sábado, 23 de dezembro de 2017

A comunidade do Cajueiro, na ilha de São Luis, luta contra os 'negócios da China'

O Natal é de apreensão na Reserva Extrativista de Tauá-Mirim, na zona rural de São Luís, onde a empresa WPR São Luís Gestão de Portos e Terminais Ltda., subsidiária da empresa de engenharia e construção civil WTorre, pretende construir um porto privado. Este empreendimento, se concretizado, vai desagregar comunidades tradicionais, expulsá-las do seu local de moradia e provocar impactos ambientais em toda a capital do Maranhão. Principal área afetada pelo projeto do porto, a localidade Cajueiro é o foco de resistência dos moradores, com apoio de pesquisadores da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e militantes de causas ambientais e urbanísticas.Desde o início desta semana, os tratores da WPR/WTorre avançaram sobre os terrenos dos moradores, iniciando a devastação da área. Os moradores realizaram protesto em frente ao Palácio dos Leões, dia 21 (quinta-feira), reivindicando do Governo do Estado a suspensão das licenças ambientais que autorizam o desmatamento.

Sema notificou a WPR/WTorre, suspendendo o desmatamento

Uma comissão de moradores do Cajueiro foi à Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) para receber o resultado da vistoria do desmatamento. Na Sema, a comissão foi informada de que o laudo da vistoria somente ficaria pronto na próxima terça-feira (26). “Isso significa que o desmatamento continuaria por todo o final de semana. Assim, teve que ser feita uma grande pressão para exigir a imediata suspensão do desmatamento, até que o laudo fique pronto. Depois de conversas, ameaças de retornar ao Palácio dos Leões, ameaça de greve de fome de membro do Cajueiro na Sema, enfim, muita pressão, por volta das 18h foi expedida a notificação de suspensão do desmatamento”, explicou o professor e pesquisador da Ufma Horácio Antunes, integrante do GEDMMA (Grupo de Estudos Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente. A empresa já foi notificada e a comunidade vai fiscalizar o cumprimento da decisão. O secretário Marcelo Coelho (Sema) está viajando, mas se comprometeu a receber a comunidade na terça-feira (26).Os moradores e apoiadores do Cajueiro seguem mobilizados para denunciar qualquer tentativa da empresa WPR/WTorre de continuar o desmatamento, atropelando a notificação da Sema.“Assim, estamos conclamando todos os apoiadores do Cajueiro a reforçar a luta e acompanhar os resistentes do Cajueiro no dia 26/12/2017, terça-feira, às 14h, na sede da Sema, na avenida dos Holandeses”, convocou o professor Horácio Antunes.(Fonte: Ed Wilson)

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