sábado, 26 de agosto de 2017

21º Domingo – “Quem sou eu?” (Mt. 16,13-20)

É doloroso descobrir que as pessoas, muitas vezes, têm uma ideia equivocada a nosso respeito. Tentamos assumir um estilo de vida autêntico e coerente, mas as pessoas interpretam de uma forma totalmente diferente. Isso produz sentimentos de indignação, sensação de fracasso pessoal, e uma forte vontade de abandonar tudo e todos. Jesus também passou por isso. A narração evangélica de hoje relata justamente o momento em que Jesus achava que tinha deixado claro com palavras e gestos que a sua missão era bem diferente daquela dos profetas que o haviam precedido. Para as pessoas comuns, no entanto, Jesus não passava de um grande profeta, e nada mais. Jesus, então, interroga aquelas pessoas que o haviam apoiado e acompanhado mais de perto, seus apóstolos, mas somente um, ‘Pedro/o teimoso’, o reconhece como o ‘filho do Altíssimo’. Mas como muitas vezes ocorre na nossa vida, também aquelas pessoas que acham que nos conhecem mais profundamente, acabam dando respostas não convincentes. O próprio Jesus ao chamar ‘Simão, filho de Jonas’, entende que a resposta dele não é fruto de convicção pessoal, mas uma revelação. O ‘Pedro, apóstolo, é igual àquele Jonas que convidado por Deus para ir a Nínive, pegou um rumo totalmente contrário. Simão, o Pedro/teimoso, como Jonas, resiste à vontade de Deus, e somente muito tarde compreenderá que Jesus não é o filho de Davi, ou seja, aquele que usa o poder temporal para se impor, mas o ‘filho do Altíssimo’, aquele que serve e que se doa inteiramente até à morte. Somente depois disso Jesus o reconhece como ‘pedra/tijolo’ que fincado sobre a ‘Rocha’ que é Jesus, poderá construir o seu novo povo capaz de acolher e reconhecer definitivamente a sua missão sem distorções.  

Nenhum comentário: