatam em 2%. Lula é igualmente o preferido por idade, escolaridade, renda e gênero.

Tem 48% das intenções de votos entre os jovens, 44% entre os adultos e o mesmo percentual (44%) entre os maduros. Quanto a escolaridade, 55% dos eleitores com ensino fundamental votam Lula, 40% ensino médio e 29% ensino superior. Quando separados por renda, o cenário se repete: votam em Lula 58% dos que ganham até 2 salários mínimo, 41% dos que ganham entre 2 e 5 mínimos e 27% dos que ganham mais de 5 salários mínimos. A pesquisa CUT/Vox foi realizada em 118 municípios do Brasil de todos os Estados e do Distrito Federal, em capitais, regiões metropolitanas e no interior. Foram entrevistadas 2000 pessoas com mais de 16 anos. (Vox Populi)

O empresário Emílio Odebrechet afirma perante Moro que Lula NUNCA tratou de valores....

O empresário Emílio Odebrecht afirmou, em seu depoimento ao juiz federal Sério Moro, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nunca tratou de valores nas reuniões que teve com ele, mas reconheceu que que Lula teria pedido contribuições para campanhas políticas. Segundo o empresário, "todos os presidentes do Brasil e do exterior" faziam esse tipo de pedido. Emílio relatou, ainda, que sua relação com Lula era mais cerimoniosa. Ele poderá ser ouvido novamente esta semana uma vez que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) acatou pedido da defesa de Lula, que reclamou não ter acessado a vários documentos que foram incluídos na véspera do depoimento. 

Ainda segundo Emílio Odebrecht, os valores da doação eram feitos entre executivos da empreiteira e representantes do PT. Ele afirmou que o ex-ministro Antonio Palocci era o responsável por tratar dos valores a serem doados. Estas negociações teriam resultado na criação de uma conta-corrente que teria movimentado cerca de R$ 300 milhões. Emílio destacou que seu filho, Marcelo Odebrecht, pediu para tratar dos valores finais do acerto diretamente com Lula, o que foi negado. Alexandrino Alencar, também relatou não ter tratado de valores com Lula e afirmou não ter participado da compra de um imóvel para abrigar a sede do Instituto Lula. Segundo ele, após o prédio ser comprado pela empreiteira, Lula recusou receber o imóvel. Marcelo Odebrecht teria então pedido sua ajuda para encontrar um novo local, o que acabou não prosperando.