terça-feira, 15 de agosto de 2017

Caos Brasil - Um País que perdeu o medo do ridículo - por Luis Nassif

Em São Paulo, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima discorre sobre história do Brasil. Fala dos degredados que incutiram nos brasileiros a malandragem atávica, poupando apenas os procuradores.Em algum lugar do Brasil, o Ministro Luís Roberto Barroso cita Faoro e Buarque e o grande pensador Flávio Rocha, dono das Lojas Riachuelo, para discorrer sobre reforma trabalhista. No Twitter, o procurador Hélio Telho rebate o economista Paulo Rabello de Castro e diz que ele (Telho) precisa ensinar capitalismo de verdade a esses capitalistas de compadrio. Seu colega goiano, Ailton Benedito, da Procuradoria dos Direitos do Cidadão, afirma, no Twitter, que os nazistas eram socialistas, porque seu partido se chamava Nacional Socialismo e em que breve os socialistas-nazistas brasileiros matarão os cidadãos nacionais. Não bastassem os atentados ao estado de direito, a invasão da política, esses gênios do data vênia resolvem agora enveredar por todos os campos do conhecimento, com mesma desenvoltura de um Romário, de Neimar falando platitudes. Tornaram-se celebridades e se sentiram no direito de falar bobagens e não serem cobrados, como fazem as celebridades, que são inimputáveis. Onde se vai parar esse exibicionismo maluco? Daqui a pouco estarão discorrendo sobre a Teoria da Relatividade, como Ayres Britto. Quando a imprensa terá coragem de dizer para esses gênios que o espaço dado a eles é apenas utilitarista, porque ajudam no seu jogo político e que sua militância intelectual é ridícula e expõe o próprio poder ao qual pertencem?

Ontem anunciou-se que o bravo Ministério Público Federal está proporcionando cursos de Twitter para o procurador que quiser se aventurar. Para quê? Para que exercitem uma militância nociva, politizando as discussões, agindo como partido político com militantes de egos exacerbados? Para prestar apenas contas de seus atos, não será, porque senão não se permitiria a Dallagnol e outros militantes o uso do Twitter para ataques ao Congresso, por pior que seja, aos advogados e aos críticos da Lava Jato.É um pesadelo sem fim. Quando se envereda pelo caminho do ridículo, com a sem-cerimônia dos néscios, é porque se chegou ao fim da linha

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